A Suggar deu início às operações da fábrica de fogões em seu complexo industrial no bairro Olhos D’água, na região do Barreiro. O empreendimento, que recebeu investimentos da ordem de R$ 60 milhões, já opera com um ritmo de 700 unidades por dia.
A unidade, instalada em um terreno de 16 mil metros quadrados ao lado da planta da empresa, terá capacidade de produzir 400 mil fogões anualmente em quatro linhas a partir do próximo ano.
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A nova unidade admitiu neste primeiro mês de funcionamento 150 funcionários e tem 11 vagas em aberto.
Segundo o fundador e conselheiro da empresa, Lúcio Costa, o desemprego passou longe da Suggar. “Pelo contrário, nós estamos com dificuldades para admitir certas especialidades, como pintores, soldadores, e, no nosso segmento de cozinhas, estão faltando marceneiros”, aponta o empresário.
“Eu acredito que, com a reintegração dos negócios pós-Covid, está havendo uma procura maior do que antes e aí vale a lei da oferta e da procura. Isto está gerando o aumento dos salários e, consequentemente, dos produtos”, explica.
No caso da fábrica de fogões, a Suggar colocou até carro com alto-falantes nas ruas do bairro. “Nós inclusive abrimos mão de algumas exigências, como a de não contratar parentes, para conseguir completar o quadro”, revela Costa.
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De acordo com o empresário, o mercado está “árido” de fogões. “A demanda é enorme, não tenho produção ainda. São itens de primeira necessidade e completam as linhas da indústria, que já é consolidada no mercado devido à qualidade, tradição e atendimento ao cliente”, afirma.
A Suggar, conhecida pelo exaustor de cozinha que ganhou o nome da empresa, é uma das poucas fábricas de fogões do País. É a única em Minas e se junta a mais duas em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul, uma no Paraná e uma no Nordeste, a Esmaltec.
A empresa mineira é a maior fabricante brasileira de lavadoras semiautomáticas, os populares “tanquinhos”, com produção de 5 mil unidades por dia – 80% em Belo Horizonte e o restante na fábrica em Conde, na Paraíba. Instalar uma fábrica no Nordeste foi, segundo Costa, uma estratégia de logística, que economizou frete para um mercado de demanda crescente.
“Fogão é um produto que combina com o suggar da Suggar. É um produto de primeira necessidade e queremos atender à demanda do mercado. Fabricamos modelos nas cores branca, preto e inox, que hoje é o mais vendido”, diz. Ele ressalta que todos os modelos são dotados de cinco bocas, mesmo os de 0,60 cm, que, fora as quatro de costume, têm também uma extra no centro do fogão.
O investimento previsto, de R$ 25 milhões, já chega a R$ 60 milhões. “O investimento não é muito elevado porque já tínhamos vários equipamentos de produção de cooktops e o terreno era nosso. Com os fogões queremos atender a todo o público, já que o item é mais acessível”, esclarece o empresário.
A pandemia, segundo Costa, não prejudicou os negócios. No início, a Suggar sofreu como todo o parque industrial com a redução e mesmo a paralisação da produção. Os principais insumos – plástico, chapas de aço, alumínio, motores – chegaram a subir 15% por trimestre e foi difícil repassar o aumento de custos aos clientes.
Um dos principais clientes – o Via Varejo, que reúne o Ponto Frio, Extra e Casas Bahia – aceitou o reajuste de 4,5% no preço dos produtos, mas, segundo Costa, criou ao mesmo tempo uma taxa de logística de 2%, que consumiu uma parte da correção.
“Mas de maneira geral esse período foi muito bom para nós. O pessoal que ficou em casa prestou atenção no que já não funcionava bem e aproveitou para trocar os eletrodomésticos. Uma parte quis ter mais conforto e adquiriu uma cervejeira ou uma adega climatizada, já que o segmento de vinhos cresceu muito”, diz.
Faturamento
A Suggar existe desde 1978. Suas plantas industriais reúnem hoje 970 funcionários no Olhos D’água e na Paraíba. Em 2020, o faturamento da Suggar girou em torno de R$ 880 milhões. A meta para 2022 é de R$ 650 milhões, uma queda originada do corte que a empresa promoveu na Linha Branca Expresso e na Messinger S/A, extintas por orientação contábil.
De acordo com Costa, o segredo do sucesso da empresa nesses 44 anos está no lema de que o cliente tem sempre razão, seguido diuturnamente por uma rede forte, com 680 pontos de assistência técnica e 72 representantes comerciais no País.