Parte da atividade da mineração que foi paralisada após a tragédia da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não deve ser retomada. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, cerca de 40 milhões de toneladas de minério – o que corresponde à metade da produção que está parada atualmente e a 20% da produção total do Estado – não devem voltar a ser produzidas pelas mineradoras.
“Tem mina que não vai retornar. Mas a grande maioria vai retomar e está com o processo de mineração a seco adiantado”, disse.
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De acordo com levantamento da Fiemg, a redução da atividade das mineradoras diminuirá a produção de minério em 90 milhões de toneladas/ano até 2020 e de 65 milhões de toneladas em 2021.
Roscoe informou ainda que a previsão de retorno da atividade das minas paradas deve ser analisada caso a caso e depende do novo marco regulatório, liberações do Ministério Público, do Judiciário e da Agência Nacional de Mineração (ANM).
No caso da mina Brucutu, a Fiemg espera que a Justiça volte atrás e, ainda nesta semana, libere novamente as operações da mina em São Gonçalo do Rio Abaixo. Já para a Samarco, em Mariana, a expectativa é de retomada das atividades no segundo semestre de 2020, com operações a seco. Ele reforçou que os investimentos na mineração continuam, inclusive para adequação às novas normas.
Vale – O deputado federal Diego Andrade (PSD) defendeu que parte dos investimentos em projetos estruturantes que podem minimizar as perdas para o Estado geradas pela queda da mineração seja feita pela própria Vale. “Parte desses investimentos pode e deve vir sim da mineração”, afirmou.
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Como exemplo ele citou que a Vale está investindo R$ 150 milhões em uma adutora para Pará de Minas, cidade cujo abastecimento foi afetado pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Ele reforçou que tais investimentos não excluem a responsabilização dos responsáveis pela tragédia. “A parte criminal tem que ser punida de forma severa”, disse.
O senador Antonio Anastasia (PSDB) ponderou que os novos investimentos na mineração ocorrerão sob nova regulamentação que já foi aprovada no Senado e está em tramitação na Câmara dos Deputados.