EDITORIAL | A lição e a receita
30 de outubro de 2019 às 0h02
O Brasil, que figura entre as dez maiores economias do planeta e já esteve em posição melhor, bem perto de ultrapassar potências como a Grã-Bretanha, continua involuindo se as comparações são em base global. É o que indica a mais recente versão do Doing Business, do Banco Mundial, que coloca nosso País na 124ª posição num grupo de 190 países quando são medidas as condições para fazer negócios. Mesmo que a nota geral tenha subido pouco mais de um ponto e as referências sejam do ano passado, o que o atual governo já cuidou de fazer lembrar, o Brasil caiu 15 posições.
Nessa avaliação, que envolve pesquisa direta com empresários e executivos do mundo inteiro, fica claro que o País ainda não venceu a barreira da desconfiança ou que a insegurança jurídica pesa muito nas avaliações. As críticas também indicam caminhos, dizem o que está errado e apontam o que pode melhorar. Evidentemente que este é, ou deveria ser, o foco, principalmente que fica fácil deduzir que a falta de recursos, de que todos sabemos, não é necessariamente a questão mais importante. Ou ensina que com pouco é perfeitamente possível fazer muito.
Os empresários, brasileiros ou estrangeiros que têm negócios no País ou que, de longe, de alguma forma miram as potencialidades do mercado local, reclamam muito da burocracia, das dificuldades para abrir – ou fechar – um negócio – e do cipoal tributário. A boa notícia é que tudo isso pode ser resolvido rapidamente e a rigor não envolve custos, podendo sim significar economia para todas as partes. Trata-se de enxergar a cena tal como ela se apresenta e, realisticamente, de mais vontade de fazer o que é preciso fazer, com foco e determinação. E assim, racionalmente, começar pelo possível, pelo que é mais fácil fazer e pode produzir resultados mais rápidos, até porque não faz o menor sentido que o Brasil esteja ao mesmo tempo entre as maiores economias do planeta e seja visto como um ambiente tão hostil para os negócios.
Trata-se, e em escala nacional, de pôr em prática aquilo que em Minas o governador Zema coloca entre as prioridades de sua gestão: simplificar tudo que puder ser simplificado e mostrar, para valer, que empresas que geram empregos e tributos, que portanto produzem riquezas, são aliados e assim devem ser tratados. Absolutamente não duvidamos que este é o caminho mais reto para que a recuperação da economia ganhe velocidade e consistência. Algo que está ao alcance, que pode ser feito desde que exista foco e que as questões menores, tão de agrado do próprio presidente da República, fiquem de lado.