EDITORIAL | Momento de fazer melhor

20 de fevereiro de 2020 às 0h02

img
Crédito: Divulgação/pbh

Diante das fortes chuvas que atingiram Belo Horizonte nas últimas semanas, em alguns momentos com o volume d`água alcançando em poucas horas quase o equivalente ao previsto para um mês, a prefeitura, à frente dos esforços para coordenar e realizar os trabalhos de socorro e assistência, primeiro, e de recuperação na sequência, agiu com surpreendente velocidade. O prefeito Alexandre Kalil, com seu estilo que nem a todos agrada, pode-se dizer, passado pouco mais de duas semanas contadas a partir dos primeiros momentos, falou pouco e fez muito.

Para as circunstâncias e diante de limitações que são sabidas, a reação foi rápida e eficaz, primeiro para proteger e atender à população nas áreas mais vulneráveis, com o concurso evidente também de organismos estaduais, em especial o Corpo de Bombeiros. Fossem outras as condições, menor a velocidade de resposta, e certamente as consequências a lamentar teriam sido muito piores. Da mesma forma, as ações de desobstrução de vias e de recomposição daquelas em que os danos foram maiores, como a total inutilização da pavimentação.  Havia pressa, não resta a menor dúvida, e a luta era também contra o tempo.

Ainda assim, é preciso registrar que, exceto pela agilidade, a prefeitura – e demais órgãos envolvidos – não inovou. Fez-se mais do mesmo, com as antigas e tão repetidas operações tapa-buracos ou com novo asfaltamento, quando assim exigido. Poderia ter sido diferente, talvez como uma espécie de prévia para ações mais amplas, no futuro, visando reduzir a impermeabilização do solo, sempre apontada como um dos grandes responsáveis pelos problemas enfrentados. É de se imaginar que não seria demais, apesar da corrida contra o tempo que se impõe, aproveitar o momento para melhorar os espaços de permeabilidade, por exemplo, nos canteiros centrais das avenidas ou no entorno das árvores nas calçadas. Da mesma forma não teria demais, em especial nos pontos mais sensíveis, que são bem conhecidos, cogitar de outros tipos de pavimentação, que não o asfalto comum, utilizando as áreas reconstruídas para testar o asfalto poroso, já disponível, assim como começar a preparar as áreas críticas para intervenções maiores.

Para concluir, estamos falando – e propondo se ainda há tempo – uma espécie de ensaio geral para a correção de erros que foram sendo acumulados ao longo do tempo e explicam o que se passa presentemente, ensinando que se não há força capaz de conter a água, é preciso aprender a conviver com ela.

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail