Preços de hortaliças e frutas ficam mais caros com efeitos climáticos

17 de setembro de 2021 às 0h30

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Em agosto, o preço da banana na Ceasa Minas apresentou um aumento de 40,85% | Crédito: Elaine Moreira/Agência Minas

O clima continua prejudicando a oferta de hortaliças e frutas e provocando alta em importantes itens. Em agosto, as geadas registradas em julho, a seca e as altas temperaturas afetaram a produção de hortaliças e frutas em Minas Gerais.

De acordo com os dados do 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na comparação de agosto com julho, foram verificadas altas em importantes produtos comercializados na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas). 

Entre os maiores incrementos estão itens de grande peso na composição da inflação, como a batata (29,75%), banana (40,85%) e laranja (19,11%).

O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen, explica que os preços dos alimentos tendem a se estabilizar com o tempo. O momento atual é incerto, já que está havendo uma retomada da economia, o que estimula a demanda em um período em que a oferta foi comprometida pelo clima desfavorável.

“Estamos entrando em fase de retomada da economia e que afeta todos os setores, inclusive o de hortifrútis. Tivemos as geadas que afetaram as produções e causaram uma série de mudanças de oferta e já sentida em vários estados. Os produtos alimentícios que compõem a cesta básica tiveram alta e, hoje, temos um novo patamar de preços. Ainda existe uma pressão dos preços, mas vemos um horizonte mais promissor em termos de preços e equilíbrio de oferta e demanda, gerando um mercado mais estável. Estamos em processo de transição e estamos evoluindo bem”. 

Em Minas Gerais, de acordo com o boletim, a batata apresentou o maior índice de aumento entre as hortaliças. O movimento de alta também foi verificado nas principais centrais de abastecimento do País.  No Estado, o preço médio subiu 29,75% de julho para agosto, com o quilo comercializado, em média, a R$ 1,57. Minas Gerais é responsável por 30% do abastecimento do mercado nacional. 

Segundo o técnico de Planejamento da Conab, Aníbal Fontes, as geadas prejudicaram, principalmente, as lavouras que se encontravam em desenvolvimento e que seriam responsáveis pelo abastecimento neste período, sustentando a alta também nos primeiros dias do mês de setembro.

“A batata foi o destaque em aumento de preço. A oferta ficou menor em agosto, principalmente, pelas geadas que de imediato provocaram redução no índice de colheita e também de distribuição da batata para o mercado”.

Entre as principais hortaliças, também foi observada alta nos preços da alface, 21,39%, com o quilo negociado a R$ 4,37.

“Estamos com uma oferta menor no mercado. Com o aumento das temperaturas, a demanda pela alface cresceu, impulsionando os preços. A alta não foi maior pelo menor poder de compras da população. Setembro registra estabilidade e quedas de preços”, disse Fontes.

Altas também nos preços do tomate e da cebola. No caso do tomate, o quilo, em agosto, foi negociado a R$ 2,28, representando um avanço de 4,11% sobre julho. A cebola foi negociada a R$ 1,35, alta de 4,65%.

Segundo Fontes, a alta no preço do tomate é resultado da menor oferta, já que regiões produtoras foram afetadas pelas geadas e baixas temperaturas. No caso da cebola, Fontes destaca que a oferta do produto está bem pulverizada e mesmo com a alta, os preços continuam em patamares baixos.

“Os preços ainda continuam em níveis baixos, mesmo com o movimento de alta, o que pode causar desestímulo ao produtor e provocar redução de safra em 2022. Minas abastece cerca de 20% mercado”.

Dentre os principais produtos pesquisados em Minas Gerais, somente na cenoura foi verificada queda de preços. O quilo foi comercializado a R$ 1,40, redução de 11,95%. 

“A oferta a partir da região de São Gotardo aumentou em 20% e fez com que os preços cedessem em parte dos mercados, em especial no próprio estado de Minas Gerais”.

Frutas

O clima desfavorável provocou elevação nos preços das principais frutas. De acordo com os dados da Conab, na Ceasa Minas, o preço da banana subiu 40,85% em agosto, com o quilo negociado a R$ 2,31. 

Se no início de agosto, o tempo frio provocou atraso da maturação da banana, no final do mês e início de setembro, as altas temperaturas aceleraram o amadurecimento no Norte de Minas. Por isso, existe a tendência de elevação na oferta, visto que os produtores evitarão sobras no campo, o que significará preços mais estáveis ou até menores a serem pagos no varejo.   

Aumento de 19,11% foi verificado no quilo (R$ 1,87) da laranja. As geadas e a seca prolongada, que se abateram em fins de julho e início de agosto, influenciaram na produção de frutas menores e murchas (diminuição da qualidade) e ajudaram na no aumento dos preços.

O mamão foi negociado a R$ 2,05 por quilo, valor 9,04% maior. Segundo a Conab, houve diminuição da produção de mamão e o cenário é favorável para a exportação, o que pode sustentar os preços. 

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