Que 2020 seja o ano da retomada do desenvolvimento

22 de dezembro de 2019 às 0h04

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Crédito: Divulgação

RONALDO GUSMÃO*

Este ano, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) completou 88 anos, cheia de vitalidade e renovação. Renovação nas práticas associativistas, na cooperação e na conexão entre três gerações de engenheiros; vitalidade pela qualidade e participação nas dezenas de debates e encontros realizados na entidade e fora dela.

O ano começou, literalmente, em janeiro, na SME, com o governo de Minas sob nova direção. Debatemos vários assuntos, como a situação financeira do Estado e seus reflexos em Belo Horizonte, o programa do governo para transportes e obras públicas, o plano de investimentos da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) e o desafio da gestão ambiental moderna.

A tragédia em Brumadinho foi assunto de diversos debates realizados na entidade, culminando com o seminário “Engenharia e governança ambiental”, que nos mostrou como a engenharia foi relegada a segundo plano pelas empresas.

Ao longo do ano, também discutimos temas propositivos, como a corrida tecnológica, o desenvolvimento e a engenharia, a retomada do crescimento e a necessidade de melhoria da produtividade brasileira.

Participamos ativamente dos debates sobre a retomada da malha ferroviária em nosso Estado, apoiando o Ministério Público Federal e a Assembleia Legislativa na formulação de políticas públicas para este segmento.

Mas o programa de privatização do governo de Minas, em especial o da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), foi o que exaltou os ânimos dos presentes ao debate realizado na SME. Isso se deu por ser a Cemig uma empresa de engenharia, e também por ter sido fundada pelo engenheiro Lucas Lopes, a pedido do então governador Juscelino Kubitscheck.

Entendemos que em muitos setores, entre eles o da energia, a presença do poder público é absolutamente necessária. Assim, caberá ao governo administrar as empresas indispensáveis com rigorosos critérios de austeridade e eficiência e submetê-las a um controle partilhado com o Congresso Nacional, no caso das estatais federais e, no caso da Cemig, com a Assembleia Legislativa. Não sou dos que acusam as estatais indiscriminadamente. Elas têm prestado inestimáveis serviços ao País.

Em 2020, estaremos mais atentos e muito mais aguerridos na defesa de uma engenharia forte como suporte para a sustentabilidade de Minas Gerais e do Brasil. De janeiro de 2015 a outubro de 2019, o Brasil perdeu 46.762 postos de trabalho para engenheiros.

Mas, no ano que se encerra, os sinais da retomada já começam a aparecer. Depois de 52 meses seguidos com perdas de empregos na engenharia, começamos a enxergar uma luz no início do túnel, pois, pelo quarto mês consecutivo, temos um saldo positivo na contratação de engenheiros. Isso sim é uma notícia para ser comemorada.

A recuperação da economia está acontecendo basicamente devido às ações da iniciativa privada. A Andrade Gutierrez Engenharia, apenas para citar um exemplo, contratou, somente neste ano, 11.830 pessoas, das quais 190 são engenheiros, que se juntaram aos outros 450 contratados nos anos anteriores, totalizando 640 profissionais. Esperamos, em breve, recuperar os 46.762 empregos perdidos na engenharia nos últimos cinco anos.

E mais ainda, esperamos conseguir empregar, como engenheiros, os mais de 400 mil formados que ainda não estão trabalhando na área.

Temos certeza de que 2020 será o ano da retomada do desenvolvimento sustentável, com uma engenharia forte para uma nação desenvolvida e com justiça social.

*Engenheiro e presidente do Ietec e da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

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