Comércio tem resultado negativo em Minas Gerais
14 de fevereiro de 2019 às 0h05
Enquanto as vendas do varejo nacional avançaram 2,3% em 2018 sobre o ano anterior, os níveis de comercialização em Minas Gerais ficaram praticamente estáveis, registrando baixa de -0,1% na mesma base de comparação, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quando considerado o comércio varejista ampliado, a alta anual da média brasileira foi de 5% e a estadual de 3%, sempre em relação a 2017.
Segundo o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Guilherme Almeida, os resultados refletem o comportamento do consumidor e nem sempre acompanham uma tendência de uma região para outra. No caso de Minas, conforme ele, foram observadas condutas de maior cautela em determinados segmentos, como móveis e eletrodomésticos e combustíveis.
“Trata-se do hábito de consumo da população, que pode variar de um lugar para outro. A média nacional considera o apanhado de diversas localidades, enquanto que isoladamente, cada estado tem um comportamento próprio. Minas Gerais, no caso, mostrou um maior cuidado por parte dos consumidores”, explicou.
Setores – Entre os setores avaliados, a maior baixa no volume de vendas no Estado ocorreu no setor de móveis e eletrodomésticos (-19,5%), seguido por combustíveis e lubrificantes (-17,6%). Outros artigos de uso pessoal e doméstico também apresentou recuo de -11,8% e livros, jornais, revistas e papelaria de -5,6%.
Na outra ponta, avançaram nos níveis de comercialização, os grupos de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (12,7%), hipermercados e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (9,8%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (6,6%).
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Dezembro – Já quando considerado apenas o último mês do ano passado, o comércio varejista mineiro apresentou recuo de 4,2% no volume de vendas em relação a novembro, na série com ajuste sazonal. No Brasil, registrou-se também, no mesmo tipo de comparação, uma taxa negativa de 2,2%. Cabe destacar que, das 27 unidades da federação, 26 registraram resultados negativos em dezembro na comparação com o mês imediatamente anterior.
Neste caso, conforme Almeida, a justificativa está na antecipação das compras dos consumidores. “De uns anos para cá, o consumidor brasileiro tem se habituado a fazer parte de suas compras de Natal em novembro, aproveitando as promoções do Black Friday. Isso acaba refletindo nos níveis de comercialização do último mês do ano”, explicou.
Já frente a dezembro de 2017, a variação das vendas do comércio varejista de Minas foi de -6,7%, mais uma vez, bem abaixo do nível nacional, que teve alta de 0,6%.
Em termos de segmentos, a maior queda no Estado foi observada em outros artigos de uso pessoal e doméstico (-30,1%). Combustíveis e lubrificantes teve baixa de 20,1% no mês e livros, jornais, revistas e papelaria de 15,8%.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve a alta mais expressiva para este tipo de comparação: 10,1%.
Considerando o varejo ampliado, foram registradas altas de 5% e 3% no fechamento de 2018 para o Brasil e Minas Gerais, respectivamente. No Estado, a principal contribuição veio da venda de veículos, motocicletas, partes e peças, com incremento de 19,6%. O item material de construção apresentou alta de 4,7% no mesmo tipo de confronto.