IPCA avançou 1,44% na RMBH em março

9 de abril de 2022 às 0h28

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Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Em março, a inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) aumentou 1,44%. O índice de variação é considerado alto e, em nível de comparação, representa quase metade da meta de inflação para o ano todo no Brasil, que é de 3,5%. A alta foi a maior dos últimos 12 meses.

A elevação foi puxada pelo reajuste nos preços dos combustíveis, com destaque para a gasolina, que subiu 5,95% somente em março. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o aumento mensal, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na RMBH já acumula alta de 3,35% nos primeiros três meses do ano e elevou para 10,75% a inflação dos últimos 12 meses. 

Segundo o coordenador da pesquisa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE Minas, Venâncio Otávio Araújo da Mata, a alta de 1,44% registrada em março é a maior observada nos últimos 12 meses.

“Foi uma elevação considerável. Comparando com a meta de inflação do Banco Central para 2022, que é de 3,5% no Brasil, somente em março tivemos aumento de 1,44%, é quase metade do centro da meta nacional. No ano, a inflação na RMBH ficou em 3,35%, bem próxima ao centro da meta”, explicou. 

Da Mata destaca que a alta expressiva teve como principal motivo o reajuste no início de março dos combustíveis.

“O reajuste afetou a gasolina e o gás de botijão. São dois subitens que têm grande peso na composição do IPCA porque são produtos bastante consumidos pelas famílias. Então, o que mais provocou esse aumento foi principalmente a gasolina, que sozinha apresentou alta de 5,95%”.

Com o reajuste dos combustíveis, dentro dos grupos que compõem o IPCA, o de transporte apresentou a maior variação em março. Conforme os dados do IBGE, a alta no grupo de Transportes foi de 2,65%, e impactou o índice geral de março em 0,57 ponto percentual (p.p.).

O resultado foi influenciado principalmente pelo aumento da gasolina (5,95%), o maior impacto individual, 0,42p.p. Ainda dentro do grupo, destacam-se os aumentos do óleo diesel (12,71%), do transporte por aplicativo (9,58%), do seguro voluntário de veículo (5,34%), da motocicleta (2,70%) e do automóvel usado (1,16%).

Alimentação

Outro grupo que impacta fortemente na inflação, o de Alimentação  e Bebidas, apresentou alta de 2,28%. Entre os subitens, destaque para as maiores altas vistas na cenoura (28,17%), no mamão (27,39%), tomate (26,16%), maçã (16,82%), óleo de soja (14,03%) e do leite longa vida (8,45%). Alguns itens tiveram quedas, como a banana-prata, com redução de 22,73% e o frango em pedaços, 2,97%.

“A alta no grupo de Alimentação e Bebidas está relacionada à queda de oferta em função das questões climáticas e pelo aumento dos custos de produção. Há também impacto gerado pelo aumento do dólar entre o final de 2021 e início de 2022”.

Outros grupos que tiveram alta foram os de: Saúde e Cuidados Pessoais (0,91%), Habitação (0,77%), Despesas Pessoais (0,68%) e Educação (0,10%). Apenas dois grupos apresentaram deflações: Artigos de Residência (0,20%) e Comunicação (0,34%).

Apesar de não fazer estimativas, para abril, o anúncio de redução da bandeira tarifária de energia, de escassez hídrica para bandeira verde, pode trazer algum alívio para a inflação.

“A conta de luz mais barata pode frear a inflação, mas precisamos ver o que vai acontecer com os demais subitens. A queda no valor da energia só será sentida após a primeira quinzena de abril e início de maio”, disse da Mata.

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