Biodiesel: mistura B11 fica para o 2º semestre

5 de abril de 2019 às 0h02

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Crédito: Alisson J. Silva / Arquivo DC

São Paulo – A mistura obrigatória de 11% de biodiesel no diesel consumido no Brasil deve ficar para o segundo semestre deste ano, em mais um atraso ante as previsões iniciais, disse ontem o economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan Amaral.

Ele explicou que foram realizados 45 testes pela indústria automotiva com o chamado B15, ou seja, o diesel com 15% de biodiesel. Do total, três análises apresentaram “inconformidades não conclusivas”, comprometendo o cronograma para misturas intermediárias, como o B11.

A recomendação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) contra o B15 foi feita em fevereiro, o que resultou em atraso para a entrada do B11, prevista para junho.

O Leilão de Biodiesel realizado ontem pela ANP, visando o fornecimento a partir de junho, não considerou o diesel com 11% de biodiesel, um combustível renovável feito principalmente com óleo de soja no Brasil.

“Não vai ser para junho, porque o leilão já está acontecendo hoje (ontem). Vai ficar para o segundo semestre, porque foram apenas três testes, e três testes com inconformidades não conclusivas”, comentou Amaral nos bastidores de evento sobre o setor de combustíveis em São Paulo, sem apontar uma data.

Ainda assim, ele aposta que há espaço para o B11 ainda neste ano, mesmo após esses percalços. “Na nossa visão, dá para seguir com o B11”, disse ele, sem dar indicações de quando seria.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou em outubro do ano passado um cronograma que previa entrada em vigor do B11 em junho deste ano, elevando-se a mistura gradativamente até o B15 em 2023. Anteriormente, a expectativa já era de que o B11 valesse já em março de 2019.

As principais associações representativas do setor de biodiesel no Brasil – Abiove, Aprobio e Ubrabio – já divulgaram documento em que dizem que um eventual atraso na implantação do B11 afetaria todo o cronograma de misturas e poderia até atrapalhar o RenovaBio, a nova política nacional de biocombustíveis.

Cálculos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) apresentados por Amaral durante o evento em São Paulo mostram que o Brasil tende a importar cerca de 77 bilhões de litros de diesel nos próximos nove anos, um volume “que representaria custo de US$ 36 bilhões, isso a preços atuais”.

Nesse sentido, ele defende o maior uso de biodiesel na matriz energética nacional, pois reduziria a necessidade de importação de diesel e agregaria valor no Brasil, gerando emprego e renda. (Reuters)

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