Vacina contra a Covid-19 deve avançar no Estado
16 de junho de 2021 às 0h24
O governo de Minas Gerais pretende vacinar contra a Covid-19 toda a população adulta com pelo menos uma dose do imunizante, até outubro. A previsão foi feita com base no cronograma do Ministério da Saúde, que prevê a distribuição de mais vacinas para o controle da pandemia. O plano de vacinação foi anunciado, ontem, pelo secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti.
De acordo com o secretário, caso o cronograma do Ministério da Saúde seja cumprido, os mineiros serão imunizados com maior agilidade. Ainda conforme Baccheretti, Minas Gerais deve receber cerca de 10% das doses a serem distribuídas pelo Ministério da Saúde para todo o País.
Conforme as informações divulgadas pelo secretário, a expectativa é que o governo federal distribua, para o País, 38 milhões de doses em junho, 35 milhões em julho, 68 milhões em agosto, 62,5 milhões em setembro e 65 milhões em outubro.
“Diante dessa expectativa do governo federal e diante do histórico em que cerca de 10% das doses vêm para Minas Gerais, a estimativa é vacinar toda a população adulta com a primeira dose até outubro”, explicou.
Com o recebimento das doses, o plano do governo de Minas Gerais é destinar 70% dos imunizantes para a vacinação de grupos definidos por idade. Os 30% restantes serão destinados para a imunização dos grupos prioritários, conforme definido pelo o Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Ainda em junho, com base nas estimativas de recebimento das vacinas, o governo de Minas planeja vacinar a população mineira entre 55 e 59 anos. Em julho está prevista a imunização do grupo entre 50 a 54 anos.
Já em agosto, quando o Estado receberá um volume maior do imunizante, o plano é aplicar a vacina no grupo de 35 a 49 anos. Em setembro, serão vacinadas pessoas com 25 a 34 anos. Já em outubro os adultos de 18 a 24 anos.
Expectativa – De acordo com Baccheretti, a estimativa é que o processo de vacinação no Estado seja acelerado nos próximos meses.
“Vamos destinar a maior parte dos imunizantes, 70%, para a vacinação por idade. O processo será mais prático, já que será necessário apresentar somente o comprovante de residência e documento de identidade. Por isso, acreditamos que a vacinação por idade será mais rápida e fácil”.
Conforme os dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 10,7 milhões de vacinas contra a Covid-19 já foram recebidas pelo Estado. Ao todo, foram aplicadas 8,79 milhões de doses na população mineira acima de 18 anos entre primeira e segunda dose. Do total da população mineira, 25,87% da já tomou a primeira dose e 12,07% a segunda. Dos grupos prioritários, 74% receberam a primeira dose e 34,53% a segunda dose.
Mesmo com a expectativa positiva em acelerar o processo de vacinação, Baccheretti, destacou a necessidade da população em manter os protocolos de cuidados para evitar a transmissão do Covid-19 até que o processo de imunização esteja concluído.
“Apesar dessa boa notícia, Minas Gerais continua com alta incidência e a vacinação não impede a transmissão da doença por completo. É essencial o uso de máscara”.
No Estado, atualmente, apenas as macrorregiões Triângulo do Norte e Vale do Aço estão na onda amarela do plano Minas Consciente, que tem regras mais brandas em relação às medidas restritivas. As demais 12 regiões continuam na onda vermelha, onde é necessária a adoção de medidas mais restritivas para contenção da pandemia.
Decreto regulamenta o auxílio de R$ 600
O Governo de Minas Gerais publicou, ontem, no Diário Oficial do Estado, o decreto que regulamenta o auxílio emergencial no valor de R$ 600 para famílias mineiras em situação de extrema pobreza. A ação faz parte do projeto Recomeça Minas, proposta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sancionada no mês passado pelo governador Romeu Zema.
O auxílio tem por objetivo amenizar os impactos econômicos para a população mais prejudicada pela pandemia de Covid-19. A expectativa é a de que sejam beneficiadas mais de 1 milhão de famílias com renda per capita familiar mensal de até R$ 89 – cadastradas no CadÚnico até 2 de maio.
