São necessários cerca de R$ 6,67 bilhões de investimentos para a reconstrução, restauração e manutenção dos trechos danificados nas rodovias que cortam Minas Gerais, segundo estimativas da 23ª pesquisa CNT de Rodovias, divulgada nessa terça-feira (22) pela Confederação Nacional do Transporte.
Ao todo, foram percorridos 15.363 quilômetros (km) pelo Estado e no Brasil a extensão chegou a 108.863 km. Do total em Minas, 70,6% tem alguma deficiência, enquanto no País, o índice é de 59%.
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De acordo com o levantamento, o estado geral das rodovias mineiras, que inclui a avaliação conjunta do pavimento, da sinalização e da geometria, foi classificado como regular, ruim ou péssimo. Somente 29,4% tiveram classificação ótima ou boa.
O coordenador de estatística e pesquisa da CNT, Jefferson Cristiano, afirmou que a situação das rodovias brasileiras, de forma geral, piorou nos últimos anos e que o estado das estradas mineiras é pior do que a média nacional, justamente pela maior extensão da malha, e pelo índice de investimentos desproporcional.
Para se ter uma ideia, segundo ele, em 2018, o governo federal investiu R$ 7,48 bilhões em infraestrutura de transporte rodoviário. Deste total, apenas R$ 717,5 milhões foram aplicados em Minas. Isso equivale a 9,5% do orçamento. Já a malha ferroviária mineira (15.363 km) representa mais de 14% dos 108.863 km totais do Brasil.
Já do total dos recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária mineira em 2019, de R$ 635,7 milhões, foram investidos R$ 465,97 – 73,3% – até setembro.
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“Percebemos, ano após ano, que o governo não tem conseguido realizar investimentos básicos nas rodovias. Os recursos disponibilizados têm caído e nem mesmo a conservação e manutenção das estradas está sendo feita, diminuindo cada vez mais a qualidade das estruturas”, revelou.
Diante do contexto, as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte em Minas de 33%. Segundo Jefferson Cristiano, esse impacto é maior no Estado do que a média nacional (28,5%), justamente pelas piores condições e falta de investimentos. “Em ambos os casos, isso reflete na competitividade nacional e no preço dos produtos”, alertou.
Conforme o especialista, a alternativa que a CNT percebe como parte da solução são as concessões à iniciativa privada. Conforme ele, isso pode ser comprovado quanto a situação das estradas concedidas é comparada com as públicas. Enquanto 75% das primeiras apresentaram estado considerado satisfatório, nas demais o nível foi observado em apenas a 32%. Em Minas, estes números são de 57% e 22%, respectivamente.
Pontos – Em toda a extensão das rodovias avaliadas no Estado a pesquisa identificou 21 pontos críticos, sendo 17 erosões na pista, uma queda de barreira e três trechos com buracos grandes.
Quando considerada a pavimentação, o levantamento indicou problemas em 61% da extensão avaliada, 39% tem condição satisfatória e em 0,4% o pavimento está totalmente destruído.
Na sinalização, 58,9% da extensão foi considerada regular, ruim ou péssima, 41,1% ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 2,7% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 7,3%.
Quanto à geometria da via, 81,1% da extensão é deficitária e 18,2% ótima ou boa. As pistas simples predominam em 88,7%. Falta acostamento em 58% dos trechos avaliados e nos trechos com curvas perigosas, em 31,1% não há acostamento nem defensa.