EDITORIAL | Jogo de mentiras

24 de junho de 2020 às 0h15

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Crédito: Freepik

Não se sabe exatamente quem, com versões variando desde os antigos gregos, passando pela Guerra de Secessão até chegar à Grande Guerra. Certo é que alguém disse, ou teria dito, que numa guerra a primeira vítima é a verdade.

Algo hoje amplamente confirmado e que o jornalista australiano Phillip Knightley, que fez carreira em Londres, tomou emprestado para título de seu livro que, da Guerra da Crimeia ao Vietnam, examina os acontecimentos, analisando as versões de cada lado e comparando-as aos fatos, para assim de certa forma confirmar que as fake news são bem mais antigas que se imagina.

E prosseguem, hoje impulsionadas por uma tecnologia que permite sua difusão em proporções nunca imaginada.

Certo é que, mesmo que a chamada Guerra Fria tenha esfriado, a tática continuou sendo largamente usada, fiel também à máxima segundo a qual uma mentira infinitamente repetida acaba sendo aceita como verdade.

Um exemplo bem atual a respeito pode ser encontrado na distante Hong Kong, território chinês ocupado pelos ingleses depois da Guerra do Ópio em 1872 – uma das maiores barbaridades que a história registra – depois arrendada, a força, por 99 anos e finalmente devolvida a seus legítimos donos em 1997.

Na base de mentiras e provocações contínuas, as ditas potências ocidentais ainda querem fazer entender que Hong Kong seria uma região autônoma e os chineses uma espécie de usurpadores em sua própria terra. Este o pano de fundo para as agitações que vêm ocorrendo na cidade desde o ano passado, onde se repetem as mesmas conhecidas e desmoralizadas táticas de provocação e intervenção.

E com o G7, que reúne as potências ocidentais reclamando e pedindo que não se aplique na cidade uma nova lei de segurança, ainda em gestação e que prevê punições para atividades separatistas, terrorismo e interferência estrangeira.

A China respondeu que “rejeita com veemência” a tentativa explícita de intervenção do G7 e nem se deu ao luxo de lembrar que cumpriu rigorosamente o acordo de arrendamento que terminou, embora aparentemente ainda não de todo entendido como ponto final para qualquer tipo de ingerência no seu país e no seu território.

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