Taxa de desemprego em MG sobe para 11,2%

17 de maio de 2019 às 0h19

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Subutilização atingiu resultado recorde de 24,5%, totalizando 2,9 milhões de pessoas - Crédito: Nacho Doce / Reuters

O número de desempregados em Minas teve alta no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o trimestre anterior. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Estado chegou a 11,2% ao final dos três primeiros meses deste ano, com elevação de 1,5 ponto percentual frente ao quarto trimestre de 2018, quando era de 9,7%. Já em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando a taxa era de 12,6%, houve redução de 1,5 ponto percentual. No País, a taxa de desocupação atingiu 12,7% no primeiro trimestre deste ano, com elevação de 1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior.

De acordo com a pesquisa, a força de trabalho em Minas era composta por 11,1 milhões de pessoas ao final do primeiro trimestre do ano, sendo 9,8 milhões de pessoas ocupadas e 1,2 milhão desocupadas. Ao final do ano passado, o número de desempregados era de 1,07 milhão, ou seja, houve alta de 15% neste início de ano.

Nessa mesma base comparativa, a população ocupada caiu 2% (era de 10,4 milhões). Já na comparação primeiro trimestre 2019/primeiro trimestre 2018, foi registrada queda de 11,9% no número de desocupados (1,4 milhão) e alta de 1,4% dos ocupados (9,7 milhões). O desemprego atinge mais as mulheres: entre a população desocupada, as pessoas do sexo feminino correspondem a 54,4%.

Apesar da alta da população desocupada no primeiro trimestre de 2019 na relação com trimestre anterior, o analista do IBGE e coordenador da pesquisa em Minas, Gustavo Fontes, aponta que, devido aos efeitos sazonais do final do ano, época propícia à criação de vagas temporárias, ainda é necessário aguardar os resultados dos próximos trimestres para ver como o mercado de trabalho irá se comportar.

“Nos últimos meses os índices de emprego começaram a melhorar, mostrando estabilidade ou recuperação após várias quedas. Agora houve retração no comparativo do primeiro trimestre do ano com o quarto trimestre de 2018, mas há influência do efeito sazonal, pois no final do ano há muitas contratações temporárias. Então temos que aguardar os resultados do próximo trimestre para ver como se comporta a curva do emprego”, explica.

Subutilização – A taxa de subutilização da força de trabalho no primeiro trimestre deste ano foi a maior da série histórica em Minas, atingindo 24,5%, o que representa 2,9 milhões de pessoas. Esse grupo reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40 horas semanais e uma parcela de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar emprego por motivos diversos.

Dentro desse grupo estão os desalentados, que são aquelas pessoas que por motivos diversos desistiram de procurar emprego. Em Minas, no primeiro trimestre deste ano, o número de desalentados atingiu 426 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade, sendo também o maior valor da série histórica.

Ocupados – Na população ocupada de Minas, que no primeiro trimestre de 2019 chegou a 9,8 milhões, a maior parcela – 68% – é composta de empregados, incluindo do setor privado, do setor público e trabalhadores domésticos. Em seguida estão pessoas que trabalham por conta própria (24,3%); empregadores (5,3%); trabalhadores familiares auxiliares (2,4%). No setor privado, incluindo os trabalhadores domésticos, 75,4% tinham carteira assinada.

O rendimento médio real foi estimado em R$ 1.957 neste início de 2019, não havendo variação significativa nas bases comparativas. A massa de rendimentos reais habitualmente recebidos em todos os trabalhos pelos ocupados no Estado atingiu R$ 18,8 bilhões no primeiro trimestre.

Na comparação do primeiro trimestre deste ano com relação ao trimestre anterior, os setores que mostraram variação negativa foram outros serviços (-8,6%); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais (-5,6%); serviços domésticos (-5,5%); construção (-4,1%); agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura (-3,3%); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,5%); alojamento e alimentação (-0,9%).

Os resultados positivos vieram da indústria geral (+3,9%) transporte, armazenagem e correio (+3,5%) e informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliária, profissionais e administrativas (+1,3%).

Aumento é registrado em 14 estados

Rio – A taxa de desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da Federação no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre do ano passado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad-C), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas outras 13 unidades, a taxa manteve-se estável.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, no entanto, apenas quatro unidades da Federação tiveram aumento da taxa de desemprego.

Na passagem do último trimestre de 2018 para o primeiro trimestre deste ano, as maiores altas da taxa de desemprego foram observadas no Acre (de 13,1% para 18%), Goiás (de 8,2% para 10,7%) e Mato Grosso do Sul (de 7% para 9,5%).

Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, os estados que registraram alta na taxa foram Roraima (de 10,3% para 15%), Acre (de 14,4% para 18%), Amazonas (de 13,9% para 14,9%) e Santa Catarina (de 6,5% para 7,2%).

Já os estados que tiveram queda na taxa, nesse tipo de comparação, foram Pernambuco (de 17,7% para 16,1%), Minas Gerais (de 12,6% para 11,2%) e Ceará (de 12,8% para 11,4%).

Subutilização – A taxa de subutilização (os que estão desempregados, que trabalham menos do que poderiam e que estavam disponíveis para trabalhar, mas não conseguiram procurar emprego) do primeiro trimestre foi a maior dos últimos da série histórica (iniciada em 2012) em 13 das 27 unidades da Federação.

As maiores taxas foram observadas no Piauí (41,6%), Maranhão (41,1%), Acre (35%), na Paraíba (34,3%), no Ceará (31,9%) e Amazonas (29,2%). A taxa média de subutilização no país foi de 25%, também a maior da série histórica.

Os maiores contingentes de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) no primeiro trimestre deste ano foram registrados na Bahia (768 mil pessoas) e no Maranhão (561 mil). Os menores foram observados em Roraima (8 mil) e no Amapá (15 mil).

Os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada estavam em Santa Catarina (88,1%), no Rio Grande do Sul (83,2%) e Rio de Janeiro (81,8%) e os menores, no Maranhão (50,3%), Piauí (52,5%) e Pará (53,0%).

As maiores proporções de trabalhadores sem carteira foram observadas no Maranhão (49,5%), Piauí (47,8%) e Pará (46,4%), e as menores, em Santa Catarina (13,2%), no Rio Grande do Sul (18,0%) e Rio de Janeiro (18,4%).

Em relação ao tempo de procura de emprego no Brasil, 45,4% dos desocupados estavam de um mês a menos de um ano em busca de trabalho; 24,8%, há dois anos ou mais, 15,7%, há menos de um mês e 14,1% de um ano a menos de dois anos. (ABr)

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