Aumenta procura por amostras de café finalistas em concurso, diz Emater

1 de dezembro de 2021 às 0h30

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Foram avaliadas 33 amostras da categoria “Café Natural” e 25 da “Café Cereja” na final | Crédito: Emater-MG/Divulgação

Os vencedores do 18º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, uma das competições mais importantes do País na área, só serão conhecidos no dia 10 de dezembro. Porém, tanto os jurados do concurso quanto os convidados especiais já adiantaram que o nível das amostras que chegaram à final estava bastante elevado.

Tanto que só de chegarem a última etapa, os produtores já observaram uma valorização e procura maior dos seus grãos. As informações são da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), uma das realizadoras do concurso.

A última etapa foi realizada anteontem, no supermercado Verdemar, em Belo Horizonte. De acordo com a Emater-MG, a comissão julgadora avaliou 33 amostras da categoria “Café Natural” e 25 amostras da categoria “Café Cereja Descascado/Desmucilado ou Despolpado”.

As amostras foram submetidas à análise sensorial, de acordo com a metodologia da Associação de Cafés Especiais (SCA), sendo observados atributos como fragrância, aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade, ausência de defeitos, doçura, finalização, equilíbrio e avaliação global.

“Eu já participo das provas do concurso há 18 anos e, a cada ano que passa, é uma satisfação muito grande ver que o produtor está procurando se qualificar mais com respeito à qualidade. A cada ano nos surpreendemos com a qualidade dos cafés participantes”, observou o provador Jorge Menezes.

“Minas Gerais é uma região com um café de alto nível, que está evoluindo cada vez mais. É uma evolução não só da qualidade do café, mas, principalmente, do paladar dos consumidores, o que é importante. Passamos nas últimas décadas de um café de batalha, o tomado todos os dias, que era o ruim, e hoje em dia temos café de alto nível, que são os melhores do mundo”, avaliou o chef francês Claude Troisgros, apresentador do programa “Que Marravilha!”, do canal GNT. Além de Troisgros, o chef Léo Paixão também participou do concurso.

Para o coordenador de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú, quem ganha e sai fortalecido com o reconhecimento e a valorização dos cafés do Estado são os cafeicultores mineiros, em sua maioria agricultores familiares (79% do total de produtores em Minas, segundo o último Censo).

“Os cafeicultores que estão como finalistas nesse concurso já estão vendendo os cafés com valores diferenciados e estão sendo muito procurados por compradores de cafés especiais”, comenta Bernardino.

Neste ano, o Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais recebeu a inscrição de 1.557 amostras, das quatro regiões produtoras de café do estado: Sul de Minas, Matas de Minas, Cerrado e Chapada de Minas. Na solenidade on-line de encerramento do concurso de café, no dia 10 de dezembro, no canal da Emater no Youtube, serão conhecidos o grande campeão estadual, além dos três primeiros colocados de cada região produtora em cada categoria. Também será destacada a cafeicultora que obtiver a melhor pontuação entre os finalistas.

Os chefs Claude Troisgros (esquerda) e Léo Paixão (direita) | Crédito: Emater-MG/Divulgação

Linha especial no Verdemar

Nos últimos anos, o Verdemar adquiriu os cafés com a melhor pontuação no concurso e criou uma linha especial com os grãos premiados. Os grãos ganhadores do concurso deste ano também serão comprados pela rede de supermercados.

“Até pouco tempo, nós brasileiros não estávamos acostumados a beber um café de qualidade. A gente só escutava que os cafés especiais iam para fora do País. Há alguns anos, o movimento de consumo dos grãos especiais ganhou força. Isso de valorizar essa premiação é uma forma da gente aprender a beber e a reconhecer um café de qualidade”, disse o diretor Comercial do Verdemar, Alexandre Poni.

O concurso é promovido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Emater-MG e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe). As informações são da Emater-MG.

Volume de café exportado cai 6,3%, mas receita cresce 7%

No período de janeiro a outubro deste ano, os cafés brasileiros foram exportados para 119 países, cujas vendas totalizaram um volume físico equivalente a 33,27 milhões de sacas de 60kg e receita de US$ 4,81 bilhões.  O volume é 6,3% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Porém, houve crescimento de 7% na arrecadação da receita na mesma base de comparação devido à valorização do dólar.

