Pioneirismo e redução de custos em pavimentação

21 de novembro de 2019 às 0h01

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Crédito: Divulgação

Patrícia Herrera * 

A iniciativa privada deve assumir mais 16mil km de rodovias no País nos próximos anos por meio de novas concessões, conforme anunciou recentemente o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Já se sabe que entre os trechos concedidos, estão contempladas as BRs 381 e 262, entre Minas e Espírito Santo, e das BRs 364 e 365, entre Minas e Goiás. Na prática, mais trechos pedagiados e aumento dos custos de deslocamento para o usuário. Por outro lado, expectativa de melhores condições das vias e redução do risco de acidentes. Afinal, sempre é bom lembrar que a malha rodoviária é utilizada para escoar 75% da produção gerada no Brasil, de acordo com estudos da Fundação Dom Cabral.

Mas se você quiser saber quanto custa uma obra de pavimentação na sua cidade ou estado, é bom entender que não bastaria ser engenheiro altamente especializado em cálculos ou orçamentos para chegar a uma resposta segura. E eu já posso antecipar que essa incerteza não está sempre relacionada ao fato de um projeto ter um custo estimado, estar vulnerável a riscos positivos e negativos ou à boa vontade das construtoras ou mesmo de quem as contratou.

É necessário ponderar também que o órgão fiscalizador é normalmente encarado como vilão e como delator do prestador de serviços. Afinal, este defende o interesse do contratante e seu papel é garantir o cumprimento do acordado em contrato. O prestador de serviço, por outro lado, muitas vezes se esforça para realizar o trabalho da melhor forma, entretanto algumas variáveis de processo são difíceis de serem controladas. Essa realidade não é diferente em países mais desenvolvidos. A diferença é que eles melhoraram seus métodos construtivos e, consequentemente, sua eficiência operacional.

Às vezes, o buraco, literalmente, está mais embaixo e uma boa forma de economia está no processo de compactação do trecho a ser pavimentado.

Para chegar a esta conclusão, nossa equipe vem desenvolvendo uma série pioneira de estudos, cuja evolução traz perspectivas bastante convincentes, com resultados que podem chegar a uma redução de custos de até 50%. Um avanço de alto impacto, que reúne esforços das equipes da Moba Tecnologia do Brasil, Estados Unidos e Alemanha, todos realizados em solo brasileiro. E o melhor: com o uso de tecnologias acessíveis ao setor de construção pesada do País. Esse percentual já justificaria a boa vontade de qualquer gestor em repensar a forma de operação das prestadoras de serviço em construção pesada e infraestrutura. Mas vamos além. A otimização do processo contribui sobremaneira ainda para gerar ganhos intangíveis, como a redução do barulho e também dos riscos de danos ao patrimônio das cidades, já que a trepidação inerente ao processo de passadas estaria bem reduzida.

Ocorre que os processos tradicionais são realizados geralmente baseados na experiência do operador da máquina, que determina quantas passadas são suficientes para atingir o nível ótimo de compactação. Isso mesmo. Em plena era da tecnologia para melhoria de processos, redução de custos e combate ao retrabalho, nosso setor de construção pesada ainda opera baseado com base em obsoletismos empíricos.

Por fim, garantir a compactação ideal em todas as etapas de construção faz com que a vida útil da rodovia seja ampliada, os custos de manutenção e restauração sejam minimizados, além de evitar solicitações de garantia por falta de durabilidade. Ao executar a quantidade necessária de passadas, nem mais, nem menos, aumenta-se a eficiência operacional do processo, reduz-se o retrabalho devido aos efeitos do excesso ou falta de compactação, garantindo também maior homogeneidade.

* Engenheira mecânica e mecatrônica, executiva da subsidiária da Moba no Brasil

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