Rio de Janeiro – O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 3,9 pontos em janeiro, passando para 92,8 pontos. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), que calcula o indicador, este é o menor nível desde junho de 2021, quando registrou 92,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 1,1 ponto.
A piora na percepção dos empresários sobre o momento atual e nas expectativas em relação aos próximos meses contribuíram para a retração do ICST no mês. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) teve queda de 2,1 pontos, chegando a 90,7 pontos. O patamar é o menor nível desde julho do ano passado, que registrou 89,4 pontos.
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A queda do ISA-CST resultou da combinação do movimento negativo do indicador de carteira de contratos, que recuou 2,4 pontos, passando para 91,4 pontos, com a piora do indicador que mede a situação atual dos negócios, que recuou 1,9 ponto, atingindo 90,1 pontos. De acordo com o Ibre, os dois retornaram ao menor nível desde julho de 2021.
A coordenadora de Projetos da Construção do FGV-Ibre, Ana Maria Castelo, informou que em dezembro a alta da confiança das empresas da construção tinha destoado da percepção mais negativa que prevaleceu nos demais setores.
Segundo Ana Maria, esse comportamento foi fortemente corrigido em janeiro e o indicador revelou um pessimismo mais acentuado em relação à demanda prevista para os próximos meses. “Certamente o ambiente de mais incertezas com a evolução da pandemia e de taxas de juros maiores deve ter contribuído para a reversão do humor”.
A coordenadora destacou que em 2021 a construção civil foi favorecida pelo mercado imobiliário. “Vale lembrar que a retomada da construção ganhou fôlego em 2021 com o desempenho positivo do mercado imobiliário. As vendas e lançamentos cresceram impulsionados por taxas de crédito, que em agosto atingiram um piso histórico. A mudança de cenário terá impactos sobre os novos negócios em 2022”, disse.
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O sentimento do futuro também não está bom. O Índice de Expectativas (IE-CST) registrou retração de 5,8 pontos, caindo para 95 pontos. Esse é o menor nível desde maio do ano passado, quando atingiu 89,9 pontos. A deterioração das perspectivas sobre a demanda nos próximos meses impactou o resultado.
Houve queda também no indicador que mede a demanda prevista. Foram menos 6,6 pontos, passando para 96,4 pontos. O indicador que projeta a tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 4,9 pontos, para 93,6 pontos, sendo o menor nível desde maio de 2021. Naquele momento anotou 90,5 pontos.