Vendas crescem em novembro em Minas puxadas pela Black Friday
16 de janeiro de 2019 às 0h05
Fazendo pressão em sentidos opostos, a Black Friday e crise financeira no Estado interferiram nos resultados do comércio de Minas em novembro. Segundo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do comércio varejista mineiro avançaram 1,5% em novembro, no comparativo com outubro, mostrando a influência positiva da Black Friday. No País, em igual base comparativa, o aumento foi de 2,9%.
Mas, na relação novembro 2018/novembro 2017, os resultados em Minas caíram 1,3%, enquanto no País houve avanço de 4,4%, mostrando a influência negativa da crise no Estado.
Economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Juan Moreno de Deus ressalta a consolidação da Black Friday, o que alavancou os resultados em novembro. “Novembro se tornou mês de grandes vendas para o comércio”, diz.
Por outro lado, ele pondera que a crise instalada em Minas levou ao atraso no pagamento do funcionalismo público, interferindo no consumo, o que fez com os resultados do comércio no Estado ficassem aquém da média nacional. Minas está entre as três unidades da federação que registraram resultado negativo em novembro, frente a igual mês do ano passado. O pior resultado ficou com o Piauí (-2,9%), seguido do Distrito Federal (-2%) e Minas (-1,3%).
Ainda segundo o IBGE, no acumulado do ano até novembro, o avanço em Minas foi de 0,6%, enquanto no País foi de 2,5%. Nos últimos 12 meses, o resultado em Minas foi de avanço de 1,4%, enquanto o índice nacional foi de aumento de 2,6%.
No caso do varejo ampliado, que leva em conta também os setores de veículos e de material de construção, o avanço em Minas foi de 2% em novembro, na relação com igual mês de 2017. No País, houve aumento de 5,8%.
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Segmentos – Em Minas, levando-se em conta os resultados do comércio em novembro, em comparação com igual mês do ano anterior, o pior resultado veio da atividade combustíveis e lubrificantes, que mostrou queda de 24%. Juan Moreno lembra que os combustíveis apresentaram alta de preços ao longo de quase todo o ano.
Também tiveram retração móveis e eletrodomésticos (-21,8%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-16,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (-9,1%). Segundo o economista, em um cenário de desemprego alto, as compras de itens de maior preço, como é o caso de móveis e eletrodomésticos, tendem a ser adiadas.
Por outro lado, o setor a apresentar melhor resultado foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 12,9%. O economista da Fecomércio-MG pondera que esse resultado está ligado ao controle inflacionário dos preços de alguns produtos alimentícios.
Outras atividades que mostraram incremento foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosmético (+11,5%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+3,6%); tecidos, vestuários e calçados (+0,1%).
As atividades consideradas no varejo ampliado demonstraram avanço na relação novembro 2018/novembro 2017. No caso de veículos, motocicletas, partes e peças, o avanço foi de 14,6%. Já o material de construção mostrou aumento de 13,9%.