Prévia do PIB tem alta de 0,54% em maio

16 de julho de 2019 às 0h05

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Crédito: REUTERS/Adriano Machado

São Paulo – O Brasil voltou a crescer em maio após quatro meses seguidos de contração na atividade econômica, aliviando um pouco os temores de que o País entraria em recessão no segundo trimestre.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,54% em maio na comparação com abril, mostraram dados dessazonalizados divulgado pelo BC ontem.

Esse foi o primeiro resultado no azul na comparação mensal desde o início do ano, e depois de o índice abrir o segundo trimestre com contração de 0,3% em abril, em dado revisado pelo BC de queda de 0,47% divulgada antes.

Na comparação com maio de 2018, marcado pela greve dos caminhoneiros, o IBC-Br apresentou avanço de 4,40% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,31%, segundo números observados.

O IBC-Br cresceu em maio contra abril, “compensando parte da perda de 1,6% acumulada nos quatro meses anteriores. O bom resultado corrobora a expectativa de leve crescimento do PIB no segundo trimestre do ano”, afirmou a Rosenberg Associados em nota.

Para o Bradesco, os indicadores de atividade econômica de maio sugerem crescimento de 0,2% do PIB no segundo trimestre.

Em maio, a produção da indústria brasileira recuou 0,2%, e continuou mostrando instabilidade do setor. As vendas no varejo frustraram as expectativas e recuaram 0,1% sobre abril, mas o setor de serviços surpreendeu positivamente ao mostrar estabilidade.

Sem conseguir engatar um ritmo mais forte, a economia brasileira ainda tem cerca de 13 milhões de desempregados, com números recordes de desalentados e subutilizados.

No final da semana passada, o governo cortou sua projeção para o crescimento da economia este ano a 0,81%, sobre 1,6% anteriormente. Também passou a ver elevação de 0,3% no segundo trimestre sobre o trimestre anterior, com ajuste sazonal.

O cenário de fraqueza da atividade e inflação comportada favorece a perspectiva de corte de juros em breve pelo Banco Central, em uma medida para impulsionar a expansão.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem classificando como “relevantes” os riscos à inflação, a despeito da melhora do balanço de riscos para os preços, reiterando que o risco do lado das reformas é “preponderante”.

Iace – O Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (Iace), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e por The Conference Board (TCB), teve alta de 0,9% de maio para junho deste ano. Com a alta, o indicador chegou a 117 pontos.

Em junho, o Iace conseguiu recuperar a perda com a queda de 0,9% registrada de abril para maio deste ano. No acumulado do primeiro semestre, a taxa cresceu 1,1%, segundo a FGV.

Dos oito componentes do indicador, a principal alta veio do Índice de Expectativas do Setor de Serviços (3,3%). Os outros componentes do IACE são os índices de expectativas da Indústria, do Consumidor, o Índice de Produção Física dos Bens de Consumo Duráveis (do IBGE), a taxa referencial de swaps DI pré-fixada (do Banco Central), o Ibovespa fechado do mês e os índices de Termos de Troca e de Quantum de Exportações (ambos da Funcex).

Já o Indicador Coincidente Composto da Economia Brasileira (ICCE), que mensura as condições econômicas atuais, caiu 0,3%, para 102,7 pontos, no mesmo período. A variação semestral do ICCE foi de 0,1%.

Segundo o pesquisador da FGV Paulo Picchetti, o resultado negativo do ICCE em junho retrata a atual lentidão na atividade econômica, mas “a perspectiva da aprovação das reformas necessárias deve dar impulso adicional à economia brasileira através do canal das expectativas, como demonstrado pela recuperação do Iace” (ABr/Reuters)

Mercado volta a reduzir as projeções econômicas

São Paulo – O mercado fez leves ajustes a suas perspectivas para o Brasil na pesquisa Focus do Banco Central divulgada ontem, reduzindo pela 20ª vez seguida a perspectiva para o crescimento econômico.

Para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, a estimativa de crescimento passou a 0,81%, de 0,82% no levantamento anterior. Para 2020 a conta também foi reduzida, em 0,1 ponto percentual, a uma expansão de 2,10%.

O movimento ocorre na esteira do corte apresentado pelo governo para a projeção de crescimento da economia este ano a 0,81%, sobre 1,6% anteriormente, chamando atenção para a lentidão da economia em função de choques e com os investimentos em compasso de espera pela reforma da Previdência.

O levantamento semanal apontou ainda que a expectativa para a alta do IPCA este ano é de 3,82%, ante 3,80% antes. Para 2020 a conta caiu em 0,01 ponto, a 3,90%.

O centro da meta oficial de 2019 é de 4,25% e, de 2020, de 4%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Para 2021, o centro da meta de inflação é 3,75% e para 2022, 3,5%, também com intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual. A previsão do mercado financeiro para a inflação em 2021 e 2022 permanece em 3,75%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que as perspectivas para a taxa básica de juros permanecem em 5,50% ao final de 2019 e 6,00% em 2020. Atualmente a Selic está no piso histórico de 6,5%.

O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também vê a Selic a 5,5% este ano, mas elevou a estimativa em 2020 a 6,25%, de 6,00%. (ABr/Reuters)

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