Os dados são do relatório mensal de exportações, de outubro de 2021, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e foram analisados pelo Observatório do Café e pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa.

Conforme a análise, um ranking dos maiores importadores dos Cafés do Brasil aponta que os Estados Unidos têm-se mantido tradicionalmente como principal país importador, por ter adquirido 6,46 milhões de sacas, volume praticamente similar às 6,48 milhões de sacas compradas nos dez primeiros meses do ano anterior. Com esse volume, as compras norte-americanas corresponderam a 19,4% do que foi exportado aos 119 países de janeiro a outubro deste ano.

Na sequência, aparece a Alemanha, que importou 5,47 milhões de sacas dos Cafés do Brasil, teve seu volume de importação equivalente a 16,5%, no período ora em destaque, apesar de registrar uma queda de 8,2% do número de sacas adquiridas, na comparação com o mesmo período anterior.

Na terceira colocação, destaca-se a Itália, com a compra de 2,38 milhões de sacas, cujo volume físico representa uma queda de 7,7%; Bélgica, em quarto, com 2,27 milhões (-22,6%); e Japão, em quinto, com a aquisição de 2,074 milhões de sacas, volume que registrou um acréscimo expressivo de 12,5% na compra dos cafés brasileiros nos períodos comparados.

Ainda conforme a análise, o café da espécie arábica foi o mais exportado, nos dez primeiros meses de 2021, com a venda do equivalente a 26,77 milhões de sacas, as quais corresponderam a 80,5% do total.

O relatório também informa que o café canéfora (robusta e conilon) teve 3,25 milhões de sacas embarcadas, o que representou 9,8% do total exportado no período, além dos segmentos do produto na forma de café solúvel, com 3,21 milhões de sacas (9,7%), e café torrado e torrado e moído, com 37.540 sacas (0,1%).

Somente o mês – Exclusivamente no mês de outubro de 2021, o relatório do Cecafé mostra que as exportações brasileiras totais de café atingiram 3,43 milhões de sacas de 60 kg, o que representou uma queda de 23,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Contudo, com relação à receita cambial, essas exportações tiveram um crescimento de 11,3% na mesma comparação, saltando de US$ 564,7 milhões para US$ 628,5 milhões.

Por fim, vale destacar nesta análise, de acordo com os dados CECAFE, que dois países produtores de café também foram destinos importantes das exportações dos Cafés do Brasil, como é o caso da Colômbia, com a aquisição de 945,70 mil sacas, de janeiro a outubro de 2021, performance que representou substancial alta de 56,7% em relação às compras feitas no mesmo período anterior. E o México, que aparece com a importação de 787,48 mil sacas, apesar de representar uma queda de 12,5%, na mesma base comparativa.

VBP do grão é estimado em R$ 38,6 bilhões

A receita bruta total estimada para os Cafés do Brasil, com base em pesquisa realizada tendo como referência os preços médios recebidos pelos produtores de janeiro a outubro deste ano 2021, foi estimada em R$ 38,6 bilhões, valor que representa um decréscimo de 5,9% em relação ao faturamento de 2020, que foi de R$ 41 bilhões.

Da receita bruta deste ano, R$ 29,6 bilhões estão previstos para os cafés da espécie arábica, o que corresponde a 77% do total calculado, e R$ 9 bilhões para os cafés conilon, cifra que equivale a 23% do valor bruto da produção (VBP), exclusivamente do café.

Os dados foram divulgados pela Embrapa-Café, com base no último levantamento sobre o valor bruto de produção do agronegócio, da Secretaria Nacional de Política Agrícola.

Conforme também consta do VBP, o prognóstico da safra de café 2022 permite inferir que o setor deverá ter um faturamento bruto de R$ 52,2 bilhões, o que corresponderá a um acréscimo de 35,4% em relação à safra 2021. Assim, em 2022, caso se confirme tal previsão, ou seja, se a receita das lavouras atingir R$ 803,6 bilhões, o café com esse montante citado corresponderá a 6,5% desse total, elevando a sua participação em 1,5% do VBP das lavouras.

Nesse contexto, o café se destaca na quarta posição em termos de geração de receita, perdendo apenas para a soja, o milho e a cana-de-açũcar, tendo em vista que o faturamento das 17 lavouras utilizadas no cálculo do VPB totaliza R$ 757,2 bilhões. As informações são da Embrapa café.

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