Valor médio para alugar residência na Capital subiu 2,12% em abril
19 de maio de 2020 às 0h19
Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o preço médio de locação residencial em Belo Horizonte apresentou um crescimento real de 2,12% em abril na comparação com o mês de março, a maior alta entre as capitais pesquisadas pelo Índice FipeZap.
Foi também de Belo Horizonte o primeiro lugar na variação acumulada do ano (4,46%). Já no acumulado de 12 meses, a capital mineira ficou na décima posição, com variação de 2,26%.
Conforme destaca o coordenador do Índice FipeZap, Eduardo Zilberstein, Belo Horizonte tem mostrado um momento de recuperação, de um dinamismo maior do que o que foi registrado na cidade no ano passado. No entanto, não se pode cravar esse fato como uma tendência, principalmente diante do que o município, o País e boa parte do mundo vivem agora: a crise econômica provocada pela crise na saúde devido ao Covid-19.
O que se tem pela frente, segundo Eduardo Zilberstein, ainda é bastante incerto. Por um lado, diz ele, poderá haver uma desaceleração nos preços e até uma reversão do crescimento por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). No entanto, destaca, “ao mesmo tempo, também há motivos para a gente pensar que o mercado de locação pode acabar se tornando mais resiliente do que se imaginava”, diz.
Da alta ao declínio – A crise que diversas economias mundiais vivem agora pode provocar uma espécie de mudança repentina no mercado de imóveis em todo o País, inclusive na capital mineira. Embora ainda não se tenha certeza de que os valores dos aluguéis irão diminuir, a previsão, antes da pandemia, era de uma valorização maior neste ano.
“Na crise anterior, os valores dos aluguéis caíram bastante e estavam em um patamar relativamente baixo. A gente vinha em um movimento de recuperação, estávamos em um momento bastante positivo. Estava havendo uma expansão real dos preços”, salienta Eduardo Zilberstein.
Agora, só o tempo poderá dizer com mais clareza o que vai acontecer, em meio a várias situações que já se mostram negativas. “Estamos entrando em um período de maior dificuldade. O mercado de trabalho está sofrendo e é possível que isso se reflita nos preços dos imóveis. É difícil saber como vai ser a nova realidade, quanto tempo toda essa situação vai durar”, analisa o coordenador do Índice FipeZap.
Para Eduardo Zilberstein, a análise envolve ainda um período relativamente curto para verificar os impactos nos preços dos aluguéis devido à pandemia do novo coronavírus, e eles poderão ser vistos, se for o caso, “conforme a vacância for aumentando, os imóveis forem sendo devolvidos, os contratos renegociados”, diz ele. “Leva algum tempo para os impactos se materializarem, se é que vão se materializar”, afirma.
Outros números – Por enquanto, portanto, o que se tem ainda são números mais elevados em vários sentidos. O Índice FipeZap também mostra que a rentabilidade do aluguel em Belo Horizonte aumentou 4,02% em abril na comparação com o mês de março.
Por outro lado, o preço médio de locação em Belo Horizonte é de R$ 23,15 o metro quadrado. O número é menor do que a média ponderada de 25 cidades, que é de R$ 30,68.
Na capital mineira, os maiores valores de locação foram registrados nos bairros Belvedere (R$ 40,19/m²), Boa Viagem (R$ 34,58/m²), Funcionários (R$ 30,73/m²), Sion (R$ 27,15/m²) e Luxemburgo (R$ 26,95/m²).
Inadimplência em taxa de condomínio sobe na RMBH
Levantamento realizado pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) mostra que o índice médio de inadimplência no pagamento das taxas de condomínios na capital mineira e região metropolitana aumentou 20% em abril deste ano (12,70%) no comparativo ao mesmo mês em 2019 (10,72%).
A taxa média subiu 1,98 ponto percentual, o que pode ter sido motivado pela crise econômica intensificada pela pandemia de Covid-19. O estudo foi feito levando em consideração cerca de 2 mil condomínios residenciais e comerciais em Belo Horizonte e região metropolitana.
Desde o início deste ano, a curva da inadimplência em condomínios tem apresentado crescimento: janeiro (9,73%), fevereiro (10,94%) e março (11,44%). Já o índice de impontualidade – taxas liquidadas dentro do mês, mas fora da data de vencimento – vem caindo ao longo desses meses: janeiro (8,12%), fevereiro (7,39%), março (7,56%) e abril (6,40%). No comparativo com abril do ano passado, a impontualidade diminuiu 26% (8,63% em 2019).
De acordo com o vice-presidente das Administradoras de Condomínios da CMI/Secovi-MG, Leonardo Mota, o aumento na taxa média de inadimplência pode ter sido consequência da crise gerada pela pandemia de Covid-19.
“Os índices de desemprego subiram, o que, consequentemente, faz com que contas com multas menores sejam postergadas”, explica. Ele destaca também que, no ano passado, em nenhum mês, foi observada uma taxa acima dos 12% e a média sempre esteve em aproximadamente 10%. “Infelizmente, a tendência parece ser de alta e, mais do que nunca, os síndicos precisam rever todos os custos e negociar com fornecedores para manter o caixa em dia”, declara.
Mota complementa que, depois da aprovação do novo Código de Processo Civil, as ações de cobrança de condomínios atrasados se tornaram mais ágeis. Isso porque o CPC tornou a cobrança de condomínios um título executivo extrajudicial, fazendo com que eles recebam com mais agilidade. No entanto, com a suspensão dos processos judiciais em função da pandemia de Covid-19, os pagamentos dos inadimplentes ficaram prejudicados.
“Por isso, neste momento adverso, é fundamental que o síndico chegue a um acordo com o condômino e proponha, por exemplo, o parcelamento da dívida por meio de cartão de crédito”, acrescenta. (Da Redação)
Caixa amplia pausa para financiamentos
Brasília – A Caixa disponibiliza desde ontem a ampliação da pausa do pagamento de financiamentos habitacionais por um período de 120 dias para os clientes que já haviam solicitado o benefício de suspensão temporária. Anteriormente, o período máximo era de 90 dias.
Quem decidir solicitar a suspensão temporária das prestações a partir de agora já terá os 120 de pausa garantidos.
A ampliação do prazo vale para pessoas físicas e jurídicas, no caso de financiamentos à produção de empreendimentos e para os financiamentos de aquisição e construção de imóveis comerciais – individual.
“Ao estender a pausa na prestação do contrato habitacional para quatro meses, o banco oferece às pessoas e empresas a oportunidade de reprogramar seu orçamento diante das dificuldades que vêm enfrentando nesse período”, comentou o presidente da Caixa, Pedro Duarte Guimarães.
Segundo o banco, a medida faz parte das ações para enfrentar os efeitos causados à economia pela pandemia de Covid-19. Até o momento, mais de 2,3 milhões de mutuários já solicitaram a pausa na prestação habitacional.
Quem solicitar a pausa no contrato terá que pagar juros, seguros e taxas, que serão acrescidos ao saldo devedor do contrato. De acordo com o banco, a taxa de juros e o prazo contratados originalmente não sofrem alteração.
Os clientes com pagamentos em dia ou aqueles com pagamentos em atraso por, no máximo, 18 meses, podem solicitar a carência. Clientes que utilizaram o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para abater uma parte da prestação também podem solicitar o serviço. No caso de pessoas jurídicas, a possibilidade de pausa nas prestações é permitida para quem está sem pagar no prazo de no máximo duas parcelas (atraso de 60 dias). (ABr)