Premiação do Cerrado Mineiro é vitrine para cafés de qualidade

Certame promovido pela Federação dos Cafeicultores da região está com inscrições abertas

10 de agosto de 2022 às 0h30

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Crédito: Divulgação

A cafeicultura é uma das principais atividades econômicas em Minas Gerais. Com o objetivo de valorizar os produtores do tradicional grão mineiro e promover a região, a Federação dos Cafeicultores do Cerrado realiza, este ano, a 10ª edição do Prêmio Região do Cerrado Mineiro. O certame é considerado uma vitrine para os melhores cafés e uma oportunidade para que os cafeicultores agreguem valor aos lotes premiados e  se tornem referência em qualidade no mundo. A estimativa é receber cerca de 400 amostras. 

Na edição anterior, o leilão dos vencedores movimentou cerca de R$ 1 milhão e a saca de café mais cara foi vendida a R$ 55 mil.

Produtores associados às cooperativas e associações da região do Cerrado mineiro e que sejam credenciados à Federação dos Cafeicultores do Cerrado podem fazer as inscrições até o dia 16 de setembro. A divulgação dos cafés premiados está prevista para 30 de novembro. 

De acordo com o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal, a 10ª edição do prêmio vem celebrar um marco importante para a região: os 50 anos de produção de café na Região do Cerrado e 30 anos da federação. 

Tarabal explica, ainda, que a disputa é importante e tem o objetivo de reconhecer os cafeicultores da Região do Cerrado. “O prêmio reconhece e valoriza o trabalho dos cafeicultores nos 55 municípios que compõem a Região do Cerrado. Além disso, ele tem o  propósito de promover a nossa Denominação de Origem, a primeira conquistada para café no Brasil, e levar nossa marca ao consumidor”, diz.

Vitrine

O prêmio, que já é referência para os compradores do mercado nacional e internacional, também seleciona e mostra para o mercado os melhores cafés da safra.

“Com o prêmio também celebramos a nossa safra, que este ano foi muito difícil em função das condições climáticas. Os impactos da geada de 2021 estão sendo sentidos agora e houve uma diminuição muito grande da nossa produção”.

De acordo com Tarabal, em um ano de clima favorável e bienalidade positiva, a produção na Região do Cerrado tem um potencial de chegar a cerca de 8 milhões de sacas de 60 quilos, mas, neste ano, que também é de safra cheia, a colheita deve ficar próxima a 4 milhões de sacas.

Apesar da menor produção, a qualidade do café foi favorecida e o concurso deve ter mais amostras inscritas. Na edição de 2021, foram 348 inscrições e, para este ano, são esperadas em torno de 400.

“Apesar das perdas, os produtores da região estão registrando uma qualidade muito boa. Por isso, mesmo com uma safra menor que a esperada, acreditamos que teremos mais inscrições e bons resultados”.

O Prêmio Região do Cerrado Mineiro, que já é referência para os compradores do mundo, tem grande importância para os cafeicultores da região. Através do certame se reconhece o trabalho e os melhores cafés, o que gera uma grande agregação de valor aos lotes premiados. Além disso, os cafeicultores passam a ser reconhecidos pela qualidade diferenciada do café e procurados pelos mercados mais exigentes e que pagam mais pelos grãos.

Segundo Tarabal, o leilão dos lotes premiados, no ano passado, teve a saca mais cara vendida a R$ 55 mil. 

“No leilão, o valor médio por saca ficou em R$ 14 mil, 10 vezes maior que o preço de mercado, que no período era de R$ 1,4 mil por saca. Ao todo, tivemos 25 compradores do mercado nacional e internacional. O prêmio é uma vitrine, porque, além do produto premiado ser vendido a valores mais altos, o cafeicultor se torna conhecido do mercado. Com isso, a agregação de valor se reverbera no resto da produção e o cafeicultor vira referência, com os mercados buscando mais por ele”. 

Premiação

O Prêmio do Cerrado é dividido em três categorias: Café Natural, Cereja Descascado e Fermentação Induzida. O produtor poderá inscrever até duas amostras, sendo uma na categoria Natural ou Cereja Descascado, adicionando mais uma amostra na categoria Fermentação Induzida.

