Superávit da balança comercial mineira tem retração de 7,12%

Importações deram um salto de 38% de janeiro a maio, enquanto as exportações subiram 7,17%

21 de junho de 2022 às 0h30

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A desvalorização no preço do minério de ferro levou a uma queda de 27% na receita dos embarques do insumo siderúrgico de Minas | Crédito: Divulgação/Vale

A combinação entre a recuperação da economia mundial, que está impulsionando as exportações mineiras, com o reaquecimento da economia brasileira, que tem alavancado as importações do Estado, está movimentando o comércio exterior de Minas Gerais. Como resultado, a balança comercial apresentou superávit de US$ 9,391 bilhões no acumulado dos cinco primeiros meses de 2022. 

O montante é 7,12% inferior aos US$ 10,111 bilhões apurados em igual período de 2020 e pode ser atribuído ao aumento das compras em maior ritmo que o das vendas realizadas por Minas no mercado internacional. 

Entre janeiro e maio, as exportações do Estado somaram US$ 15,856 bilhões, representando alta de 7,17% sobre os US$ 14,794 bilhões do exercício anterior. Na mesma comparação, as importações chegaram a US$ 6,465 bilhões, contra US$ 4,683 bilhões, indicando elevação de 38% entre os exercícios.

Apenas em maio, as exportações somaram US$ 3,694 bilhões contra os US$ 3,621 bilhões de 2021. As importações chegaram a US$ 1,693 bilhão neste exercício e US$ 1,084 bilhão um ano antes.

Minério de ferro influencia balança

Os dados são da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais (Secint) do Ministério da Economia e indicam ainda que o grande destaque da balança mineira ficou, mais uma vez, com o minério de ferro – principal produto comercializado ao exterior por Minas Gerais.

O insumo siderúrgico permaneceu com sua participação bastante reduzida nas receitas tanto no mês quanto no acumulado de janeiro a maio de 2022. As exportações de minério de ferro somaram US$ 5,041 bilhões nos primeiros cinco meses de 2022. Na mesma época de 2021, foram US$ 6,939 bilhões. Isso significa baixa de cerca de 27% entre os períodos. Minas embarcou, entre janeiro e o mês passado, 52,858 milhões de toneladas do insumo siderúrgico. Em 2021, o volume chegou a 54,902 milhões de toneladas. Baixa de 3,7%.

Segundo o analista de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito, desta vez, o preço pesou mais no resultado do minério na balança que o volume exportado.

“O volume exportado ainda foi menor devido às questões de lockdown na China. Porém, o grande impacto veio mesmo dos preços”, diz. Para se ter uma ideia, a cotação do insumo siderúrgico saiu da casa dos US$ 200 a tonelada em maio do ano passado, para cerca de US$ 130  a tonelada neste exercício. 

Outros números da balança

Analisando a balança comercial como um todo, conforme o analista, os principais setores estão reagindo bem neste exercício, acompanhando um movimento de recuperação da economia mundial, passado o pior da crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19. Com exceção para o minério de ferro. 

“Alguns setores como os de ferro e aço, por exemplo, estão com elevações interessantes. Material de transporte também tem acompanhado, assim como produtos químicos. O que tivemos, em geral, foram pequenas oscilações que representam acomodações já previstas que indicam estabilidade”, avalia.

Já as remessas de café ao exterior caíram em volume, mas cresceram em receita, conforme os dados da balança. Minas embarcou 725 mil toneladas de café até maio, contra 771 mil toneladas em 2021. Já em receita, a commodity rendeu US$ 2,9 bilhões sobre US$ 1,7 bilhão no mesmo tipo de confronto, elevação de 70%. 

Nas importações, as compras de fertilizantes e hulha betuminosa, que é o carvão mineral, usado nos altos-fornos de usinas siderúrgicas, seguiram impulsionadas.

No caso dos adubos e fertilizantes, Minas comprou 898 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano sobre 988 mil toneladas nos mesmos meses de 2021 – queda de 9%. Já os valores passaram de US$ 264 milhões no ano passado para US$ 635 milhões neste ano. 

Já a hulha totalizou 1,73 milhão de toneladas no acumulado de 2022, contra 2,09 milhões de toneladas um ano antes. Os gastos totalizaram US$ 595 milhões neste ano e US$ 222 milhões no ano passado, conforme a balança.

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