Serviços fecham 2021 com avanço de 14% em Minas

11 de fevereiro de 2022 às 0h30

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Os serviços prestados às familias, incluindo o lazer, registram expansão de 27,1% em Minas Gerais no ano passado | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O crescimento do setor de serviços nos últimos doze meses em Minas é o maior da série histórica, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde janeiro de 2012. Minas foi o segundo estado no País onde o setor mais cresceu: 14%, índice que só foi superado por Santa Catarina, cujos serviços tiveram um incremento de 14,7% entre dezembro de 2020 e o mesmo mês de 2021.

“Claramente, o importante a destacar é o dado acumulado nos 12 meses. Tivemos aumento de um mês para o outro, mas o acumulado do ano é o maior da série histórica, o que aconteceu em Minas e também no Brasil”, observa o analista de Informações do IBGE, Daniel Dutra. “Foi uma recuperação positiva e linear. Ao passar de 13,2% em novembro para 14% em dezembro, os números do setor de serviços mantiveram a trajetória ascendente”, analisa.

Também foi expressivo o aumento das atividades em dezembro no Estado, quando comparado ao mês anterior: 2,3%.  Esta é a segunda alta consecutiva do índice em Minas Gerais, sendo que em novembro o avanço foi de 1,3% em relação ao mês anterior. No segundo semestre de 2021, foram três taxas negativas e três taxas positivas.

No País, o avanço entre um mês e o outro foi de 1,4%. Dezenove das 27 unidades da federação apresentaram expansão, com destaque para o Distrito Federal (9,3%). Os estados onde os serviços recuaram foram Pará (-2,5%), seguido por Amazonas (-2,2%) e Sergipe (-1,7%).

Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, 24 das 27 unidades federativas apresentaram taxas positivas, com destaque para o Distrito Federal (21,5%), Rio Grande do Sul (13,3%), Santa Catarina (13,1%), São Paulo (13,1%) e Minas Gerais (11,1%). Rondônia (-6,0%), Piauí (-1,8%) e Amazonas (-1,7%) tiveram os piores resultados nesta comparação.

No País, a taxa de crescimento do setor de serviços em 2021 foi de 10,9%, também a maior da série histórica no fechamento de dezembro de cada ano – um aumento expressivo, diferente do negativo de 2020. O setor de serviços havia recuado 7,8% em 2020. O efeito da pandemia propriamente dito ocorreu entre março e maio daquele ano, quando o setor acumulou perdas de 19,8%.

“A queda de 2020 foi revertida em 2021 com níveis superiores aos de 2019. Todos os setores tiveram alta neste acumulado de doze meses”, observa Daniel Dutra. Em Minas, os resultados por atividades, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, apontam variações positivas em quatro das cinco atividades investigadas. Na frente, vêm os Serviços prestados às famílias, com um incremento de 27,1% em atividades como cultura, recreação, lazer, esporte, salões de beleza, cursos de arte e idiomas.

Destacam-se também os serviços de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (19,3%). Outros serviços (-33,4%) foi o único recuo – esse item inclui desde compra e venda de imóveis a coleta e tratamento de resíduos, passando por manutenção de veículos e equipamentos. No total, considerando todas as atividades, o aumento foi de 11,1%.

Entre 2012 e 2019, a variação positiva foi de 0,1% e, no biênio 2020-2021, de 2,2%. O setor de serviços tem um peso de 70% na economia brasileira e as atividades investigadas na pesquisa do IBGE respondem por cerca de 30% do PIB.

Pandemia

Nos primeiros meses de 2020, o setor de serviços foi duramente afetado em função do isolamento social e do fechamento dos estabelecimentos que prestavam serviços de caráter presencial.

Com boa parte das pessoas trabalhando, estudando, comprando e se divertindo dentro de casa, a pandemia trouxe oportunidades de negócios para serviços de tecnologia da informação, transporte de cargas, armazenagem, logística de transporte e serviços financeiros auxiliares.

“A reação dos serviços só veio mesmo em 2021. Havia um atraso para serviços (em relação a comércio e indústria) e por isso essa escala maior de crescimento no ano passado. Os serviços são atividades muito heterogêneas, mas, em alguns casos, com certeza a necessidade do presencial pode influenciar”, finaliza Dutra.

País também apresenta resultado recorde

São Paulo/Rio de Janeiro – O volume de serviços prestados no Brasil cresceu bem mais do que o esperado em dezembro e terminou 2021 com expansão recorde na série histórica, recuperando-se do impacto da pandemia que afundou o setor no ano anterior.

Em dezembro o setor de serviços registrou avanço de 1,4% em relação ao mês anterior, segundo mês de alta, ampliando ainda para 6,6% o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o volume apresentou ganho de 10,4%, 10ª taxa positiva, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ambos os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de ganhos de 0,9% na comparação mensal e de 9,1% na base anual.

Com isso, o setor de serviços fechou o ano de 2021 com crescimento no volume de 10,9%, após contração de 7,8% em 2020. Esse resultado anual marca a maior taxa para um fechamento de ano desde o início da séria histórica, em 2012.

As medidas de contenção do coronavírus impuseram em 2020 um forte baque ao setor de serviços, que tem peso importante sobre a atividade econômica.

Mas o avanço da vacinação permitiu a reabertura das atividades, embora a inflação elevada venha pesando sobre o desempenho econômico brasileiro e a variante Ômicron do coronavírus apresente desafios para este ano.

“A reação dos serviços só veio mesmo em 2021. Havia um delay para serviços e por isso essa escala maior de crescimento no ano passado”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Entretanto, os fornecedores de serviços encerraram o quarto trimestre com ganho de 0,4% sobre os três meses anteriores, mostrando desaceleração ao longo do ano – o volume de serviços teve altas de 3,0% no terceiro trimestre, de 2,2% no segundo e de 3,2% no primeiro.

“Essa perda de ritmo se dá em todos os segmentos, no fim do ano, por conta da base. É muito mais difícil crescer muito sobre uma base mais forte de crescimento”, explicou Lobo.

“O que vai fazer (o setor de serviços) continuar crescendo daqui para frente? Os serviços prestados às famílias estão ainda aquém do pré-pandemia, (mas) esse é um setor que depende mais de renda, emprego e inflação”, completou.

Em dezembro, quatro das cinco atividades pesquisadas avançaram, sendo o maior impacto do setor de transportes, que cresceu 1,8%, ficando 9,8% acima do patamar pré-pandemia.

A atividade de transportes também foi o destaque no ano de 2021, com expansão de 15,1%, seguida por informação e comunicação, com crescimento de 9,4%. (Reuters)

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