Uma das novidades da 10ª edição é que o prêmio vai reconhecer também as mulheres, cada vez mais atuantes no segmento do café. Entre as amostras inscritas, as três melhores produzidas por mulheres ou as três melhores produtoras serão reconhecidas com o Troféu Mulher de Atitudes.

Outra inovação desta edição está relacionada ao aspecto social. Todo ano, cerca de 10% do valor arrecadado com o leilão é destinado a projetos que beneficiam a sociedade. Este ano, 70% do recurso voltado para a ação social serão destinados às escolas e os 30% restantes para as obras do primeiro Hospital de Amor de Minas Gerais, iniciadas pelo Hospital do Câncer de Patrocínio “Dr. José Figueiredo”.

Serão premiados produtores do primeiro ao terceiro lugar para cada uma das categorias, tendo como competidores os melhores cafés finalistas de cada cooperativa. Os vencedores serão premiados com R$ 5 mil pelo primeiro lugar, R$ 3 mil pelo segundo e R$ 2 mil pela terceira posição, em cerimônia a ser realizada no dia 30 de novembro em Uberlândia.

O que é a Região do Cerrado Mineiro?

A Região do Cerrado Mineiro completa 50 anos em 2022. A RCM conta com 4.500 cafeicultores, distribuídos por 55 municípios, que se reinventam a cada nova safra, a cada nova geração. A área de produção é de 255 mil hectares e é responsável por 12,7% da produção brasileira de café e 25,4% da produção mineira.

A perfeita definição das estações climáticas, com verão quente e úmido e inverno ameno e seco é uma característica da região. Os cafeeiros são cultivados em áreas com altitude variando entre 800 e 1.300 metros e o resultado são cafés com identidade única e alta qualidade. Os cafés da região têm como características aroma intenso, com notas variando de caramelo a nozes; acidez delicadamente cítrica; corpo moderado a encorpado; sabor adocicado com aspecto de chocolate e finalização de longa duração.

Receita de exportações dispara 40%

As exportações brasileiras de café somaram 2,476 milhões de sacas de 60 kg em julho, primeiro mês do ano safra 2022/23, volume que implica recuo de 14,9% frente aos 2,909 milhões registrados no mesmo mês de 2021. Em receita, as remessas renderam US$ 583,7 milhões, com incremento de 40,3% no mesmo comparativo. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgado ontem.

O presidente da entidade, Günter Häusler, avalia que o desempenho de julho reflete a continuidade dos gargalos logísticos e a demanda aquecida da indústria nacional por robustas e conilons.

“Os fabricantes brasileiros de café torrado e moído e de solúvel têm mantido forte demanda pelos canéforas em seus blends, e não podemos esquecer que, apesar de uma melhora branda, ainda persistem os entraves no comércio marítimo global”, comenta.

Recordando que a entrada das safras novas se dá, com peso maior, a partir do mês de agosto, ele acredita que um leve atraso nos trabalhos de cata, registrado no início da colheita do ciclo atual, e a comercialização um pouco mais lenta também podem ter impactado o desempenho em julho.

“A colheita, hoje, encontra-se em ritmo normal, mas o atraso ocorrido nos meses anteriores afetou de maneira leve a exportação. Além disso, as fortes e recentes oscilações ocorridas nos preços, aliadas à continuidade da guerra e às incertezas relacionadas à macroeconomia global, têm reduzido a dinâmica da comercialização, fazendo com que os produtores analisem os melhores cenários para realizar as vendas”, completa Häusler.

Em relação à receita, o presidente do Cecafé explica que resulta dos elevados níveis dos preços internos e externos do produto, além da taxa de câmbio favorável. “Destaca-se, também, a competência dos profissionais de logística dos exportadores brasileiros, que, frente aos elevados custos de frete e menor disponibilidade de contêineres e espaço nos navios, encontram formas para o Brasil seguir honrando seus compromissos internacionais. No mês passado, por exemplo, houve mais uma exportação via break bulk”, conclui.

De janeiro ao fim de julho deste ano, os Estados Unidos lideraram o ranking das exportações nacionais de café. Os norte-americanos importaram 4,659 milhões de sacas, volume 2,9% superior aos 4,526 milhões comprados no mesmo intervalo de 2021 e que correspondeu a 20,8% dos embarques totais do Brasil em 2022.

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