Jornalista mineiro lança “Insonhos”

4 de setembro de 2021 às 0h20

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“Insonhos”. O neologismo do título remete a um dos poemas da obra e manifesta, para o autor, um despertar. Com produção independente e caprichada, o livro traz 50 textos do experiente jornalista Laudeir Borges.

Artista de muitas faces, Laudeir Borges explora o cotidiano, as insignificâncias, as lembranças vividas ou inventadas, devaneios e realidades. “Insonhos” é um livro escrito de corpo e alma, de acordo com a também jornalista e poeta Sidneia Simões, que escreveu a apresentação da obra. Para ela, Laudeir Borges é um “artista que sabe falar do que é, aparentemente, mínimo e explora máximos ou não evidências” com densidade e força.

A vivência do noticiário faz-se presente em textos como “Ágathas”, inspirado na menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos, morta por um tiro da polícia, quando voltava para casa com a mãe, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, em setembro de 2019. Também a política, a destruição ambiental, o racismo inspiram e movem o jornalista-poeta ou poeta-jornalista.

A maioria dos poemas foi escrita entre 2016 e 2020, mas há alguns bem mais antigos. Os poemas já tinham sido selecionados, e “Insonhos” estava em pré-produção, quando eclodiu a pandemia. A novidade estarrecedora de um mundo parado e assustado acabou refletindo na edição, produção e impressão do livro. Não se trata de um livro sobre a pandemia, embora dois poemas “soprados pela musa das urgências e emergências”, como escreve o autor, tenham sido incluídos na versão final: “Uma esperança” e “Perto, longe”.

Com 120 páginas, “Insonhos” vem recheado de ilustrações da brasiliense Mariana Capelo. Sua interpretação pictórica dos poemas é leve, fluida e nem um pouco categórica. Em vez de apontar significados, sugere múltiplos caminhos, abre possibilidades. A ilustradora divide com o poeta o projeto gráfico do livro. E o design traz surpresas. A impressão da capa no lado fosco do papel e o refile manual estimulam a experiência tátil do leitor.

Nascido em Belo Horizonte, Laudeir Borges formou-se em Jornalismo pela PUC Minas em 1988. Em mais de três décadas de profissão, atuou majoritariamente como editor de texto, diretor e roteirista em diversas emissoras de televisão (Globo, SBT, Band, Rede Minas). Desde 2011 é analista de Comunicação no Senado Federal, em Brasília.
Como escritor, tem textos publicados em várias coletâneas.

A mais recente é a antologia de crônicas do prêmio Off Flip 2020. Em 2016, formou, junto com outros quatro autores mineiros, o coletivo “O Grito”. O grupo de criadores produziu três edições do projeto “Postais Poéticos”. Lançado oficialmente durante o Fórum das Letras de Ouro Preto, “O Grito” utilizava os cartões-postais como suporte para poemas e crônicas. (R$ 35, https://goo.gl/maps/Yg9Rvb3K6vyduQf18)

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