PBH divulga novo edital para atrair patrocínio para o Carnaval

Executivo municipal segue na tentativa de conseguir recursos para a folia; empresas têm até o dia 20 de janeiro para enviar as propostas

17 de janeiro de 2023 às 16h16

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Crédito: Glaucimara Castro / www.bsfotografias.com.br

Depois de quatro meses de tentativas sem sucesso para fechar um patrocínio oficial para o Carnaval, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) divulgou, na tarde desta terça-feira (17), um novo edital sobre o assunto. O documento traz um processo de chamamento público com a finalidade de captar empresas públicas e privadas interessadas em expor as suas marcas durante a folia.

Um dos critérios propostos pela PBH é que a parceria seja adquirida por cotas de permuta. Ou seja, a contraprestação de serviços e fornecimento de bens devem estimular as ações de promoção do destino Belo Horizonte pelos eventos organizados pela Belotur durante todo o ano de 2023 e 2024.

Podem participar da seleção apenas empresas públicas ou privadas instaladas em Belo Horizonte ou nas 33 cidades que compõem a região metropolitana da Capital. Já as marcas interessadas devem atuar em algum dos segmentos a seguir: alimentos e bebidas, hospedagem, transporte, organizadora de eventos, operadores turísticos, souvenirs e brindes e operadoras de telefonia.

Ainda de acordo com a PBH, essas empresas precisam comprovar a garantia de prestação de serviços no valor proposto e aprovado após análise da Belotur, por meio de uma carta compromisso, contendo a descrição dos serviços permutados e o prazo de execução da parceria. Já a proposta de valor comercial por parte da empresa deverá ser comprovada por meio de contratos e notas fiscais.

Uma das restrições definidas pelo edital é que as empresas do segmento de alimentos e bebidas artesanais não poderão participar da concorrência pelas cotas. As empresas que já atuam em programas ou ações de valorização da gastronomia mineira e em apoio à política pública de sustentação do título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco também não serão contempladas pelo edital.

O prazo final para o envio da proposta e dos documentos de habilitação por parte das empresas vai até às 17h desta sexta-feira, dia 20 de janeiro. Para conferir o edital na íntegra, clique aqui.

Novo edital não garante otimismo para setor

Dentre as necessidades atendidas pela distribuição dos recursos provenientes de patrocínio está o pagamento de blocos e escolas de samba carnavalescos. O presidente da Associação dos Blocos de Rua de Belo Horizonte (AbraBH), Robhson Abreu, considera que o novo edital pode ajudar o Carnaval como um todo, mas entende que há um desgaste por conta de uma série de editais publicados pela PBH.

“É uma verba que chega indiretamente para a gente (os blocos), mas que acaba ajudando o setor. Mas já foram quatro editais publicados até agora, e não estou otimista que as empresas daqui queiram participar. Não estou otimista também porque no edital anterior tínhamos cotas de R$ 250 mil que redes de supermercados já poderiam ter investido. Qual um grande supermercado em BH que lucra muito no Carnaval não teria esse dinheiro para patrocinar? Isso poderia ocorrer também com redes de hotéis, que também estão praticamente com as suas taxas de hospedagem em ocupação máxima e não contribuem para o evento”, avalia o presidente.

À frente também do Bloco de Belô, que há dez anos desfila pela capital mineira, Abreu ressalta a grandiosidade que a festa municipal atingiu nos últimos anos. “É um volume muito grande de foliões, que movimentam toda uma cadeia produtiva, não somente do próprio setor de Carnaval, mas de bares e restaurantes, de hotéis e estabelecimentos comerciais. Porém, falta um olhar dessas empresas mineiras em querer investir no Carnaval daqui. É preciso fazer com que a sociedade enxergue os blocos de rua como uma oportunidade de investimento“.

De acordo com a Associação dos Blocos de Rua de Belo Horizonte (AbraBH), no ano passado 479 blocos carnavalescos se inscreveram para desfilar pelas ruas da cidade. Destes, 193 enviaram propostas para participar do edital da PBH. No entanto, o número de contemplados foi baixo. “Somente 90 blocos conseguiram ficar habilitados para o recebimento de uma cota cujo o valor máximo foi de R$ 20 mil. Então, quem se cadastrou, por exemplo, no final de dezembro, passa a receber o valor agora no final do mês, tendo em vista que o contrato prevê o pagamento em 30 dias após a assinatura do documento”.

Acontece que esse valor de R$ 20 mil ainda está abaixo do que os blocos realmente necessitam para a engrenagem funcionar perfeitamente. “Se calcularmos, um trio médio custa R$ 15 mil. O valor já atinge uma parte da verba. Ainda é obrigatório ter brigadistas e cordeiros para melhor segurança dos foliões. Em média, são 30 profissionais em atividade, e cada um recebe por dia R$ 150, logo, o valor é de R$ 4,5 mil. Fora que há blocos que precisam de baterias de chão ou músicos para banda em trio. É um investimento alto que precisa ser feito. Patrocinar os blocos é fomentar oportunidades e geração de empregos pela cidade”, defende Robhson Abreu.

*Informações atualizadas às 18h45.

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