Blue EdTech faz conexão de profissionais de TI no País

28 de maio de 2021 às 0h26

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O que nos motiva é que existem talentos em qualquer classe social, defende Daniela Lopes | Crédito: Douglas Lucena

A escassez de profissionais de tecnologia da informação (TI) no Brasil, há anos, se caracteriza como um dos entraves ao aumento da produtividade e da competitividade das empresas brasileiras. A situação se agravou ao longo da pandemia.

O impulso dado à transformação digital pela Covid-19 – que exigiu de todos os setores a entrada no mundo virtual – escancarou e ampliou essa necessidade. De acordo com dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o Brasil forma 46 mil pessoas com perfil tecnológico por ano, porém, estima-se que, de 2019 até 2024, a demanda por profissionais de TI será de 420 mil.

Diante desse quadro, muitas empresas têm qualificado seus profissionais ou feito parcerias capazes de prover essa capacitação, encurtando o tempo entre a formação e a entrada do profissional de TI no mercado de trabalho.

A edtech mineira Blue EdTech, se propõe a criar conexões entre pessoas que buscam um caminho no ambiente de tecnologia e grandes companhias, que necessitam de times de alta performance. A meta é inserir 150 profissionais de TI no mercado de trabalho até o fim do ano e 12 mil até 2026.

De acordo com a CEO da Blue EdTech, Daniela Lopes, o programa financia a formação de jovens de baixa renda como profissionais da área de programação, preparando-os para atuar com as práticas mais modernas do mercado. O aluno só começa a pagar o equivalente a 15% do seu salário quando ingressar no mercado e estiver ganhando a partir de R$ 3,5 mil mensais. A primeira turma iniciou o curso em 1º de março, com 50 alunos.

“Os empresários estão muito preocupados porque a pandemia acelerou a demanda por profissionais e, ainda, aumentou a concorrência para o mercado externo. A tecnologia é cada vez mais core business das empresas de diferentes setores. Existe um problema desde o ensino básico e até cultural e familiar. A gente entra com alunos a partir de 16 anos. O que nos motiva é que existem talentos em qualquer classe e essa geração tem muita capacidade de aprender. Buscamos muitas parcerias B2B. O on-line quebra a barreira da geografia”, explica Daniela Lopes.

Também segundo a Brasscom, 23% dos jovens brasileiros de periferia estão em empregos que não necessitam de formação técnica, enquanto a mão de obra capacitada é um dos principais gargalos para o setor de tecnologia. Calcula-se que, no setor, o gap entre vagas ofertadas sem profissionais para preenchê-las aumente em 25 mil ao ano.

Para participar do processo seletivo, basta que o aluno tenha um computador com acesso à internet e que dedique de duas a quatro horas por dia para estudar, sem que seja necessário conhecimento prévio de programação.

“O candidato precisa gostar mesmo de tecnologia e ter o objetivo de trabalhar na área. O processo seletivo envolve a parte comportamental e também de lógica. Precisa ter determinação. É um curso pesado, precisa estudar fora da aula. Depois de seis meses, já queremos introduzi-los na área”, pontua.

Para a gestora, a solução para a falta de profissionais passa um compromisso com o aproveitamento de talentos, estejam eles onde for. A pandemia fez com que a digitalização avançasse, não teve outro jeito. A barreira geográfica caiu e as pessoas que têm um mínimo de infraestrutura podem estudar e trabalhar de qualquer lugar.

“Muitas empresas só querem contratar profissionais plenos. É compreensível porque elas têm problemas urgentes para resolver, mas não existirão plenos no futuro se não dermos a primeira chance aos iniciantes agora. As edtechs vêm para fechar essa lacuna mais rápido. A maioria das empresas não exige mais um diploma universitário para um desenvolvedor. As pessoas querem alguém que resolva o problema. Não é simples montar um curso de educação. Talvez o nosso caminho seja mais curto porque a estrutura é mais enxuta. O que fazemos é tentar cobrir todos os pontos em um ano. O profissional entra no mercado e continua se qualificando”, destaca a CEO da Blue EdTech.

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