Ação do BC libera recursos para crédito

10 de abril de 2020 às 0h12

img
Nova medida do Banco Central permite ainda reestruturação de R$ 228 bilhões em operações de empréstimos a PMEs | Crédito: Agência Brasil

São Paulo – O Banco Central (BC) diminuiu o requerimento de capital das operações de crédito destinadas a pequenas e médias empresas enquanto o Conselho Monetário Nacional (CMN) adotou medidas para facilitar renegociação de dívidas por parte das instituições financeiras, de acordo com comunicados divulgados na quinta-feira (9).

A medida do BC tem o potencial de liberar aproximadamente R$ 3,2 bilhões da exigibilidade de capital regulatório das instituições financeiras, que poderão ser utilizados para novas operações, com o objetivo de estimular o direcionamento de recursos para o setor.

Ela também permite, de acordo com o BC, a eventual reestruturação de R$ 228 bilhões em operações de crédito a empresas de pequeno e médio portes.

O BC destacou que as medidas de combate à disseminação do Covid-19 têm provocado efeitos desfavoráveis para esse segmento.

Com as mudanças, o Fator de Ponderação de Risco (FPR) aplicável às operações de crédito com pequenas e médias empresas passa de 100% para 85%.

A mudança será aplicada apenas às novas operações de crédito ou às operações reestruturadas com benefício ao tomador e será limitada ao período de 1º de abril de 2020 até 31 de dezembro de 2020. A regra abrange empresas com receita bruta anual entre R$ 15 milhões e R$ 300 milhões.

A medida não se aplica às operações com atraso igual ou superior a 15 dias em 29 de fevereiro de 2020, assim como às operações com evidências de que a contraparte não conseguirá honrar a obrigação nas condições pactuadas na renegociação.

O CMN, por sua vez, permitiu que as instituições financeiras reclassifiquem as operações renegociadas no período de 1º de março a 30 de setembro de 2020 para o nível de risco em que estavam classificadas em fevereiro de 2020, antes do início dos efeitos econômicos das medidas de combate ao coronavírus.

O objetivo é evitar o aumento no volume de provisão para perdas em créditos economicamente viáveis, mas que, em decorrência da crise da saúde, tenham entrado em atraso.

Segundo comunicado do BC, o aumento da provisão impacta a oferta de crédito e, consequentemente, o consumo e a renda, o que agrava ainda mais os efeitos econômico-financeiros decorrentes do combate ao Covid-19.

Isso porque as despesas com provisionamento reduzem o patrimônio de referência necessário para fazer frente ao risco das operações assumidas, limitando a capacidade da instituição assumir novos riscos e, consequentemente, conceder novos empréstimos.

LCI – Em outra frente, o BC autorizou cooperativas de crédito a emitirem Letras de Crédito Imobiliário (LCI), buscando criar instrumento adicional de captação de recursos. Existe o potencial para impactar positivamente o setor imobiliário, propiciando condições para aumentar a concorrência e a oferta de produtos e de serviços no sistema financeiro.

A negociação primária de LCI pelas cooperativas de crédito ficará limitada ao seu quadro social, ainda que os títulos possam ser negociados no mercado secundário entre não cooperados. (Reuters)

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail