Governo reduz mistura de biodiesel para 10%

10 de abril de 2021 às 0h15

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Foto: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

São Paulo – O Ministério de Minas e Energia informou na sexta-feira (9) que a mistura de biodiesel no diesel será reduzida provisoriamente de 13% para 10%, após o leilão 79 para compra do biocombustível ter sido interrompido pelo governo nesta semana, com integrantes do mercado citando alta nos preços do combustível como motivo.

Segundo nota conjunta da pasta com o Ministério da Agricultura, apesar da expectativa de a safra brasileira de soja, principal matéria-prima do biodiesel, crescer para um recorde de aproximadamente 136 milhões neste ano, o mercado mundial continua “com forte demanda”, o que levou a uma reavaliação momentânea do percentual da mistura.

“Nesse contexto, e, contando com a compreensão e contribuição do setor produtivo, fez-se necessário uma correção de rumo momentânea com relação ao percentual de mistura do biodiesel ao diesel comercializado no País…”, disse o comunicado, notando que a decisão vale para o leilão 79.

A reguladora ANP, responsável pela realização do certame, disse em nota que está fazendo os preparativos para retomar o leilão 79 “o mais rapidamente possível”, ainda sem uma previsão de data.

Os ministérios, por sua vez, acrescentaram que o governo apoia o programa de biodiesel e espera “o quanto antes” a retomada da utilização da mistura nos patamares estabelecidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – a mistura de 13% passou a valer em março, com uma alta de 1 ponto percentual ante o patamar prévio.

“O governo trabalha pelo fortalecimento e consolidação do mercado brasileiro dos biocombustíveis, porém em um ambiente que permita a competitividade, buscando a garantia do abastecimento nacional e preservando o interesse do consumidor quanto a preço, qualidade e oferta do produto”, disse a pasta de Minas e Energia.

Essa não é a primeira vez que o governo brasileiro reduz temporariamente a mistura. A diferença é que o Brasil, maior produtor e exportador de soja, está em fase de colheita, com grandes estoques. Em agosto do ano passado, quando a reguladora ANP cancelou um certame, o País estava na entressafra.

Naquela oportunidade, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou a redução da mistura, citando problemas na oferta de matéria-prima.

O biodiesel brasileiro tem no óleo de soja sua maior parcela de matéria-prima, com cerca de 71%, sendo o restante oriundo de sebo bovino e outros óleos.

Em nota nesta semana, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) observou que, apesar da safra recorde da oleaginosa, os preços do produto no mercado interno registram alta de mais de 90% na comparação anual, na esteira de cotações mais altas no exterior e pelo dólar forte frente ao real.

Na véspera, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) afirmou que a interrupção precoce do 79º leilão de biodiesel impediu que os preços do biocombustível caíssem com o desenvolvimento do certame. (Reuters)

Preço médio da gasolina nos postos tem queda

São Paulo – Os preços médios da gasolina e do óleo diesel nos postos pelo Brasil tiveram leve redução na semana, mostraram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na sexta-feira (9), na terceira baixa consecutiva depois de uma longa sequência de aumentos.

A reversão de tendência acompanhou movimentos da Petrobras, que em 24 de março anunciou diminuições de cerca de 4% nos valores dos dois combustíveis em suas refinarias. Na sexta, a estatal, que domina o mercado de refino no País, informou novo corte no diesel, de cerca de 3,3% a partir de sábado (10).

Os preços para os consumidores finais nas bombas, no entanto, seguem elevados e perto de máximas tocadas recentemente, com a gasolina tendo encerrado a semana em média a R$ 5,448 por litro, com leve recuo de 0,06% frente à semana anterior, segundo a ANP.

O diesel, combustível mais utilizado no Brasil, fechou com valor médio de R$ 4,212 por litro, queda de 0,38%, ainda de acordo com a reguladora.

No etanol, a ANP registrou preço médio de R$ 3,804 por litro, com recuo mais significativo, de quase 2% na semana.

Os preços nos postos não necessariamente acompanham reajustes nas refinarias, e dependem de uma série de fatores.

Apesar dos cortes recentes de cotações nas refinarias da Petrobras, o valor cobrado pela estatal no diesel ainda acumula alta de mais de 30% em 2021. A gasolina teve aumento de quase 41% no ano. (Reuters)

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