Vendas de veículos seminovos e usados crescem 34,7% em Minas

7 de abril de 2021 às 0h30

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Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

A pandemia de Covid-19 e a falta de insumos no mercado provocaram a suspensão das atividades em várias montadoras no País. Com a oferta restrita de veículos zero e uma espera que pode chegar a 150 dias para a entrega, a demanda pelos seminovos e usados está maior e a tendência é de mercado aquecido.

Em março, as vendas dos usados cresceram 34,7%, frente a março de 2020. Em relação a fevereiro, a alta chegou a 7,6%, acumulando crescimento de 23,4% no primeiro trimestre.

Apesar do cenário positivo, as medidas restritivas impostas para conter o avanço da Covid-19 podem interferir no ritmo das vendas e na oferta de veículos nas revendedoras.

De acordo com o diretor de Planejamento e Marketing da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e sócio-proprietário da AutoMaia Veículos, Flávio Maia, o setor de carros novos enfrenta uma severa crise.

“Uma crise sem precedentes assola o setor automotivo no Brasil. De uma total de 59 fábricas no País, neste momento, 29 estão paradas, o que representa 13 das 23 montadoras. Dois fatores provocam a interrupção: a pandemia e a falta de insumos de produção, em especial componentes eletrônicos, como chips e semicondutores. Com a interrupção, são necessários de 90 dias a 150 dias para que ocorram as entregas. Além disso, houve uma escalada de preços de mais de 30%”.

Diante do cenário complicado no segmento de carros novos, os veículos seminovos e usados seguem entre as preferências dos consumidores.

“O mercado está aquecido e os números do nosso setor, em Minas Gerais, seguem positivos. Na minha revenda, a AutoMaia, encerramos março com alta de 25% nas vendas se comparado com fevereiro”, explicou.

Ainda segundo Maia, as lojas de revenda, com o agravamento da pandemia e as medidas mais restritivas adotadas para conter o avanço, estão fechadas, o que vem motivando o setor a investir mais nas vendas por canais digitais e pelas redes sociais.

“Mesmo com todas as dificuldades, os empresários estão se esforçando e atendendo a demanda do consumidor. Isso é muito importante nesse momento em que as lojas estão fechadas e existe uma demanda do mercado pelos nossos produtos”, explicou.

Além da baixa oferta de veículos novos no mercado, principalmente para a pronta entrega, o uso do carro se tornou uma ferramenta de prevenção ao Covid-19, já que muitas pessoas estão comprando veículos para evitar o transporte público e compartilhado.

“O carro se tornou opção segura diante do risco, por exemplo, de usar o transporte público, foco de aglomerações”, afirma Flávio Maia.

Balanço

Os dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) mostram que, em março, as vendas de veículos seminovos e usados em Minas cresceram 7,6% quando comparadas com fevereiro e 34,7% frente a março do ano passado. Com o resultado, as vendas de janeiro a março cresceram 23,4% e já somam 443.916 unidades.

No País, a demanda pelos usados e seminovos também está maior. O balanço da Fenauto, que representa o setor de lojistas multimarcas de veículos seminovos e usados, mostrou um aumento nas vendas de 4,1% em março, em relação a fevereiro.

Segundo a Fenauto, em março foram comercializadas 1.237.030 unidades, contra 1.188.275 no mês anterior. O total acumulado em 2021, de 3.587.362 veículos, já está 14,1% maior do que o mesmo período de 2020 (quando foram registradas 3.143.699 vendas).

Ainda de acordo com Maia, em Belo Horizonte, o momento é de cautela. Como acontece na maioria das cidades brasileiras, as medidas restritivas rigorosas para frear a disseminação do coronavírus impactam no setor, assim como na economia de uma forma geral – ainda que, por outro lado, a redução da oferta de veículos novos possa manter a procura por usados e seminovos aquecida.

“A menor disponibilidade de seminovos e usados para recompor os estoques nas revendas (justamente diante da demanda elevada) é outro fator que poderia ocasionar uma oscilação nos negócios. Até o momento, os empresários estão conseguindo manter os estoques e atender os clientes”.

Emplacamentos no Brasil crescem 13,16%

São Paulo – O licenciamento de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil em março subiu nas comparações mensal e anual, informou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)

Os emplacamentos do mês passado somaram 189.405 unidades, um avanço de 13,16%, ante fevereiro, e alta de 15,78% com relação a março de 2020, mês atingido pelo choque da primeira onda da pandemia no País.

No trimestre, as vendas de veículos novos no Brasil, porém, tiveram queda de 5,4% sobre um ano antes, para 527.913 unidades, informou a entidade.

“Todos os segmentos automotivos continuam sofrendo com problemas de abastecimento de produtos pela indústria, afetada pela falta de peças e componentes, e pela paralisação da produção, em algumas unidades fabris”, afirmou a entidade em comunicado à imprensa.

A Fenabrave afirmou que decidiu não rever suas estimativas para o ano e deixar a revisão para meados do ano diante das incertezas criadas pela pandemia no País. Em janeiro, a entidade estimou que as vendas de novos neste ano devem subir cerca de 16%, 2,387 milhões de unidades.

Por segmento, as vendas caminhões novos no Brasil subiram cerca de 40%, ante fevereiro, e saltaram quase 66% no comparativo anual, para 10.796 veículos. Já os emplacamentos de ônibus subiram 5% na base mensal e cerca de 16% na comparação ano a ano, para 1.500 unidades.

Implementos rodoviários também foram destaque no mês passado, com crescimentos de 21% nos licenciamentos na comparação com fevereiro e de quase 94% na relação anual, para 7.983 unidades, segundo os dados da Fenabrave.

No acumulado do trimestre, a Fiat, do grupo Stellantis, liderou os emplacamentos, com 102.432 carros e comerciais leves licenciados, abocanhando 20,6% de participação no volume total do mercado.

O grupo ainda é formado por Jeep, que teve vendas de 33.997 utilitários esportivos, Peugeot (4.635 unidades) e Citroen (3.056).

A Volkswagen ficou na segunda posição no acumulado, com licenciamentos de 85.999 carros e comerciais leves. O grupo alemão ainda inclui a marca de luxo Audi, que teve vendas de 1.529 veículos. (Reuters)

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