Inflação volta a disparar na Capital em março

6 de abril de 2022 às 0h30

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Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

A inflação voltou a crescer em Belo Horizonte em março. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,39% no mês passado na capital mineira, elevando a inflação acumulada no primeiro trimestre de 2022 para 3,64% e para 10,83% nos últimos 12 meses. Gasolina comum, automóvel novo e gás liquefeito de petróleo aparecem entre as principais contribuições para a alta, enquanto gastos com telefonia móvel, excursões e refeições apareceram na outra ponta.

Os dados, divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), indicaram, entre os grupos avaliados, alta de 2,73% em alimentação na residência, 1,91% em produtos administrados, 1,44% em gastos pessoais, 0,40% em habitação e -0,55% em alimentação fora da residência.

De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, a variação dos preços em março foi maior que a registrada em fevereiro (0,21%) e não há qualquer indicação de arrefecimento nos próximos meses. Ele destaca que no fim do ano passado, o mercado havia estimado meta de 3,5% para a inflação em 2022, o que já foi alcançado em apenas três meses.

“No acumulado de 12 meses, já é mais que o dobro da meta e não há nenhuma tendência de queda. Já estamos nesse patamar há algum tempo e é difícil pensar em nos aproximarmos da meta diante de um cenário de muita incerteza, com setores que ainda não se recuperaram totalmente da pandemia e outros efeitos advindos da crise global provocada pela guerra da Rússia com a Ucrânia”, explicou.

De maneira detalhada, a pesquisa revelou altas de 11,02% para alimentos in natura, 2,47% para bebidas em bares e restaurantes, e 2,25% para vestuário e complementos. Além disso,  tiveram aumento transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU (1,91%), alimentos industrializados (1,64%), despesas pessoais (1,61%), e encargos e manutenção (1,07%). Já os artigos de residência se destacaram no sentido oposto, com queda de 1,03%.

“Embora a alimentação não tenha um peso relevante no índice como um todo, são produtos que acompanhamos a evolução de perto, pois interferem no consumo e na renda das famílias, especialmente as de baixa renda que, normalmente, gastam grande parte do orçamento com a compra de alimentos. Temos visto uma evolução de altas bastante significativas em curtos períodos de tempo, o que é bem preocupante”, diz.

Contribuições

Entre os produtos, as cinco maiores contribuições para a alta do IPCA vieram de: assinatura de telefonia fixa, com variação positiva de 7,47%; gás, 7,27%; gasolina comum, 7,11%; automóvel novo, 7%; e condomínio residencial, com elevação de 1,51%.

Entre as quedas, destaque para gastos com psicólogo, psicoterapeuta, consulta cujo recuo foi de 15,45%; passagem aérea partindo de Belo Horizonte, -12,96%; telefonia móvel, -7%; excursões, -2,09% e refeição, com queda de 1,18%.

Cesta básica

A inflação mais alta e puxada pelos alimentos in natura continua refletindo nos custos com a cesta básica, que apresentou variação positiva de 7,76%, entre fevereiro e março. O valor da cesta no mês passado chegou a R$ 695,41, equivalente a 57,38% do salário mínimo. Novamente, a cesta apresentou valor recorde.

Conforme o Ipead, os principais responsáveis por esse aumento foram o tomate Santa Cruz (29,92%), banana caturra (23,34%) e óleo de soja (18,29%).

No ano, a cesta básica está 14,22% mais cara e nos últimos 12 meses, a variação positiva chega a 25,91%. Nos últimos 12 meses, o preço do tomate Santa Cruz já varia 131,92%, do café moído 73,70% e da batata-inglesa 49,39%.

“É muito preocupante e, neste momento, difícil estabelecer um norte do que pode acontecer nos próximos meses. Podemos ter algumas melhoras, mas temos mais incertezas do que certezas e o cenário ainda é turbulento”, resume o gerente de Pesquisa do Ipead.

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