Prestes a completar 150 anos de fundação, a Cedro Têxtil, maior empresa do segmento em Minas Gerais, pode dizer que atravessou mais um cenário desafiador com sucesso.
É que após vivenciar e sobreviver a diferentes momentos históricos, econômicos e políticos desde 1872, a empresa superou também os percalços impostos pela pandemia de Covid-19. Cerca de 70% da produção chegou a ficar suspensa no período mais crítico da doença no País, no ano passado, mas agora já retornou aos patamares pré-crise.
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Quem conta é o presidente da companhia, Marco Antônio Branquinho. Segundo ele, com a chegada da doença ao Brasil e as limitações impostas como forma de diminuir a disseminação do vírus, bem como a inevitável queda na demanda, a empresa conseguiu manter a capacidade de se reinventar e seguiu oferecendo as linhas workwear, jeanswear e lounge, adequando a produção de acordo com os pedidos.
“As linhas workwear destinadas à área de saúde foram mantidas, mas o restante, especialmente as de moda, foram bastante prejudicadas. Com esse movimento, o segmento de uniformes passou a ter maior relevância dentro do nosso portfólio e a empresa se tornou líder nacional do setor. A Cedro já possuía expertise neste mercado, o que nos permitiu um salto significativo no share”, comenta.
Mas as linhas de moda não ficaram para trás. No mês passado, quando completou 149 anos, a Cedro inaugurou um novo showroom, desta vez, virtual, voltado para vendas B2B. Além disso, em maio último, a companhia apresentou sua primeira coleção pós-pandemia, a Sentidos, em parceria com a Lycra.
“A demanda está interessante, talvez ainda abaixo do que seria ideal, mas bem acima do que registramos no ano passado. Desde o início de 2021 seguimos operando em ritmo quase normal, utilizando acima de 90% de nossa capacidade produtiva. Ainda temos algumas preocupações em relação a eventuais fechamentos devido a possíveis aumentos dos índices da Covid, mas estamos confiantes”, diz.
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Conforme o executivo, embora o consumo amplo do mercado têxtil ainda não esteja nos patamares adequados, alguns elementos estão ajudando nessa retomada, além da demanda reprimida para alguns segmentos. O câmbio é um deles.
“A indústria como um todo não teve, nos últimos 15 anos, um câmbio tão favorável. Sempre convivendo com dificuldades especialmente na exportação em função da baixa competitividade. A valorização do dólar ajudou a nivelar a competição, apesar de ter elevado os custos na mesma medida, ainda somado à valorização das commodities. Mas já estamos vendo uma acomodação”, avalia.
Branquinho chama atenção para os resultados do segundo trimestre. Conforme ele, mesmo levando em consideração a base fraca de comparação, o período exibiu números bastante representativos da recuperação da companhia. Para se ter uma ideia, a Receita Bruta avançou 162,2%, o Lucro Bruto, 166,7% e o Ebitda recorrente, 222,0%. Além disso, houve reversão de prejuízo de quase R$ 30 milhões para lucro de aproximadamente R$ 2 milhões – com isso, a Cedro comemora três trimestres consecutivos de lucro líquido positivo.
Por fim, a Receita Bruta de Vendas (RBV), ao atingir R$ 259,5 milhões no segundo trimestre de 2021, alcançou R$ 946,2 milhões no acumulado de 12 meses. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a RBV foi 162,2% superior. De acordo com a companhia, dois terços do crescimento foi devido ao volume de vendas e um terço em função do aumento dos preços. No primeiro semestre, a participação das exportações foi de 7,3% do total, variação 2,8 pontos percentuais superior à do primeiro semestre de 2020.