Economia

Dólar sobe em meio a noticiário externo ruim

São Paulo – O dólar terminou a segunda-feira em alta ante o real, monitorando o mercado externo, em meio às preocupações com a saída do Reino Unido da União Europeia e com o orçamento italiano, e o noticiário político local, que contou com a confirmação de mais um membro da equipe do governo Jair Bolsonaro.

O dólar avançou 0,55%, a R$ 3,7567 na venda, depois de bater a máxima de R$ 3,7632. O dólar futuro subia cerca de 0,60%.

O feriado do Dia do Veterano nos Estados Unidos encolheu a liquidez local, com muitos investidores fora do mercado mesmo com as bolsas norte-americanas funcionando nesta sessão.

“A semana é mais curta, mas está carregada de eventos relevantes”, disse o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello, citando indicadores norte-americanos nos próximos dias que podem dar pistas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos, bem como o fim do prazo para a Itália redefinir seu orçamento dentro das regras da União Europeia.

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O prazo para a Itália refazer seu orçamento com uma projeção de déficit menor termina nesta terça-feira. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, visitaria seus principais ministros nesta segunda-feira para discutir o plano, de acordo com fontes.

Uma outra fonte do governo disse à Reuters no domingo que o ministro da Economia está buscando revisar a previsão para o crescimento no orçamento para o próximo ano para tentar chegar a um acordo com a Comissão sobre a política fiscal.

Além disso, crescem as dúvidas sobre se a primeira-ministra britânica, Theresa May, poderá elaborar um acordo do Brexit que conquistará o apoio da União Europeia e de seu próprio partido, já que ela vem enfrentando resistências em seu gabinete e foi forçada a abandonar planos de uma reunião emergencial nesta segunda-feira, de acordo com o jornal Independent.

Desta forma, o euro tinha forte queda ante o dólar, enquanto a moeda norte-americana subia ante a cesta de moedas, já tendo atingido a máxima em 16 meses nesta sessão.
Internamente, causou boa impressão no mercado a entrada do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy na presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme confirmação da assessoria de Paulo Guedes, futuro ministro da área econômica.

Havia especulação ainda sobre uma possível continuidade de Mansueto Almeida no Tesouro e a ida de Ana Paula Vescovi, atual secretária-executiva do Ministério da Fazenda, para a presidência da Caixa.

O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 4,76 bilhões do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Bolsa – O Ibovespa fechou com leve queda ontem, após trocar de sinal diversas vezes durante a sessão, que teve menor volume negociado, com agentes financeiros ajustando posições após quedas expressivas na última semana, enquanto acompanham as movimentações relacionadas à transição de governo no país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em baixa de 0,14%, a 85.524,70 pontos, após oscilar da máxima de 86.227,44 pontos à mínima de 85.009,29 pontos. O volume financeiro somou R$ 10,67 bilhões, ante uma média no mês de R$ 15,7 bilhões e uma média no ano de R$ 11,9 bilhões.

“Foi um pregão de ajustes”, avaliou o analista Filipe Villegas, da corretora Genial. De acordo com ele, as ações brasileiras passaram por forte realização de lucros na última semana, o que deixou o Ibovespa próximo do suporte gráfico de 85.500 pontos, que Villegas considera atrativo.

Na semana passada, o Ibovespa recuou 3,1%, encerrando uma série de cinco semanas com ganhos acumulados. Alguns papéis do índice, contudo, tiveram quedas mais fortes no período, como Magazine Luiza, que caiu quase 14 % e nesta sessão foi destaque de alta. (Reuters)

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