Exportações de Minas Gerais caíram 4% nos oito primeiros meses

A balança comercial de Minas Gerais encerrou os primeiros oito meses de 2023 com um superávit de US$ 15,92 bilhões. O valor ficou 1,9% maior que os US$ 15,6 bilhões registrados em igual intervalo de 2022. Entre janeiro e agosto, o Estado movimentou com as exportações cerca de US$ 26,3 bilhões, com retração de 4% frente ao mesmo período do ano passado.
Entre os principais produtos, o minério de ferro registrou queda de 7,36% no faturamento dos embarques, assim como o café, que recuou 23% no período.
De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), nos oito primeiros meses de 2023, as exportações feitas por Minas Gerais somaram US$ 26,2 bilhões ante US$ 27,4 bilhões em em igual intervalo de 2022.
Com o resultado, Minas foi responsável por 11,9% das vendas externas nacionais e ficou em terceiro lugar entre os maiores estados exportadores.
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No mesmo período, as importações mineiras caíram 11,7%, ficando em US$ 10,4 bilhões ante US$ 11,7 bilhões registrados entre janeiro e agosto de 2022.
Minas Gerais ocupa o quinto lugar entre os estados mais importadores do Brasil e respondeu por 6,39% das compras externas nacionais.
Conforme o consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, o saldo positivo de US$ 15,92 bilhões registrado nos oito primeiros meses é interessante, porém, aconteceu pela queda mais expressiva nas importações (11,7%), uma vez que as exportações também ficaram negativas (4%).
“No acumulado dos oito primeiros meses do ano, ainda acumulamos queda nas exportações, mas encerramos o período com um superávit maior. O resultado é bom, mas por motivo de queda da importação”, pondera.
Ainda segundo Brito, o resultado negativo nos embarques se deve ao café e ao minério de ferro. No caso do café, há uma demanda menor pelo grão, principalmente, dos Estados Unidos e da Europa, como a Alemanha. Já no caso do minério, a queda nos preços é um dos fatores que justificam o menor faturamento.
Com os resultados das exportações e importações, a corrente ficou em US$ 36,7 bilhões, resultando assim em uma retração de 6,3%. No mesmo período do ano anterior, a corrente estava em US$ 39,1 bilhões.
Exportações em agosto
Levando em consideração somente o mês de agosto, o resultado também foi negativo. O valor gerado com as exportações mineiras foi de US$ 3,3 bilhões, 6,1% menor ou US$ 213 milhões a menos que o registrado em igual mês de 2022, quando os embarques movimentaram US$ 3,5 bilhões.
Ainda em agosto, as importações do Estado chegaram a US$ 1,35 bilhão, queda de 19,7% ante os US$ 1,68 bilhão registrados um ano antes.
Principais destinos
Em relação aos parceiros comerciais, a China seguiu liderando. O país asiático respondeu por 39% das exportações feitas por Minas, movimentando US$ 10,3 bilhões nos primeiros oito meses do ano. O resultado ficou 2% maior.
O segundo maior parceiro foram os Estados Unidos, com as compras de produtos mineiros somando US$ 2,3 bilhões. O país, que respondeu por 8,9% dos embarques feitos pelo Estado, reduziu em 13,3% as compras ou em U$ 358 milhões.
“No caso dos Estados Unidos, a queda nos embarques se deve, principalmente, ao café. No ano passado exportamos US$ 934 milhões, valor que foi reduzido para US$ 597 milhões entre janeiro e agosto de 2023. Em quantidade, os embarques caíram de 236 mil toneladas para 161 mil toneladas”, disse Brito.
Em seguida, veio a Alemanha, com US$ 1,43 bilhão, e 5,4% de participação.
Produtos
Entre janeiro e agosto, a maior receita dos embarques foi gerada com as exportações de minério de ferro e seus concentrados. Os embarques movimentaram US$ 8,1 bilhões, resultando em uma queda de 7,36% ou de US$ 640 milhões a menos se comparado com o mesmo intervalo de 2022.
O produto é o mais exportado pelo Estado e respondeu por 31% das exportações até agosto.
Conforme o consultor de Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, a queda nos resultados do minério de ferro se deve à desvalorização da tonelada do produto.
“No minério de ferro, a gente ainda tem um valor exportado de menos US$ 640 milhões, o que resultou em um faturamento 7,4% menor. Embora o volume tenha aumentado, o preço está mais baixo. No ano passado, a tonelada estava cotada a US$ 90/US$ 93, agora está, em média, a US$ 80”, compara.
Os embarques de café apresentaram queda significativa de 23%, movimentando US$ 3,4 bilhões. O grão respondeu por 13% do faturamento das exportações estaduais nos primeiros oito meses do ano.
A soja foi o terceiro produto mais exportado. No período, o faturamento chegou a US$ 2,7 bilhões, representando, assim, uma queda de 2,56% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Os embarques de ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas foram responsáveis pela movimentação de US$ 2,4 bilhões em exportações, valor que retraiu 4,98% se comparado com o montante registrado no mesmo intervalo de 2022.
Os embarques de ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados), somaram US$ 1,09 bilhão, ficando 1,82% menor.
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