Instituto Ramacrisna faz ação social há 60 anos

10 de abril de 2019 às 0h16

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Fábrica de telas do Instituto Ramacrisna atua e compete com empresas de todo o Brasil - Créditos: Divulgação

Mais de 60% dos novos negócios no Brasil fecham as portas até cinco anos depois de abertos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Completar 10, 20, 30 anos é uma empreitada bastante difícil. O que dizer, então, de 60 anos? E se for uma empresa social? Aí fica ainda mais complicado, mas a missão acaba de ser completada pelo Instituto Ramacrisna.

Fundado pelo jornalista Arlindo Corrêa da Silva, o instituto é uma referência no desenvolvimento de projetos culturais, educacionais, aprendizagem e cursos profissionalizantes voltados para a comunidade em situação de vulnerabilidade social de Betim e 10 cidades do entorno, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

O nome é uma homenagem ao filósofo indiano Sri Ramakrishna, ecumenista que viveu no século 19 e pregava o trabalho social como forma de transformação do ser humano. Só em 2018, foram atendidas mais de 7,6 mil pessoas na sede da instituição e mais de 87 mil em parceria com o poder público. Desde 1959, foram mais de 1,8 milhão pessoas impactadas diretamente, a maioria jovens.

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De acordo com a vice-presidente do Instituo Ramacrisna, Solange Bottaro, o foco na gestão e o comprometimento dos funcionários são a receita do sucesso da instituição que surgiu muito antes dos termos “responsabilidade social” e “empresa 2,5” sequer serem pensados.

“O grande segredo é a pessoa ter orgulho do que faz. Esse é um trabalho que tem retorno social e afetivo muito grande. Os colaboradores percebem que estão contribuindo para mudar o mundo. Hoje, são 93 diretos e mais 285 colaboradores através das parcerias”, afirma Solange Bottaro.

Os parceiros permitem que o Ramacrisna alcance todos os bairros de Betim e as cidades próximas. Para a gestora, eles se aproximam porque confiam na assertividade e transparência do trabalho. O investimento focado em gestão começou em 1994, mas em 2008 a parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC) se tornou um marco na busca pela sustentabilidade.

O Ramacrisna se tornou reconhecido em todo o País como instituição do Terceiro Setor referência em projetos de autossustentabilidade por possuir uma fábrica de telas de arame, criada ainda na década de 1970. O resultado obtido com as vendas é destinado ao setor social do instituto, garantindo mais autonomia e uniformidade no atendimento às pessoas amparadas pelos projetos.

“Muitas instituições são amadoras e consideram o investimento em gestão um custo. Para nós é investimento. A nossa fábrica de telas atua e compete com empresas de todo o Brasil. Essa gestão financeira que faz com que a gente sobreviva. Agora vamos lançar a nossa consultoria de gestão e renovação de projetos. Vamos compartilhar todo o conhecimento que acumulamos com empresas e empreendedores sociais para criação de projetos e em áreas específicas, como financeiro e comunicação, por exemplo”, pontua a vice-presidente do Ramacrisna.

Reconhecimento – Desde a sua fundação, o instituto coleciona diversas premiações renomadas. Entre as mais recentes estão: participação no Ranking GPTW – Great Place To Work, que seleciona as melhores empresas para se trabalhar no Brasil; o selo “Melhores ONGs”, promovido pela “Revista Época” e Instituto DOAR, que leva em consideração critérios como a gestão e transparência da instituição; o Prêmio Itaú-Unicef, na categoria Grande Porte Regional Minas Gerais, com o projeto “Escola Integral”, que busca o desenvolvimento integral dos alunos, acreditando na educação como uma ferramenta de transformação. O prêmio é considerado o maior do Brasil no campo da educação com chancela da Unicef – Fundo das Nações Unidades Para a Infância.

História de vida – Se é verdade que, além dos atendidos, o Ramacrisna impacta a vida dos seus colaboradores e voluntários, a própria executiva é uma prova disso. Há 45 anos na instituição, ela contrariou a família e se mudou para Betim quando as estradas ainda eram de terra e telefone era um luxo.

“Sou de Belo Horizonte e de uma família italiana bastante conservadora, mas, já naquela época, tinha sonhos que iam além de um casamento convencional. Eu queria uma nova realidade em que eu pudesse atuar ao lado das pessoas que mais precisavam. Aqui fui conquistada pelo trabalho. Nosso fundador era um homem de fé e um grande mobilizador. Ele fazia com que as pessoas acreditassem no sonho dele e com muita visão de futuro. Por isso investimos em tecnologia para esses jovens. Temos uma escola de robótica, por exemplo. Queremos que eles dominem as ferramentas, que tenham um horizonte aberto e que possam voltar para a comunidade quando quiserem e da forma que desejarem”, completa.

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