Serviços voltam a crescer em Minas em novembro

Com resultado de novembro, alta acumulada é de 14,3% em 11 meses

14 de janeiro de 2022 às 0h30

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Crédito: Divulgação - BH Airport

O setor de serviços mineiro apresentou variação positiva de 0,2% em novembro de 2021 na comparação com o mês imediatamente anterior. Os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que o Estado acompanhou o avanço dos serviços em todo o País, que, após dois meses de queda (setembro e outubro), teve uma alta de 2,4%. 

Em Minas Gerais, essa evolução  ocorreu após três recuos consecutivos, sendo que, só em outubro, o setor havia caído 1% em relação ao mês de setembro. No entanto, vale ressaltar que os recuos mensais não refletem, necessariamente, uma baixa generalizada. 

Pelo contrário, no comparativo com novembro de 2020, Minas Gerais avançou 7,7% No acumulado entre janeiro e novembro, o setor de serviços no Estado cresceu 14,3% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, conforme mostram os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE

Segundo a coordenadora de pesquisas econômicas do IBGE em Minas Gerais, Cláudia Pinelli, o avanço observado no Estado – e no País – em novembro está relacionado com o momento da pandemia da Covid-19 naquele período e às movimentações típicas de final de ano

“As pessoas estavam saindo mais e não havia a variante Ômicron. Os dados refletem aquele momento de abertura maior, quando houve o retorno da utilização de serviços como restaurantes, viagens, academias, clubes, o lazer de forma geral e cinemas”, explica Pinelli. 

Para a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gabriela Martins, outro fator que pode ter impulsionado a alta foi a vacinação. “O exemplo disso é o turismo. As pessoas sentiram que podiam voltar a viajar e quem adiou a viagem, voltou a fazer após a vacinação”, analisa Martins. 

Especificamente sobre o turismo, faz-se necessário ressaltar que, a nível nacional, o setor ainda registra patamares abaixo dos registrados em fevereiro de 2020. A baixa é de 16,2% quando considerado o período pré-pandemia. Ainda assim, por sete meses consecutivos há alta nos índices de serviços relacionados ao turismo. Em Minas Gerais, a alta em novembro de 2021 foi de 2,3%. E, considerando novembro de 2020, a alta é de 48,3% de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços. 

Em todo o levantamento, de forma geral e em relação ao mesmo mês do ano anterior (2020), o setor de serviços prestados às famílias em 2021 foi o que mais contribuiu para a elevação do Estado, com 19,9% de alta. Em seguida, estão os serviços profissionais, administrativos e complementares (16,1%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (8,1%) e serviço de informação e comunicação (1,7%), conforme dados regionais. Das cinco categorias avaliadas na Pesquisa, apenas a atividade de outros serviços (-13,7%) apresentou resultado negativo quando comparada ao mesmo mês do ano anterior.

Expectativas 

A alta do mês de novembro deve ser sentida também nos dados que serão divulgados sobre dezembro de 2021. Essa expectativa positiva, segundo Gabriela Martins, da Fecomércio MG, é reflexo dos serviços de viagens e também aqueles relacionados às festividades do fim de ano, como festas, restaurantes e hotéis, mesmo em meio ao cenário de desemprego e inflação, conforme lembrou a economista. 

Resultado no País ficou acima do esperado

São Paulo – O volume de serviços prestados no Brasil cresceu em novembro muito mais do que o esperado, interrompendo dois meses seguidos de perdas, impulsionado sobretudo pelos serviços de informação e comunicação.

Mesmo com o salto da inflação no final de 2021, o setor de serviços apresentou em novembro avanço de 2,4% na comparação com outubro, maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2021 (4%), de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,2%, deixando o setor 4,5% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, o volume de serviços disparou 10%, sendo que a expectativa era de alta de 6,5%.

“Essa recuperação do mês de novembro coloca o setor no maior patamar dos últimos seis anos, igualando-se ao nível de dezembro de 2015”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

As medidas de contenção do coronavírus impuseram um forte baque ao setor de serviços, que tem peso importante sobre a atividade econômica.

Mas o avanço da vacinação permitiu a retomada do setor, que voltou a crescer em novembro depois de o aumento de preços em telecomunicações e passagens aéreas ter pesado sobre os resultados de setembro e outubro.

Em novembro, quatro das cinco atividades pesquisadas apontaram avanço no volume, sendo o destaque o ganho de 5,4% de serviços de informação e comunicação, que recuperaram a perda de 2,9% vista nos dois meses anteriores.

Com isso, a atividade fica em um patamar 13,7% acima de fevereiro de 2020, com destaque para o setor de tecnologia da informação, que cresceu 10,7% no mês, maior taxa desde janeiro de 2018 (11,8%).

“Depois do período mais agudo da pandemia, a partir de junho de 2020, o setor mostrou uma rápida recuperação, acelerando o ritmo de crescimento das receitas. Essas informações positivas são em boa parte explicadas pelo dinamismo das empresas do setor de TI, que fornecem serviços para outras empresas”, explicou Lobo.

A única queda em novembro foi registrada por serviços profissionais, administrativos e complementares, de 0,3% – quarta taxa negativa seguida, acumulando perda de 3,7%.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, teve alta de 4,2% frente a outubro, sétima taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 57,5%.

Porém o IBGE destaca que o segmento ainda está 16,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. (Reuters)

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