Produtividade cresce nas fazendas leiteiras que usam mais tecnologias

29 de junho de 2021 às 0h28

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O Índice Ideagri aponta ganho na produção de leite com o melhoramento genético | Crédito: Nacho Doce /Reuters

O aprimoramento da gestão e do manejo aliado ao uso de tecnologias e do melhoramento genético tem contribuído para que a produtividade média das fazendas leiteiras do Brasil aumente. De acordo com a 10ª edição do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB), o crescimento ocorre com maior variação nas fazendas mais eficientes.

Em três anos, a produtividade das unidades que souberam utilizar melhor os recursos disponíveis avançou 2,3 vezes mais rápido que nas demais. Os cuidados e a gestão são os diferenciais, já que entre as fazendas avaliadas estão propriedades de todos os portes.

Conforme os dados, foram analisadas 1.144 propriedades que utilizam o sistema de gestão da Ideagri. O IILB indicou que enquanto a produção diária por animal das fazendas posicionadas entre as 10% mais produtivas aumentou 11,1% desde 2018, nas demais fazendas analisadas o índice cresceu, em média, 4,9% no mesmo período.

Nos 12 meses (entre abril de 2020 e março de 2021), a produção das 10% melhores unidades produtivas do IILB-10 alcançou a média de 29,81 quilos de leite por animal por dia, contra 26,84 quilos de leite por animal por dia dos 10% melhores de 2018. Já analisando a média de produção de todas as fazendas avaliadas no IILB-10, a produtividade foi de 23,73 quilos de leite por animal por dia, contra a média de 22,62 quilos de leite por vaca por dia do total das propriedades avaliadas em 2018.

A análise de dados feita pela Ideagri mostrou que as fazendas mais eficientes do IILB-10 registraram, nos últimos 12 meses, uma produtividade 26% maior por animal frente à média de produção registrada no mesmo período pelas demais propriedades que compõem os dados desta edição do índice. 

De acordo com a diretora de operações da Ideagri e editora do IILB, Heloise Duarte, o crescimento mais expressivo nas fazendas do Top 10% é resultado do maior cuidado com o manejo, genética, tecnologias e aprimoramento da gestão.

Possível para todos 

Ela ressalta ainda que o ganho de produtividade é possível para todos os portes de produtores e que, muitas vezes, pequenas ações de manejo e cuidados diversos já podem contribuir para a melhoria dos resultados. Dentre as fazendas mais eficientes estão unidades de pequeno, médio e grande portes. 

“A produtividade dos rebanhos leiteiros tem aumentado. Mas, entre as unidades mais eficientes, o avanço é maior que a média geral. Isso mostra que é sempre possível obter resultados melhores. Acho que este indicador serve de estímulo para os pecuaristas melhorarem ainda mais. Temos feito vídeos, materiais de apoio, divulgado informações para que os produtores conheçam os processos e possam identificar ações que possam ser usadas para melhorar a produtividade. Muitas vezes, pequenas mudanças no manejo e no controle do rebanho e da unidade produtiva podem fazer grande diferença”, explicou.

Com a evolução, o índice do Brasil ficou em 4,45 pontos em uma escala de 0 a 10 pontos. Em 2018, o índice estava em 3,97 pontos. Em Minas Gerais, a pontuação na média geral está em 4,49 pontos e, entre as 10% mais eficientes, em 7,17 pontos. 

“Os resultados estão avançando, mas ainda existe muito espaço para crescer”, explicou Heloise. 

Cuidados com rebanho

Ainda segundo a diretora de operações da Ideagri e editora do IILB, entre as medidas adotadas nas fazendas e que vêm contribuindo para o aumento da produtividade estão os cuidados com o rebanho. Entre eles, o monitoramento do ciclo produtivo das fêmeas para que reproduzam no período correto, reduzindo os gastos e proporcionando uma maior produtividade dos animais.

Os cuidados com a alimentação, manejo e a sanidade também são essenciais, já que as vacas crescem sem adoecer e podem expressar o maior potencial genético. Com a alimentação adequada, respondem corretamente ao ciclo de reprodução e também apresentam maior produtividade. Estes cuidados também são essenciais para a redução do índice de mortalidade. 

Outras ações importantes são o gerenciamento e acompanhamento dos dados do rebanho, que, quando feitos de maneira correta, podem identificar problemas e necessidades mais cedo, permitindo a correção. 

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