Lotex é privatizada com lance mínimo

23 de outubro de 2019 às 0h14

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Crédito: Arquivo/Divulgação Loterias da Caixa

São Paulo – A Lotex, popularmente conhecida como raspadinha, foi privatizada ontem em leilão realizado em São Paulo. O único proponente do certame, o consórcio Estrela Instantânea, formado por IGT e Scientific Games, levou o ativo ao dar o lance mínimo de R$ 96,97 milhões de parcela inicial pelo ônus da outorga.

O grupo de empresas deverá pagar, ainda, sete parcelas anuais de R$ 103 milhões, a serem corrigidas pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A outorga total será de R$ 818 milhões e o prazo de concessão é de 15 anos.

A União vai ficar com 16,7% da receita obtida com as vendas de loterias instantâneas. Desse valor, cerca de 90% será destinado à área de segurança pública, segundo o governo. A projeção é que, em cinco anos, esse montante supere R$ 1,5 bilhão anual. A concessionária vai ficar com 18,3% da receita bruta e os vencedores dos jogos, com 65%.

Várias tentativas – Esta foi a terceira tentativa do governo Bolsonaro de vender a Lotex. Outros dois certames foram cancelados por falta de interessados. O leilão foi realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

“O que foi planejado pelo banco, e os operadores concordam com isso, são 65 mil pontos de venda do País. Embora tenha tido dois leilões desertos, não mudamos os estudos feitos. O que aconteceu do primeiro para cá foi uma questão de transparência e comunicação ao mercado e mudamos o parcelamento de quatro para oito vezes”, diz Guilherme da Rocha Albuquerque, chefe do departamento de desestatização do BNDES.

A projeção do BNDES é de que a operação da Lotex gere R$ 19 bilhões de retorno para o governo nos 15 anos de concessão. No cálculo que leva em conta os tributos, o valor seria de R$ 23,5 bilhões.

As duas empresas vencedoras detêm 80% de participação mundial no mercado de loterias instantâneas, segundo Roberto Quattrini, diretor da IGT. Segundo ele, o setor fatura anualmente US$ 80 bilhões (R$ 330,5 bilhões) ao ano. As duas empresas do consórcio são sediadas nos Estados Unidos e têm ações negociadas em bolsa.

“O valor da outorga não é o mais importante. Cada centavo que as duas empresas economizaram na outorga será revertido em investimentos. As duas se juntaram no Brasil porque o País tem grandes dimensões”, disse a jornalistas. O grupo, porém, não divulga o valor dos aportes que pretende fazer.

Segundo ele, a previsão de faturamento total com a operação supera os R$ 112 bilhões. A arrecadação máxima por ano com raspadinhas quando a Caixa oferecia o produto foi de R$ 215 milhões, diz Quattrini.

As novas raspadinhas estarão disponíveis ao consumidor até julho, de acordo com o consórcio.

O evento foi realizado na sede da B3, no centro de São Paulo. Na porta, houve protestos contra a privatização da Lotex. (Folhapress)

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