Embora os empresários da construção civil continuem otimistas, o Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) registrou mais uma baixa em junho, chegando aos 50,8 pontos. Em relação ao mês anterior, houve recuo de 1,2 ponto. Já frente ao mesmo mês de 2018, o indicador foi 7,7 pontos superior e o mais elevado para o período em sete anos.
Os dados são de levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
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Conforme o coordenador sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti, o resultado do mês se aproximou da linha divisória dos 50 pontos, o que significa que a confiança está menor entre os empresários do setor.
“No ano passado, as expectativas do empresariado estavam pautadas pelas eleições. Passado o período, no início deste ano, o otimismo passou a ser depositado na recuperação da economia e, logo em seguida, na aprovação das reformas estruturais do País, especialmente a da Previdência. Este movimento indica que somente teremos uma mudança na curva da confiança quando tivermos algo mais concreto sobre o pleito”, explicou.
Assim, segundo o levantamento, o índice de condições atuais ficou inalterado entre maio e junho, com 42,6 pontos. Ao permanecer abaixo dos 50 pontos, o indicador apontou empresários da construção insatisfeitos com as condições atuais de negócio pelo quarto mês seguido. No entanto, o índice foi 5,6 pontos superior ao verificado em junho de 2018 (37 pontos) e o melhor para o mês em seis anos.
O indicador de expectativas para os próximos seis meses também recuou. Foi 1,9 ponto menor em relação a maio (56,8 pontos), registrando 54,9 pontos em junho. Apesar das perspectivas continuarem positivas pelo nono mês seguido, houve um arrefecimento do otimismo dos empresários, conforme queda de 11,1 pontos acumulada pelo índice ao longo do primeiro semestre. Por outro lado, o resultado foi 8,6 pontos superior ao de junho de 2018 (46,3 pontos) e o mais elevado para o mês em sete anos.
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Nível da atividade – De maneira semelhante, a Sondagem Industrial da Construção de Minas Gerais revelou que, em maio, o indicador de atividade da construção caiu 2,8 pontos na comparação com abril (45,7 pontos) chegando a 42,9 pontos. Houve queda intensa da atividade no mês, já que o índice se distanciou ainda mais dos 50 pontos – fronteira entre recuo e elevação. Já sobre maio de 2018 (42,7 pontos), foi observada leve alta de 0,2 ponto e foi o mais elevado para o mês em cinco anos.
Para Furletti, a lenta recuperação da economia está postergando os investimentos que o País tanto necessita e que alavancarão ainda mais o desenvolvimento. Ele lembrou que apesar de a necessidade de aportes ser latente, os mesmos somente ocorrerão quando for retomado o ambiente de confiança do setor empresarial.
“As perspectivas estão em compasso de espera e dependem da agenda de reformas do País”, reiterou.
O indicador de atividade em relação à usual decresceu 7 pontos entre abril (33,9 pontos) e maio (26,9 pontos) e seguiu apontando nível de atividade inferior ao habitual para o mês. Frente a maio do ano passado (25,2 pontos), o índice avançou 1,7 ponto.
O indicador de evolução do número de empregados recuou 0,7 ponto em relação a abril (43,4 pontos), registrando 42,7 pontos no quinto mês do ano. Com a queda, o índice apontou retração mais acentuada do emprego. O indicador também foi inferior ao apurado em maio de 2018 (43,3 pontos).
Por fim, os empresários da construção estimam que o nível de atividade irá aumentar nos próximos seis meses. Porém, o indicador – que chegou a atingir 60,8 pontos em fevereiro – oscilou ao longo do primeiro semestre e registrou 53,4 pontos em maio, valor mais próximo do nível neutro dos 50 pontos.