Inflação em Belo Horizonte fica próxima de dois dígitos em 2021

IPCA fecha o ano com alta de 9,63%, com forte pressão da gasolina, gás, veículos, energia e alimentação

8 de janeiro de 2022 às 0h30

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Crédito: REUTERS/Pilar Olivares

A inflação em Belo Horizonte encerrou 2021 em alta. De acordo com o levantamento divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,03% em dezembro, elevando para 9,63% a alta acumulada em 2021. No ano, a maior contribuição veio da gasolina, que apresentou aumento de 51,44%. 

Também pesaram o aumento de 19,44% nos preços dos automóveis novos, além das altas de 40,44% do botijão de gás, e de 11,7% da energia elétrica.

A variação positiva de 9,63% no ano passado ficou 4,60 pontos percentuais acima do índice de 2020, que foi de 5,03%. Entre os grupos pesquisados, o de alimentação obteve uma variação positiva de 11,56%, o que gerou uma contribuição de 1,89 ponto percentual (p.p.) para a inflação anual. O grupo dos Não Alimentares apresentou variação positiva de 9,25% e contribuição de 7,74 p.p., representando 80,37% da contribuição total de 2021.

Levando em conta o grupo Não Alimentares, grupo que tem maior peso na composição da inflação, dentre os produtos, o item que mais se destacou foi o grupo de produtos administrados, com participação de 3,24 p.p. e variação de 14,01%, correspondendo a 33,64% de participação na variação geral do IPCA. Em despesas pessoais a variação positiva foi de 7,67%, seguida por encargos e manutenção 7,62%, artigos de residência 11,21%, saúde e cuidados pessoais 3,52%, e vestuário e complementos10,15%.

De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes,o aumento da inflação em Belo Horizonte já era esperado. 

“Ao longo do ano fomos registrando diversos aumentos em vários produtos, por isso, o resultado já era esperado. O aumento de 9,63% teve como principal causa a  gasolina (51,44%). Nossa cesta de produtos soma mais de 240 (itens), e a gasolina responde por mais de 20% do índice, dado o peso na composição da inflação. Outro impacto forte veio da energia elétrica, que apresentou alta de 11,7% em função da cobrança de bandeiras tarifárias devido à crise hídrica. O gás de bujão foi a terceira maior alta entre os não alimentares (40,44%) e esta alta impacta fortemente nas famílias que têm menor renda”

No grupo de não alimentares foi registrada queda na conta de água e esgoto,  14,33%, em função da mudança de cobrança em relação a esgoto. O acesso à internet recuou 8,91% e aparelho telefônico celular caiu 10,29%.

Entre os itens do grupo Alimentação, em 2021, todos os cinco apresentaram elevação. O destaque foi o grupo de alimentação em restaurante com alta de 11,39% nos preços. Na sequência aparecem alimentos industrializados com variação de 14,88%, alimentos elaboração primária (10,75%), bebidas em bares e restaurantes ( 8,59%) e alimentos in natura (2,98%).

Com relação à variação de preços, especificamente, o produto alimentar que apresentou a maior variação no ano de 2021 foi o café moído com 63,95%. Já o que apresentou a menor variação foi a maçã com queda de 38,12%.

Cesta básica 

Em dezembro, a cesta básica apresentou alta de 1,35% e chegou ao valor de R$ 608,81, o maior valor nominal da série histórica iniciada em junho de 1994. No ano, o preço avançou 7,41%.

No mês, os principais responsáveis por essa alta foram a banana caturra (25,84%),  chã de dentro (2,82%) e o café moído (13,11%).

Já no ano, a alta foi puxada pelo café moído, 64,04%, açúcar cristal, 42,5%, farinha de trigo, 18,66%, tomate Santa Cruz, 17,09%, e chã de dentro, 13,07%.

“Desde outubro o valor da cesta básica ultrapassou os  R$ 600 e encerrou o ano em R$ 608, maior valor já apurado. A cesta é indicativo de como está o nível de preços dos itens mais utilizados. É uma situação preocupante  e em comparação com o salário mínimo de 2021, o valor da cesta ficou acima de 55% dele. Para 2022, a  tendência é de preços firmes, com a cesta em torno de R$ 600 por bastante tempo”, explicou o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes.

Confiança em baixa

Com a queda do poder de compras e desemprego elevado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte retraiu 2,01% em 2021. Em dezembro, o ICC chegou a 34,88 pontos, apresentando uma alta de 0,92% na comparação com o mês de novembro, mas mantendo o pessimismo, que é marcado quando o índice fica abaixo de 50 pontos. 

Entre os componentes, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou queda de 5,85% em comparação com o valor do mês anterior, influenciado pela expressiva queda na percepção dos consumidores sobre o item emprego (12,34%). Em contrapartida, o Índice de Expectativa Financeira (IEF), apresentou alta em comparação com o mês de novembro, 4,69%, sendo o item situação financeira da família o que apresentou a maior alta (6,87%).

A inflação, no ano, apresentou a maior baixa na percepção do consumidor, 21,51%, e a situação econômica do País, 13,15% de queda. Já o emprego, aumentou 8,17%.

Inflação BH | Crédito: Arte/Diário do Comércio
Crédito: Arte/Diário do Comércio

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