Liquigás será próxima em lista de privatizações da Petrobras

26 de julho de 2019 às 0h04

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Crédito: Petrobras/Divulgação

São Paulo – A próxima empresa a ser vendida pela Petrobras em meio a seu plano de desinvestimentos será a subsidiária de distribuição de botijões de gás Liquigás, disse ontem o presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

A petroleira, que detém 100% da Liquigás, abriu processo para se desfazer da companhia em abril. Antes, a Petrobras havia chegado a anunciar a venda da empresa para o Grupo Ultra, mas o negócio foi vetado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em fevereiro de 2018.

“A próxima (empresa) a deixar o Estado será a Liquigás, agora no mês de agosto. A Petrobras está vendendo 100% da Liquigás e deve receber as ofertas vinculantes finais no dia 7 de agosto”, informou Castello Branco em cerimônia de oferta de ações da BR Distribuidora na bolsa paulista B3.

A Liquigás, que possui 20 milhões de clientes e cinco mil pontos de venda, teve receita de R$ 5,6 bilhões e lucro líquido de R$ 147,5 milhões em 2018. Em junho, Castello Branco já havia indicado que a Petrobras deixaria o setor de transporte e distribuição de gás, destacando que aguardava os próximos passos da venda da Liquigás.

Privatização da BR – A operação realizada na terça-feira (23) envolvendo a BR Distribuidora, até então controlada pela Petrobras, foi o motivo da cerimônia ontem. Nela, o CEO da petroleira confirmou que, desde então, a empresa já vendeu um lote extra de ações da distribuidora, reduzindo ainda mais sua parcela, para 37,5%, em operação que totaliza cerca de R$ 9,6 bilhões.

“Para a oferta-base e o greenshoe, a demanda foi quatro vezes superior à oferta. A operação foi um sucesso”, disse Castello Branco, acrescentando que, como acionista, a Petrobras vai cobrar resultados da BR. “Queremos uma empresa leve, ágil e de custos baixos”.

Por sua vez, o presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, afirmou que, a partir de agora, o objetivo da empresa, que não tem mais o controle da estatal, é se tornar a mais rentável do setor, no qual já é a maior companhia no Brasil.

Para Grisolia, a gestão privada dá um “grau de eficiência” ao ativo em um mercado de competidores “sofisticados”.

Desinvestimentos – Roberto Castello Branco destacou os desinvestimentos já realizados pela Petrobras, afirmando que a empresa acumula no ano US$ 15 bilhões em vendas de ativos, e prometeu que há “muito mais” por vir.

“Neste mês de julho, completamos US$ 15 bilhões em desinvestimentos, e vem muito mais”, disse o executivo, classificando a primeira privatização brasileira via mercado de capitais como histórica, no que chamou de “verdadeiro capitalismo”.

“Temos um amplo programa de desinvestimentos. Outros farão melhor que a Petrobras. Nós faremos nosso trabalho muito bem na exploração e produção de petróleo e gás”.

Além de Liquigás e BR Distribuidora, a Petrobras já encaminhou, neste ano, por exemplo, desinvestimentos em campos petrolíferos, refinarias e gasodutos, com vendas como a da Transportadora Associada de Gás (TAG) e dos campos de Pampo e Enchova.

Estado menor – Também presente ao evento, o secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, celebrou a privatização da BR Distribuidora, dizendo que o fato deve ser encarado como uma sinalização do governo de Jair Bolsonaro em direção à diminuição do Estado e ao foco no social.

“Nós estamos começando a fazer um novo modelo, em que a iniciativa privada deve ser protagonista do mundo dos negócios e não mais o Estado-empresário”, afirmou Mattar, acrescentando que o País sente os primeiros passos em direção a uma economia de livre mercado.

Para ele, a sociedade mudou e hoje conclama que certas organizações devam ser privatizadas, com o governo destinando seus recursos para a “qualidade de vida do cidadão”.

Perguntado sobre quais seriam os próximos focos para privatizações do governo, o secretário preferiu não mencionar companhias específicas, mas disse que há uma série de empresas sendo preparadas para isso. (Reuters)

Estatal recebe R$ 425 mi de acordos de leniência

São Paulo – A Petrobras informou ontem que recebeu esta semana R$ 425 milhões em decorrência de acordos de leniência e repatriações promovidas pelo Ministério Público Federal.

A estatal, considerada vítima nos casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, revelou ainda que o total de recursos devolvidos à companhia em decorrência de acordos de colaboração, leniência e repatriações ultrapassa o montante de R$ 4 bilhões.

A devolução registrada nesta semana envolve R$ 313 milhões referentes ao pagamento da primeira parcela do acordo de leniência da Technip e da Flexibras; R$ 45 milhões de parcela do acordo de leniência feito com Camargo Correa e o Ministério Público Federal; e R$ 67 milhões por parte de pessoas físicas envolvidas em atos de corrupção apurados na Operação Lava Jato.

Adicionalmente, o acordo com a Technip e a Flexibras ainda prevê outros dois pagamentos em favor da Petrobras, em 2020 e em 2021, ambos no valor de R$ 253 milhões, cada, que serão contabilizados quando do seu efetivo recebimento, disse a Petrobras. (Reuters)

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