Efeito do Covid-19 na economia deixa Guedes preocupado

28 de março de 2020 às 0h11

img
Crédito: REUTERS/Adriano Machado

Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um apelo na sexta-feira (27) para que a crise com o coronavírus não desorganize a economia brasileira, afirmando que os pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto foram no sentido de advertir, e não diminuir a ameaça do surto à saúde pública.

“Alerta do presidente é: vamos cuidar de nossa saúde, mas não podemos nos esquecer que ali à frente temos o desafio de continuar produzindo”, afirmou ele em vídeo publicado nas redes sociais do Ministério da Economia.

Com a investida, o ministrou buscou mostrar alinhamento com a preocupação externada por Bolsonaro de que as quarentenas adotadas pelo Brasil afora paralisem a economia.
Em polêmico discurso na noite da última terça-feira, Bolsonaro reclamou de restrições impostas por governadores para a circulação de pessoas para conter o avanço do coronavírus e chamou novamente a pandemia de uma “gripezinha”.

Desde então, o presidente voltou a criticar medidas mais rígidas de distanciamento, defendendo um isolamento vertical, no qual somente idosos e pessoas portadoras de doenças permaneceriam confinadas.

Na sexta-feira, Guedes disse estar seguro de que o País atravessará o que chamou de “duas ondas” impostas pelo coronavírus, a primeira ligada ao choque na saúde, e a segunda relacionada ao desafio econômico.

Ao conclamar união para o Brasil “furar as duas ondas”, o ministro afirmou que os empresários brasileiros não vão deixar a produção ser desorganizada, citando o trabalho de caminhoneiros para garantir o transporte de mercadorias e dos produtores rurais para o abastecimento.

“Se nós não nos lembrarmos de que temos que continuar resistindo com a nossa produção econômica também, nós vamos ter aquele fenômeno onde todo mundo está com os recursos, mas as prateleiras estão vazias porque nós deixamos a organização da economia brasileira entrar em colapso”, disse.

Ajuda – Segundo o ministro, o pacote de ajuda a autônomos com concessão de um vale de R$ 600 terá um custo de cerca de R$ 45 bilhões. Inicialmente, a equipe econômica tinha divulgado que o voucher seria de R$ 200 para autônomos e informais, mas a Câmara dos Deputados acabou aprovando uma renda emergencial de R$ 600s, com anuência do governo. O projeto ainda tem que ser aprovado pelo Senado.

Sobre a medida em preparação para que o governo pague parte do salário de trabalhadores que tiverem sua jornada e sua remuneração reduzida, Guedes destacou que, no caso de setores mais atingidos pela crise, a ideia era que o governo entrasse com ajuda de um terço do salário. Para os demais setores, o percentual seria de 25%.

Depois, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia corrigiu a informação, informando que o complemento do governo será um percentual do seguro-desemprego a que a pessoa teria direito, equivalente ao percentual de corte sofrido. Com isso, o benefício para os trabalhadores será maior do que o explicitado no vídeo, pontuou a assessoria.

No último domingo, o governo enviou ao Congresso MP prevendo a possibilidade de suspensão do contrato de trabalho dos empregados pelos patrões, sem a concessão de qualquer contrapartida obrigatória ou ajuda do governo.

Após forte oposição à iniciativa e pedido do Bolsonaro para que esse artigo fosse revogado, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que uma nova MP seria enviada já prevendo o auxílio do Estado aos trabalhadores. De acordo com o Ministério da Economia, a medida será anunciada com mais detalhes assim que estiver concluída. (Reuters)

Senado votará auxílio aos autônomos

Brasília – O Senado votará nesta segunda-feira (30) o pagamento de um auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600, destinado aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), confirmou a votação para o início da próxima semana em postagem no Twitter.

Alcolumbre está se recuperando após ser diagnosticado com o novo coronavírus. Quem tem presidido as sessões remotas é o vice-presidente, senador Antonio Anastasia (PSD-MG). A sessão está prevista para ocorrer às 16 horas. Horas antes, pela manhã, os líderes se reunirão, também remotamente, para discutir outras votações prioritárias da semana.

Pelas manifestações de senadores nas redes sociais, a expectativa é que a medida seja aprovada sem objeções. O vice-líder do governo, senador Chico Rodrigues (DEM-RR), e o líder da minoria, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), se manifestaram favoráveis à votação e sua aprovação. Além deles, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e os senadores Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) e Esperidião Amin (PP-SC) também se manifestaram favoráveis.

O auxílio, que foi aprovado na Câmara dos Deputados na noite da última quinta-feira (26), é voltado aos trabalhadores informais (sem carteira assinada), às pessoas sem assistência social e à população que desistiu de procurar emprego. A medida é uma forma de amparar as camadas mais vulneráveis à crise econômica causada pela disseminação da covid-19 no Brasil e o auxílio será distribuído por meio de vouchers (cupons).

Após o Senado, o texto ainda precisa ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro. Só após essas etapas, o governo federal deverá divulgar o calendário de pagamento. A aprovação no Senado deve acontecer na próxima semana.

Inicialmente, o valor proposto era de R$ 500. Após negociações com o líder do governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), o Executivo decidiu aumentar para R$ 600.

Em transmissão ao vivo pela internet na quinta-feira, o presidente destacou que o auxílio é voltado aos trabalhadores informais, às pessoas sem assistência social e à população que desistiu de procurar emprego. (ABr)

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail