Dívida federal recua em janeiro e atinge R$ 4,2 trilhões

28 de fevereiro de 2020 às 0h03

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Crédito: Marcello Casal/Agencia Brasil

Brasília – A dívida pública federal do Brasil caiu 0,45% em janeiro sobre dezembro, a R$ 4,230 trilhões, em um mês marcado pelo resgate de títulos, divulgou o Tesouro Nacional ontem. Para 2020, a meta no Plano Anual de Financiamento (PAF) é de um estoque da dívida entre R$ 4,5 trilhões e R$ 4,75 trilhões.

No primeiro mês do ano, a dívida pública mobiliária interna teve recuo de 0,63%, a R$ 4,058 trilhões, por causa do resgate líquido de R$ 55,43 bilhões, neutralizado em parte pela apropriação positiva de juros de R$ 29,75 bilhões. Por sua vez, a dívida externa cresceu 3,86% sobre dezembro, a R$ 172,07 bilhões.

Em janeiro, o dólar disparou 6,80% devido ao medo dos efeitos econômicos do coronavírus, movimento que segue embalando a cotação da moeda norte-americana neste mês. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, afirmou que o gatilho mais importante dos negócios em fevereiro tem sido o noticiário ligado ao coronavírus e seu impacto em termos de atividade econômica global.

“Isso disparou piora no sentimento de risco dos investidores. Em geral, isso vem combinado com queda nas (taxas dos) Treasuries e queda nas bolsas de forma geral”, afirmou.

Após o Tesouro ter publicado na quarta-feira uma portaria sobre leilão de títulos ontem, ante costume de fazê-lo na manhã do mesmo dia da operação, Vital afirmou que a investida buscou “não contribuir para a volatilidade do mercado”. Na ocorrência de novos períodos mais voláteis, o Tesouro pode voltar a publicar essas portarias na véspera, disse ele.

A curva de juros tem ganhado inclinação em fevereiro, em um reflexo da elevação dos juros longos em resposta à maior aversão ao risco por causa do coronavírus, mas o Tesouro não vê o movimento com preocupação “de forma alguma”, segundo Vital.

Ele frisou que o aumento nos juros longos é pequeno e está “longe de ser reversão” de tendência. “A gente observou, ao longo do mês de fevereiro, um aumento nos juros, um aumento marginal, mas, se olharmos os números, estamos com juros de longo prazo abaixo de 7%, isso é próximo da mínima histórica”, afirmou.

O spread entre os DIs janeiro 2025 e janeiro 2023, por exemplo, alcançou 92 pontos-base na véspera, ante 60 pontos-base no último dia 6.

Composição – Em relação à composição da dívida pública, os títulos que variam com a Selic, representados pelas LFTs, continuaram com maior peso, a 39,60% do total em janeiro, acima dos 38,92% em dezembro.

No PAF, a indicação é de que esses papéis ganhem ainda mais terreno, passando a responder por 40% a 44% da dívida total em 2020.

Já os títulos prefixados recuaram a 29,52% da dívida, ante 30,97% no mês anterior e uma meta de 27% a 31% para 2020.

Os papéis indexados à inflação, por sua vez, aumentaram sua representatividade para 26,60% da dívida total, ante 26,04% em dezembro, sendo que a referência para este ano é de 23% a 27%.

No relatório mensal da dívida, o Tesouro também informou que a participação dos investidores estrangeiros na dívida mobiliária interna subiu a 10,89% em janeiro, sobre 10,43% em dezembro. (Reuters)

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