Ritmo de produção aumenta no Estado, informa a Fiemg

Geração de empregos também foi maior no período

22 de junho de 2022 às 0h29

img
Índice de utilização da capacidade instalada da indústria em Minas avançou no mês passado | CRÉDITO: Fábio Vicentini

A Sondagem Industrial de Minas Gerais, divulgada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), mostrou elevação da produção, o que já era esperado, já que maio é um mês com mais dias úteis que abril e os dados não passam por ajuste sazonal. Outro destaque da pesquisa é o crescimento do emprego, observado pelo quarto mês consecutivo.

A utilização da capacidade instalada, ou seja, do maquinário, apesar de abaixo da habitual para maio, ficou acima da sua média histórica, refletindo o aumento da produção. Que teve ainda como consequência o acúmulo de estoques de produtos finais, sugerindo que a demanda foi inferior à esperada e produzida pelos empresários.

Pela 24ª vez consecutiva, os industriais mineiros mostraram perspectivas positivas quanto à demanda, à compra de matérias-primas e ao número de empregados nos próximos seis meses. As intenções de investimento cresceram e foram as mais elevadas para junho desde o início da série histórica do índice.

“Há uma pequena oscilação das expectativas, que se mantêm, mas não decolam. Esta confiança, no entanto, vai e vem, não há um movimento ascendente. Isso mostra um pé atrás dos empresários diante das incertezas e de fatores sobre os quais ele não tem controle”, observa a economista da Fiemg, Daniela Muniz.

Entre eles estão, de acordo com a especialista, fatores tão diversos como a inflação e a consequente queda do consumo, os juros elevados, o quadro político, a responsabilidade fiscal dos governos, além da evolução da guerra e dos lockdowns na China, que reforçam a continuidade dos gargalos associados à falta de insumos para setores industriais importantes.

O índice de evolução da produção cresceu 8,3 pontos em relação a abril (48,2 pontos) e atingiu 56,5 pontos em maio. O indicador avançou 0,8 ponto frente a maio de 2021 (55,7 pontos), sendo o mais alto para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.

O índice de evolução do número de empregados registrou aumento do emprego pelo quarto mês seguido em maio (52,6 pontos). O indicador cresceu 1,4 ponto ante o observado em abril (51,2 pontos) e caiu 1,1 ponto na comparação com o verificado em maio de 2021 (53,7 pontos)

O índice de utilização da capacidade instalada efetiva aumentou 4,6 pontos entre abril (44,5 pontos) e maio (49,1 pontos). Ao permanecer abaixo dos 50 pontos, o indicador mostrou – pela 18ª vez seguida – que as empresas operaram com capacidade produtiva inferior à habitual para o mês. Entretanto, o índice cresceu 1,5 ponto em relação a maio de 2021 (47,6 pontos) e ficou 7,6 pontos acima da sua média histórica (41,5 pontos).

Os estoques de produtos finais das indústrias ficaram estáveis, conforme indicador de 49,8 pontos em maio, e as empresas voltaram a registrar estoques acima do planejado, com o índice de 50,5 pontos no mês. Isso acontece após vários meses com níveis baixos de estoques, provocados pela falta de matérias-primas. Exceto em abril (49,4 pontos), as indústrias mostraram acúmulo de estoques em todos os meses de 2022.

Ouça a análise da economista da Fiemg, Daniela Muniz

Empresariado mantém o otimismo

O índice de expectativa de demanda marcou 57,7 pontos em junho e manteve-se praticamente estável em relação a maio. O resultado sinalizou otimismo dos empresários para a demanda no curto prazo. Isso acontece pela 24ª vez seguida, quando o índice tem ficado acima dos 50 pontos – linha divisória entre recuo e elevação. Frente a junho de 2021 (61,2 pontos), porém, ele recuou 3,5 pontos.

A expectativa de compra de matérias-primas, que anda em linha com a de demanda, registrou leve retração, de 0,2 ponto, entre maio (55,9 pontos) e junho (55,7 pontos). Mas é positiva também pelo 24º mês consecutivo. Em comparação com junho de 2021 (58,8 pontos), porém, o indicador recuou 3,1 pontos.

O índice de expectativa de número de empregados marcou 52,9 pontos em junho, queda de 1,4 ponto na comparação com maio (54,3 pontos). A despeito da retração, o indicador seguiu mostrando, pela 24ª vez seguida, perspectiva de avanço do emprego nos próximos seis meses. Frente a junho de 2021 (54,7 pontos), o índice caiu 1,8 ponto.

O indicador de intenção de investimento registrou 62,9 pontos em junho, acréscimo de 2,5 pontos na comparação com maio (60,4 pontos). Na comparação com o mês de junho de 2021 (60,2 pontos), o índice aumentou 2,7 pontos, sendo o mais elevado para o mês desde o início da série histórica, em 2014.  

“O empresário passou por um período tão difícil, um buraco tão grande com a pandemia, que, mesmo diante de um contexto econômico negativo, ele mantém expectativas positivas. Hoje ele quer contratar e investir, mas fica de olho no contexto. Tem muita incerteza no ar, o que se reflete numa avaliação mais cautelosa”, conclui Daniela Muniz.

A pesquisa Sondagem Industrial, que é uma realização da gerência de Economia e Finanças Empresariais da Fiemg, foi realizada no período de 1º a 9 de junho e ouviu 55 grandes empresas, 49 médias e 60 pequenas empresas.

Tags:
Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail