Setor de serviços mantém avanço em Minas em novembro

14 de janeiro de 2021 às 0h25

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O setor de serviços ficou entre os destaques positivos apontados pelo índice Barômetro Coincidente neste mês | Crédito: Sergio Moraes/Reuters

O setor de serviços apresentou crescimento pela sétima vez consecutiva em Minas Gerais. Em novembro, na comparação com outubro, a alta foi de 2,8%, na série com ajuste sazonal. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Apesar dos avanços mês a mês, os números ainda são negativos em outras bases de comparação. No acumulado de janeiro a novembro do ano passado, o setor no Estado teve queda de 6,9%. 

Quando se compara o mês de novembro de 2020 com igual período de 2019, a retração em Minas Gerais foi de 0,4%. Trata-se da décima segunda taxa negativa consecutiva, segundo o IBGE. Entretanto, o resultado foi bem inferior em relação à média brasileira, que foi de uma retração de 4,8%. 

Os dados da entidade também mostram que, das cinco atividades pesquisadas, três apresentaram números negativos em novembro de 2020 em relação a igual período do ano anterior. 

As atividades que registraram retração no décimo primeiro mês do ano passado foram os serviços prestados às famílias (-27,8%), os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,0%) e os serviços de informação e comunicação (-1,0%). 

As duas atividades que apresentaram crescimento no período, por sua vez, foram serviços profissionais, administrativos e complementares (6,3%) e outros serviços (32,7%).

Particularidades – O gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), Rodrigo Lobo, destaca que o setor é muito heterogêneo. Esse é um dos fatores que ajudam a explicar a recuperação mais lenta em relação a outros segmentos, como o comércio e a indústria. Ele lembra que existem os serviços prestados às famílias, às empresas, aqueles mais tradicionais, os mais modernos, entre outros. 

Além disso, é um segmento que tem um peso grande, diz ele, e que corresponde a aproximadamente 30% do Produto Interno Bruto (PIB). O gerente ressalta ainda que muitas atividades do setor têm um caráter presencial, o que na pandemia da Covid-19 e com a necessidade de distanciamento social contribuiu para que os impactos fossem mais intensos. 

“A questão sanitária no ano de 2021 vai ser fundamental para saber para qual direção o setor de serviços vai caminhar”, diz ele.

País acumula sexto mês consecutivo de ganhos em volume 

São Paulo – O setor de serviços brasileiro registrou o sexto mês seguido de ganhos no volume em novembro, mas caminhou para o final de 2020 ainda sem conseguir retornar aos níveis pré-pandemia, depois de ter sido o mais afetado pelas medidas de isolamento contra o coronavírus.

O volume de serviços cresceu em novembro 2,6% em relação ao mês anterior, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do sexto mês consecutivo de ganhos, acumulando alta de 19,2%, o setor de serviços brasileiro se aproximou do fim de 2020 ainda sem conseguir recuperar as perdas de 19,6% registradas entre fevereiro e maio, período que abrange o pico da pandemia.

Na comparação com novembro de 2019, houve queda de 4,8% no volume de serviços no Brasil, e o setor acumula ainda entre janeiro e novembro perdas de 8,3% frente a igual período de 2019.

Os resultados, entretanto, foram melhores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 1,2% na comparação mensal e de recuo de 6,2% na base anual.

O setor de serviços, que ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro, é o que mais apresenta dificuldades de reação das perdas provocadas pela Covid-19, já que é o que mais depende do contato presencial.

“Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário – até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, explicou o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo.

Atividades – O mês de novembro teve aumentos no volume de todas as cinco atividades pesquisadas na comparação com o mês anterior.

“Embora o setor permaneça frágil devido à pandemia, nosso índice de difusão mostra que mais de 80% dele vem se recuperando em um ritmo significativo nos últimos seis meses – um número que vem crescendo lentamente nos últimos meses como reflexo da reabertura gradual da economia”, avaliou a economista da XP Lisandra Barbero, calculando contração de 8,0% do volume de serviços em 2020.

Os destaques foram as altas de 2,4% dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio e de 8,2% de serviços prestados às famílias. Ambos foram os mais afetados pela pandemia.

Segundo o IBGE, a atividade de transportes cresceu em novembro pelo sétimo mês seguido e acumula ganho de 26,7% entre maio e novembro, mas ainda precisa avançar 5,4% para atingir o nível de fevereiro, que antecedeu a implementação das medidas sanitárias para conter a Covid-19.

Já os serviços prestados às famílias têm alta de 98,8% nos últimos sete meses, mas ainda precisam crescer 34,2% para retornar ao patamar de fevereiro.

Somente os serviços de informação e comunicação e outros serviços já superaram o nível de fevereiro, diante dos bons desempenhos dos segmentos de tecnologia da informação e dos serviços financeiros auxiliares, respectivamente.

“Esperamos que alguns dos serviços mais impactados se recuperem conforme a vacinação em massa avance. No curto prazo, a recente aceleração nos novos casos do vírus, aceleração da inflação e retirada de alguns dos generosos programas de transferências fiscais podem moderar o ímpeto por trás da recuperação do setor de serviços”, avaliou Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina no Goldman Sachs. (Reuters)

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