Cai a confiança dos pequenos empresários em MG

25 de junho de 2022 às 0h28

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Crédito: Adobe Stock

Diminuiu de 121 pontos para 114 pontos o parâmetro de confiança dos pequenos empresários do Estado no mês de maio, de acordo com pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas). O resultado é efeito direto da inflação, dos altos juros e da falta de previsibilidade em relação às disputas eleitorais no País.

O levantamento do Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) foi realizado com números comparativos ao mês de abril, em que foram analisados tanto o quadro atual quanto as expectativas para o médio prazo. O estudo ouviu, entre os dias 4 e 13 de maio, o total de 1.001 empresários de pequenos negócios em todas as regiões de Minas Gerais.

De acordo com a analista de inteligência empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia, eventos como a elevação da inflação e das taxas de juros foram os dois índices mais apontados pelos pequenos empreendedores, dos quais estão atrelados aos negócios com um perfil mais volátil.

“Tivemos no início do ano o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), e os nossos indicadores do Iscon acompanharam esse crescimento até abril. Porém, percebemos uma piora na expectativa para os meses de junho, julho e agosto, sobretudo porque a inflação tem dificultado e muito o poder de compra da população, assim como da dificuldade em negociação de preços, e a polarização em relação às eleições”, destaca.

Fatores analisados

De acordo com a analista, a pesquisa engloba questionamentos a respeito de investimento produtivo para empresas, faturamento, emprego, expectativa do ramo de negócio e a expectativa em relação ao desempenho econômico em Minas Gerais.

“Os empreendedores acabam sendo bastante afetados, pois são perfis que recorrem muito aos empréstimos e a taxa de juros segue disparada, com tendência de alta até o fim do ano. Um cenário preocupante também está associado à realidade em que os Estados Unidos e a Europa elevaram as suas taxas de juros para combater a inflação por lá, assim como a China fez o mesmo para combater o (efeito do) lockdown. Esses fatores pressionam o Brasil a manter os preços altos para atrair capital. Então, o receio e insegurança são maiores”, disse.

Paola La Guardia explicou também que o Índice de Situação Recente (ISR), do qual aponta a percepção dos pequenos empresários sobre a produtividade nos últimos três meses, teve baixa de 85 para 81 pontos. Já o Índice de Situação Esperada (ISE), que compreende as expectativas em relação ao trimestre seguinte, ficou em 131 pontos, oito abaixo do registrado em abril.

Queda

A pesquisa apresenta ainda que os investimentos produtivos caíram em 3,5%, afetando o crescimento no longo prazo. “Esses investimentos são feitos pelas empresas em ativos fixos, que é quando uma unidade produtiva decide adquirir um maquinário, equipamento ou uma infraestrutura para resultados em ganhos. Mas quando ocorre queda em investimentos produtivos, consequentemente, isso quer dizer menos qualificação, produtividade e inovação”, diz a especialista.

Os dados apontam que a queda de confiança ocorreu em todas as atividades, mas somente o comércio mostrou uma maior variação negativa, de nove pontos: de 125 declinando para 116. A menor variação da confiança foi registrada na construção civil, que fechou maio com um Iscon de 117 pontos, dois a menos que em abril. O Iscon da indústria foi de 114, uma queda de cinco pontos, e o de serviços foi de 112 pontos, sete abaixo do registrado no mês anterior.

Empregos

Quanto às expectativas que giram em torno de possibilidade de aumento, estabilidade ou diminuição em contratações de empregados, o estudo mostra que 62% dos entrevistados informaram que não pretendem alterar o quadro de colaboradores. Já 31% acredita em gerar novos postos de trabalho. No entanto, apenas 7% dos empreendedores disseram que pretendem realizar cortes. 

Soluções

Diante de um cenário econômico que provoca incertezas e menos confiança na atuação, a analista Paola La Guardia destaca que é preciso muita cautela para que o negócio não seja prejudicado, afinal, em momentos de crise, uma das primeiras decisões por parte dos empreendedores é fechar o negócio.

“A dica é ter cautela ao fazer empréstimos. Para isso é realmente muito necessário analisar se é uma boa hora para essa alternativa, mas, se realmente for preciso, sugiro fazer uma pesquisa sobre as instituições financeiras para encontrar as melhores taxas de juros. Além disso, muitos se esquecem de usar a sua conta jurídica, que é uma facilitadora para obter melhores condições nestas horas”, aconselha.

“Outra decisão a se fazer é buscar uma capacitação que possa garantir mais confiança como gestor de processos financeiros, administrativos, ou até mesmo em relação ao próprio marketing. O Sebrae oferece esses suportes com o apoio dos nossos consultores em diversas áreas. É preciso buscar sempre o conhecimento”, conclui.

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