Superávit da balança comercial mineira cresce 38,6% em 2021

7 de janeiro de 2022 às 0h30

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As exportações de minério de ferro do Estado deram um salto de 84,6% e renderam US$ 18,1 bilhões em 2021 | Crédito: Divulgação - Vale

A balança comercial mineira encerrou 2021 com superávit de US$ 25,1 bilhões, segundo dados do Ministério da Economia. O valor é 38,6% superior ao saldo de 2020, quando a diferença entre exportações e importações do Estado somou US$ 18,1 bilhões. No ano que passou, mais uma vez, o comércio exterior de Minas Gerais teve as commodities, especialmente as minerais e agrícolas, dominando a pauta de exportações e os produtos manufaturados ditando o ritmo das importações.

Em 2021, as exportações de Minas somaram US$ 38,1 bilhões, representando mais de 13,5% do total nacional, que chegou a US$ 280,39 bilhões. Na comparação com as remessas ao exterior em 2020, quando somaram US$ 26,3 bilhões, houve elevação de 44,8%.

As importações realizadas pelo Estado no último exercício também cresceram sobre o ano anterior. As compras externas somaram US$ 13 bilhões sobre os US$ 8,2 bilhões de 2020, elevação de 58,2% entre os períodos.

O consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, destaca o forte crescimento das importações, justificando que o movimento é típico de economias em recuperação. Já sobre o desempenho da balança comercial do Estado como um todo, ele ressalta a importância do minério ferro, que manteve a liderança das exportações, tendo somado US$ 18,1 bilhões dos US$ 38 bilhões totais, e a presença de alguns produtos manufaturados.

“No geral, o desempenho do comércio exterior de Minas foi muito positivo. Mas precisamos considerar a base de 2020, que foi relativamente deprimida. Este cenário não deve se repetir neste exercício. O dólar deve se manter acima dos R$ 5, ainda favorecendo as exportações, mas a base será mais forte”, explica.

Em relação aos parceiros comerciais do Estado, não houve grandes mudanças, a não ser pelos embarques do insumo siderúrgico para o Bahrein. Mas, no geral, a China continuou na liderança, com a aquisição de minério, soja e material aeronáutico, seguida por Estados Unidos, que também comprou montantes consideráveis de material aeronáutico, além de máquinas e equipamentos, carnes, ferro, aço e celulose.

“Além disso, a Alemanha se destacou por minério, máquinas e pedras preciosas; a Argentina por ferro, aço, veículos, máquinas, eletrodomésticos, produtos químicos e calçados; e o Japão e os Países Baixos por minério, ferro, aço, produtos químicos e carnes”, detalha o especialista.

Já no caso das importações, Brito cita o adubo, produto do qual o Brasil e Minas Gerais ainda são altamente dependentes de compra externa, máquinas e equipamentos, inclusive pela retomada econômica do País, além de produtos eletroeletrônicos, veículos, autopeças, produtos químicos e combustíveis. China, países da Europa e Estados Unidos se mantiveram como principais fornecedores.

Principais produtos da balança comercial de Minas Gerais

Em termos de produtos, as commodities minerais ou agrícolas continuaram liderando as exportações de Minas Gerais. As remessas de minério de ferro ao exterior em 2021 somaram US$ 18,1 bilhões, praticamente o dobro (84,6%) dos valores de 2020 (US$ 9,8 bilhões).

Em volume, os embarques de minério a partir de Minas Gerais avançaram 15% no exercício passado sobre o ano anterior. Ao todo foram 146 milhões de toneladas no ano passado e 126 milhões de toneladas em 2020.

Na mesma base de comparação, as vendas externas de café renderam US$ 4,4 bilhões ao Estado, com elevação de 16% frente aos US$ 3,8 bilhões apurados um ano antes. Os volumes chegaram a 1,65 milhão de toneladas em 2021 e 1,7 milhão de toneladas em 2020, baixa de 3% entre os exercícios.

Uberlândia alcança nível recorde em exportações

O ano de 2021 foi o melhor em décadas para as exportações de Uberlândia. Segundo o Ministério da Economia, as vendas para o exterior na cidade somaram US$ 802,07 milhões no último ano – o maior desempenho desde o início da série histórica, em 1997. Considerando a balança corrente de comércio, outro recorde: pela primeira vez em mais de 20 anos, o volume de movimentação econômica do município com o exterior ultrapassou a casa de US$ 1 bilhão.

“Esse desempenho é mais uma prova do enorme potencial de Uberlândia na cadeia produtiva do agronegócio. Por isso, seguimos investindo no incentivo à inovação em todos os setores e em pesquisas como a do pó de basalto: um remineralizador de solo com capacidade de revolucionar a produção no campo não só no Brasil como no resto do mundo. E é um produto que temos aqui, sob os nossos pés, em abundância”, disse o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão.

De janeiro a dezembro de 2021, Uberlândia exportou US$ 802,07 milhões e importou US$ 283,38 milhões. Dessa forma, o saldo ficou em US$ 518,68 milhões, com incremento de 15,25% em relação a 2020 e o segundo melhor resultado da série histórica. Paraguai, China, Estados Unidos e Alemanha foram os principais parceiros comerciais do município no período.

A soja puxou as compras feitas por outros países e respondeu por 73% das exportações uberlandenses no último ano. Derivados da extração de soja (6,1%), couro (5,7%) e milho (3%) também se destacaram.

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