O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou ontem à imprensa que não é a favor do fechamento do Aeroporto Carlos Prates, localizado no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste da Capital.
Ao todo, mais de dez mil assinaturas em petição on-line pedem o fim do funcionamento do local, que ganhou novamente o noticiário após a queda do monomotor PR-ETJ, modelo SR 20, na última segunda-feira, no bairro Caiçara, em tragédia que matou quatro pessoas e deixou outras duas feridas.
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No dia seguinte, o aeroporto já funcionava normalmente, o que assustou os moradores locais.
Esse é o segundo acidente do tipo no Caiçara neste ano. Em abril, outra aeronave também sofreu uma queda na região. As duas ocorrências, inclusive, foram registradas na mesma rua do bairro, a Minerva.
“Tudo o que é um desastre é chocante. Choca como prefeito, choca como ser humano. No Anel Rodoviário, nós tivemos 40 mortes neste ano. Seria uma boa ideia fechar o Anel?”, indagou o prefeito.
Alexandre Kalil destacou que as coisas precisam ser investigadas e pensadas de forma equilibrada. “Não podemos radicalizar e tomar decisões precipitadas”, afirmou.
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O prefeito mencionou ainda que, se fosse esse o caso, outros aeroportos, como o da Pampulha, em Belo Horizonte, o de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, também teriam de ser fechados. “Desde que avião voa, avião cai”, pontuou ele.
Voos continuam – O Ministério da Infraestrutura afirma que não existe, até o momento, nenhuma discussão no governo federal acerca do fechamento ou transferência da operação do aeroporto.
Além disso, a pasta lembra que tanto o Aeroporto Carlos Prates quanto o da Pampulha “estão previstos para serem concedidos no Bloco RJ-MG durante a 7ª rodada, em 2022, junto com os aeroportos de Montes Claros, de Uberaba e de Uberlândia, em Minas Gerais; e Santos Dumont e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro”.
A estimativa de investimentos nos aeroportos do bloco é de R$ 1,67 bilhão, ao longo do período de concessão. “Durante a 6ª e a 7ª rodadas de concessões, entre 2020 e 2022, serão concedidos 41 aeroportos de todas as regiões do País”, diz o Ministério da Infraestrutura.
Capacidade – De acordo com informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o Aeroporto Carlos Prates tem um número elevado de operações feitas por alunos de escolas de aviação. São registrados, em média, 1.800 movimentos de pouso e decolagens de voos de instrução mensalmente. De janeiro a setembro deste ano, foram 17.760.
A entidade também destaca que “o Aeroporto Carlos Prates opera dentro dos requisitos de segurança estabelecidos nas normas da aviação civil brasileira”.
Audiência pública – No próximo dia 31, deverá ser realizada uma audiência pública, em um local ainda a definir, para debater o funcionamento do Aeroporto Carlos Prates.
Um dos autores da solicitação, o vereador Pedro Bueno afirma que, “da forma que está, não dá para continuar” e que é necessário haver uma fiscalização mais rigorosa.
“A gente sabe que as investigações estão em curso. Queremos ouvir os órgãos responsáveis, saber as causas do acidente, levantar informações para que possamos pensar em condições de ter mais segurança”, diz ele.