Vendas para o Dia dos Pais em BH superam as expectativas

Apesar do aumento estimado pelos lojistas entre 3% e 5%, resultado ficou longe do nível pré-pandemia

17 de agosto de 2022 às 0h30

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Crédito: Divulgação/Shopping Del Rey

O Dia dos Pais superou as expectativas dos lojistas de Belo Horizonte, mas as vendas ainda estão bem distantes do patamar pré-pandemia. “O comércio está melhorando mês a mês. Nas lojas de shopping center, nós tivemos um crescimento de 5% nas vendas, quando comparadas às do ano passado”, informa o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping de Minas Gerais (Aloshopping), Alexandre Dolabella. Segundo ele, o ticket médio nos centros de compras foi de R$ 160.

O problema é que o comerciante não tem muita margem de manobra, inclusive para promoções. Liquidação, por exemplo, ninguém quer fazer, já que está faltando produto.  “A falta de mercadoria não é resultado do aumento da demanda, mas da produção menor, provocada pelos prejuízos às cadeias produtivas afetadas pela pandemia. A indústria ainda não está muito confiante, contrata menos e, consequentemente, produz menos. Os industriais também têm dificuldade de conseguir funcionários especializados”, diz Dolabella.

“O resultado é que os lojistas, principalmente os de marcas boas, estão com dificuldades em comprar para o Natal. Esse quadro é extremamente preocupante, porque o preço da mercadoria está subindo e os salários não estão acompanhando. O auxílio emergencial vai ser importante para amenizar este cenário, mas com os juros subindo, complica muito a vida do varejo, principalmente o varejo estendido, como o da linha branca”, acrescenta.  

O vice-presidente do Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindlojas BH), Salvador Ohana, concorda com Dolabela. Segundo ele, que é dono da rede de lojas Klus, de roupa masculina, as cadeias produtivas foram duramente atingidas durante a pandemia com a falta de suprimentos.

Ele cita um exemplo de seu setor: “Quem não programou estoque para o final do ano, não vai ter produto para vender. Para se ter uma ideia, muitas indústrias estão entregando só em janeiro. Ternos, por exemplo, eu não consigo mais comprar para este ano, porque não tem aviamento, não tem tecido. A produção desses setores diminuiu muito e, para recuperar, vai demorar aí uns seis meses a um ano”, prevê.

O Dia dos Pais, segundo Ohana, mostrou um crescimento nas vendas da ordem de 3% a 5% nas lojas belo-horizontinas. Mas como sempre, elas se concentraram nos últimos dias. “As vendas começaram a melhorar na semana do Dia dos Pais, a partir de terça, e culminaram com um belo sábado para os lojistas”, conta.

Desafios

Mas os desafios continuam. “Apesar da inflação estar caindo, a taxa de juros está muito alta, o que prejudica as vendas, principalmente na linha branca. O comércio vive muito de parcelamento, de carnê”, observa o dirigente lojista. Há uma expectativa positiva quanto à injeção de recursos na economia representada pelo Auxílio Brasil, mas o que o comerciante quer mesmo, diz Ohana, é trabalhar com menos incertezas, tanto no cenário eleitoral quanto na produção industrial.   

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