Projeto utiliza IoT no combate ao Aedes Aegypti

13 de novembro de 2018 às 0h01

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Uma pesquisa na área de Internet das Coisas (IoT) realizada no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, pode revolucionar o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e de outras doenças no Brasil. Desenvolvida há um ano a partir de um projeto de mestrado, a pesquisa propõe uma inovação: o controle do mosquito adulto e não dos focos de larvas como atualmente é feito. Além disso, o estudo resultou em um protótipo de armadilha, que captura o mosquito com técnicas de sensoriamento que avaliam a frequência do batimento das asas do inseto.

A proposta surgiu a partir do mestrado do engenheiro de telecomunicações, Diego Augusto Amorim Santos. Mas, por causa do potencial do estudo, ele foi ampliado e passou a integrar as pesquisas do Grupo de Estudos em IoT, Inatel – IoT Research Group, coordenado pelo professor Joel Rodrigues. A pesquisa é financiada pelo Inatel e tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O estudante explica que, atualmente, a maioria das iniciativas para controle do Aedes aegypti é focada na larva do inseto. “O problema é que o local onde esse mosquito se reproduz não é, necessariamente, onde ele vive”, afirma. Segundo ele, a proposta da pesquisa desenvolvida no Inatel resolve essa questão porque propõe o controle do local de permanência dos mosquitos adultos. Isso é feito por meio de um sistema integrado, que é capaz de identificar esses insetos e ainda capturá-los.

De acordo com o estudante, o sistema funciona a partir de um mecanismo de sensoriamento baseado em IoT. A partir de um sensor óptico, ele consegue identificar o Aedes aegypti a partir da análise da frequência do batimento das asas do inseto. Além disso, a tecnologia conta com um sistema de autuação, que vai capturar o mosquito. Santos faz questão de frisar que o sistema é inteligente o bastante para armazenar apenas o Aedes aegypti, o que evita problemas ecológicos como a mitigação de outras espécies importantes para o meio ambiente.

“O sistema está em fase de integração final, mas a ideia é que ele seja capaz tanto de coletar dados sobre o local de prevalência de mosquitos adultos, como capturá-los. As informações coletadas pelo sistema ainda poderão ser combinadas com outros dados do local, como temperatura e umidade, ajudando na construção de tendências”, completa. Ele ainda destaca que a escolha do sensor óptico faz com que a solução seja ainda mais prática, pois esse tipo de tecnologia tem menor consumo de energia e baixo processamento.

“Esse é um diferencial importante porque permite a instalação do sistema em locais mais remotos, áreas que hoje não são acessadas pelas equipes que fazem controle das larvas do Aedes aegypti”, destaca. De acordo com o estudante, a expectativa é que o sistema esteja pronto para uso em fevereiro de 2019. Ele garante que há interesse da instituição de transformar a pesquisa em produto, mas ainda não há negociações concretas nesse sentido.

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