O benefício será pago exclusivamente ao responsável familiar cadastrado no CadÚnico e em parcela única, até 1º de agosto, conforme a previsão.
No Estado, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese) coordena a ação e, neste momento, está finalizando os trâmites necessários à contratação de instituição financeira que irá executar o pagamento. O calendário de saque ainda será definido.
O recurso para o pagamento do auxílio virá do programa de renegociação de dívidas de empresas, aprovado pelo Governo de Minas, neste ano, no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).
O Refis alcança todos os débitos de ICMS, em aberto ou parcelados, inscritos ou não em dívida ativa, registrados até dezembro de 2020. Com a adesão, empresas passam a ter descontos de até 90% nos juros e multas de suas dívidas tributárias, com parcelamento que poderá ser feito em até 84 vezes.
Vale lembrar que as reduções se aplicam somente aos juros e multas aplicados sobre a inadimplência, estando preservado o valor do imposto devido aos cofres públicos.
Outras ações – O Renda Minas também coordenado pela Sedese, é outra medida para prover renda emergencial para famílias em situação de extrema pobreza, como complemento ao auxílio emergencial do governo federal.
Em 2020, o Governo do Estado atendeu 972.473 famílias, totalizando mais de R$ 321 milhões em transferências às famílias cadastradas no CadÚnico
O Renda Minas, inclusive, substituiu outra iniciativa da atual gestão, o programa Bolsa Merenda. Com ele, durante seis meses, mais de 370 mil alunos da rede estadual de ensino em situação de extrema pobreza e pobreza foram beneficiados, com mais de R$ 93 milhões repassados às famílias.
Entre as ações do governo estadual durante a pandemia está a suspensão de cortes no fornecimento de água e luz a pessoas de baixa renda, cadastradas como consumidores de Tarifa Social na Cemig e na Copasa.
Além disso, o Estado também pleiteia junto à União que o auxílio emergencial do governo federal seja estendido em 2021. Para tanto, mantém diálogo constante com representantes de todos os poderes sobre o cenário da Covid-19 em Minas Gerais. (Agência Minas)
PBH recebe menos imunizantes que o esperado
Em razão de uma mudança dos critérios adotados pelo governo estadual para a distribuição de vacinas entre os municípios mineiros, Belo Horizonte não convocará, nos próximos dias, novos grupos para serem vacinados contra a Covid-19, informou ontem a Prefeitura.
De acordo com a PBH, na semana passada, a Capital recebeu apenas 19.336 doses de imunizantes, enquanto a expectativa era que o município recebesse em torno de 70 mil. Essa redução inesperada impediu a vacinação de pessoas entre 53 e 55 anos residentes em Belo Horizonte.
O Ministério da Saúde estabeleceu dois critérios para os estados distribuírem as vacinas entre seus municípios: a população proporcional a cada público contemplado (tais como idade e comorbidade) e a adesão à campanha de vacinação da gripe em anos anteriores. Por esse critério, Belo Horizonte tem direito a algo em torno de 14% dos imunizantes destinados a Minas Gerais. Na semana passada, no entanto, o índice foi de 3,3% – sem que a administração municipal fosse comunicada previamente e nem apresentada qualquer justificativa, informou o Executivo.
“O problema é a falta de critério e de transparência na distribuição das doses, e 50 mil pessoas deixaram de ser vacinadas em Belo Horizonte”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. Segundo ele, a Prefeitura encaminhará ainda esta semana dois ofícios ao Ministério Público Estadual e ao Ministério da Saúde – um questionando os critérios de distribuição das vacinas e outro envolvendo a entrega de kits intubação na Capital, que estaria bem aquém do necessário.
Sem um quantitativo definido de entrega de vacinas para Belo Horizonte, Jackson Machado explicou que é inviável a divulgação antecipada de qualquer cronograma de imunização. A Secretaria de Saúde reafirmou a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo assim que novas doses forem entregues à Capital.