Cientistas revisam projeções para próximo ano

18 de dezembro de 2021 às 0h20

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Crédito: Dado Ruvic/Reuters

Chicago – Agora que a variante Ômicron ganha ímpeto na Europa e nos Estados Unidos, cientistas estão revendo suas expectativas para a pandemia de Covid-19 no ano que vem.

Poucas semanas atrás, especialistas em doenças estavam prevendo que os países começariam a sair da pandemia em 2022 depois de sofrerem com uma série de disparadas causadas pelas variantes Alpha, Beta, Gamma e Delta.

Acreditava-se que a Covid recuaria para a condição de doença endêmica, havendo esperança de surtos periódicos ou sazonais menos graves. As vacinas, disponíveis durante a maior parte de 2021 somente em países ricos, poderiam chegar à maioria da população mundial até o final do ano que se aproxima.

Mas a disseminação rápida da Ômicron, que foi identificada no final de novembro e tem muitas mutações em relação à primeira versão detectada do coronavírus, e sua capacidade aparente de reinfectar pessoas com um índice mais alto do que suas antecessoras estão minando esta esperança.

Países já estão reativando medidas usadas mais cedo na pandemia, como restringir viagens, reimpor exigências de máscaras e desaconselhar aglomerações nas festas de final de ano do inverno setentrional. Embora não se tenha voltado à estaca zero, uma parte muito maior do mundo precisará se vacinar ou ser exposta à Covid para deixar para trás o pior da pandemia, disseram especialistas em doenças à Reuters.

“As pessoas estão cansadas da pandemia, e Deus sabe que estou também, mas, a menos que tenhamos alguma urgência em induzir nossos líderes a agirem, vejo 2022 sendo muito do mesmo do que vimos em 2021”, disse a doutora Angela Rasmussen, virologista da Organização de Vacinas e Doenças Infecciosas da Universidade de Saskatchewan, no Canadá.

Mesmo depois que a Covid se tornar uma doença mais endêmica, novas variantes desencadearão surtos e disparadas sazonais durante anos.

“Sempre haverá um número padrão de casos, hospitalizações e mortes de Covid”, disse o doutor Amesh Adalja, especialista em doenças infecciosas do Centro de Segurança da Saúde Johns Hopkins. “Muitas pessoas ainda não aceitaram isso”.

A esperança é que o vírus perca força a ponto de não causar mais transtornos, mas conviver com a Covid-19 não significa que o vírus não é mais uma ameaça.

Reinfecção – O risco de reinfecção com a variante Ômicron do coronavírus é mais de cinco vezes maior e ela não dá sinais de ser mais amena do que a Delta, mostrou um estudo do Imperial College de Londres enquanto os casos disparam em toda a Europa e ameaçam as festividades do final de ano.

Os resultados se basearam em dados da Agência de Segurança da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido a respeito de pessoas que tiveram diagnósticos positivos de Covid-19 em um exame de PCR na Inglaterra entre 29 de novembro e 11 de dezembro.

“Não encontramos indícios (nem de risco de internação hospitalar nem de situação sintomática) de Ômicron com gravidade diferente daquela da Delta”, disse o estudo, mas ressaltando que os dados sobre hospitalizações continuam muito limitados.

“Monitorando situação vacinal, idade, sexo, etnia, situação assintomática, região e data da amostra, a Ômicron foi associada a um risco 5,4 vezes maior de reinfecção quando comparada à Delta”, acrescentou o estudo de 16 de dezembro.

“Isto sugere que a proteção contra reinfecção da Ômicron proporcionada por uma infecção anterior pode ser de somente 19%”, detalhou o Imperial College em um comunicado, ressaltando que o estudo ainda não foi analisado pela comunidade científica.

O estudo britânico anterior conhecido como Siren, que analisou o risco de reinfecção de profissionais de saúde e foi realizado antes do surgimento da Ômicron, descobriu que uma primeira infecção de coronavírus proporciona 85% de proteção contra uma segunda nos seis meses seguintes.

Os dados analisados pelo Imperial College se basearam em 333 mil casos, incluindo 122.062 de Delta e 1.846 que foram confirmados como de Ômicron por meio de sequenciamento genômico.

As novas descobertas podem acelerar a imposição de restrições mais rigorosas em vários países europeus na tentativa de conter a disseminação da nova variante.

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