Segmento registrou crescimento de 5% em 2018

O volume de vendas do setor de eletroeletrônicos, que representa cerca de 3,34% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, cresceu em média 5% no ano passado em relação a 2017. Os dados são da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros). Para o presidente da entidade, José Jorge do Nascimento, foi um bom desempenho, principalmente quando se leva em conta que ao longo de 2018 o setor sofreu muito com os reajustes de matérias-primas como plástico e aço, com a greve dos caminhoneiros e os problemas que se seguiram relacionados ao valor do frete e com a incerteza política das eleições, que seguraram o consumo.
A linha branca, representada principalmente por fogão, lavadora de roupa e geladeira, passou no período de 13,9 milhões de unidades para 14,6 milhões, o equivalente a um crescimento de 5%. No segmento ar-condicionado, o modelo janela saiu de 251 mil em 2017 para 416 ao final de dezembro passado, com expressivo crescimento de 65%. Já a linha split ampliou a quantidade de produtos de 3 milhões para 3,1 milhões de unidades, um aumento de 3%. “O intenso calor, associado à troca de muitos aparelhos mais antigos, explicam bem esses números”, diz Nascimento.
Na linha marrom, segundo dados da Suframa, a produção de televisores teve aumento de 1% no período, saindo de 11,3 milhões de unidades em 2017 para 11,5 milhões em 2018. “A previsão, apenas em televisores, para 2019, é de fecharmos com 12 milhões de aparelhos”, acrescentou o presidente da Eletros. Outro produto ligado ao calor acima da média, os ventiladores, passaram de 9,8 milhões de unidades para 10,4 milhões no mesmo período, o que representa aumento de 6%.
No início de 2017, a Eletros anunciou a expectativa de fechar o ano com crescimento de até 15% em 2018 e chegou a anunciar, no meio do ano, alta na produção de 14,6%. Mas, pelos fatores já alinhados, acabou tenho desempenho positivo de 5%. “Em 2019, esperamos crescer entre 5% e 10%, estamos confiantes na gradual recuperação da economia, em medidas econômicas que estão sendo anunciadas e também na aprovação das reformas, sobretudo da Previdência Social”, disse Nascimento.
A Eletros segue criticando muito o tabelamento do frete, uma das condições dos caminhoneiros para interromper a greve do ano passado: “O tabelamento não ajuda os caminhoneiros e os prejuízos acabam sendo transferidos para os consumidores. A greve acabou, mas seguimos tendo problemas com um tabelamento de frete desproporcional, que difere da realidade das nossas políticas de preços”. O impacto do tabelamento representa aumento de 186% no valor do custo de frete para o setor: “O caminhoneiro é nosso parceiro, parte do nosso negócio. Mas o tabelamento do frete veio em um momento que ninguém esperava e justo no momento da retomada do crescimento”.
Sobre a desempenho economia, o presidente da Eletros disse estar bastante otimista. “Temos certeza de que as coisas seguirão bem e que estamos no caminho correto. O Brasil precisa retomar investimentos, voltar a contratar os trabalhadores. Nesse sentido, estamos totalmente abertos ao diálogo e sempre dispostos a apoiar o governo em suas decisões”.
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